tag:blogger.com,1999:blog-87430658331893579252024-03-13T22:07:53.137-07:00LITURGIA DIÁRIALiturgia DiáriaLITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.comBlogger1901125tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-68191345921762884332016-10-31T15:18:00.002-07:002017-10-01T07:27:54.320-07:00VISITE<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://2.bp.blogspot.com/-JZkYrAEldCo/WdD7LQ9ulQI/AAAAAAABWsw/oqS2TcHVt-omTqVoQ7DZQUDzLgujK2NpACLcBGAs/s1600/A%2BPALAVRA%2BDA%2BSALVACAO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="851" height="232" src="https://2.bp.blogspot.com/-JZkYrAEldCo/WdD7LQ9ulQI/AAAAAAABWsw/oqS2TcHVt-omTqVoQ7DZQUDzLgujK2NpACLcBGAs/s640/A%2BPALAVRA%2BDA%2BSALVACAO.jpg" width="640" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;">LITURGIA DA PALAVRA</span><br />
<span style="font-size: x-large;">visite</span><br />
<span style="font-size: x-large;">www.palavradasalvacao.com</span></div>
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LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-32682072584101266272016-10-30T09:17:00.006-07:002016-10-30T09:17:59.308-07:00 XXXI Semana – Segunda-feira – Tempo Comum – Anos Pares 31 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-1661-971c-db29-3a6b590d7d3c"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXXI Semana – Segunda-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Filipenses 2, 1-4<br />
Irmãos: 1Se tem algum valor uma exortação em nome de Cristo, ou um conforto afectuoso, ou uma solidariedade no Espírito, ou algum afecto e compaixão, 2então fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento; 3nada façais por ambição, nem por vaidade; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós próprios, 4não tendo cada um em mira os próprios interesses, mas todos e cada um exactamente os interesses dos outros.<br />
Depois de exortar os Filipenses a comportar-se de modo digno do Evangelho, e de se oferecer a si mesmo como exemplo de luta contra os adversários da Boa Nova, Paulo continua o discurso de modo mais claro: primeiro aponta o fundamento que é Cristo (v. 1), depois, ao terminar, uma consequência de carácter antropológico (v. 4). Pelo meio (v. 2) o Apóstolo afirma o seu direito a receber uma gratificação pessoal pelo seu ministério: «fazei com que seja completa a minha alegria: procurai ter os mesmos sentimentos, assumindo o mesmo amor, unidos numa só alma, tendo um só sentimento» (v. 2).<br />
O “se” com que começa o versículo 1 não exprime uma hipótese, mas uma certeza. Este recurso literário é importante para compreendermos o pensamento de Paulo porque, na sua concepção, tudo o que existe de bom, de belo e de santo, deriva de Cristo e do seu mistério pascal, que se dilata na mente, no coração e nas relações entre os crentes. A segunda parte da leitura (v. 3s.) contém uma formulação negativa em vista da positiva. Paulo exorta a extirpar da comunidade todo o espírito de rivalidade, de vaidade ou de vanglória, recomendando a humildade, a estima uns pelos outros, o desinteresse pessoal e a generosidade a toda a prova (cf. v. 3s.).<br />
Evangelho: Lucas 14, 12-14<br />
Naquele tempo, 12Disse Jesus a um dos principais fariseus, que O tinha convidado para uma refeição: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos; não vão eles também convidar-te, por sua vez, e assim retribuir-te. 13Quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos. 14E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.»<br />
Mais uma vez, no ambiente de uma refeição, depois de ter curado um hidrópico em dia de sábado, e depois de ter proposto uma parábola, Jesus adverte o chefe dos fariseus que O tinha convidado. As palavras de Jesus brotam da sua experiência, da observação atenta das realidades e comportamentos dos que O rodeiam. O Mestre interpreta tudo de modo simbólico e transfere-o para o domínio religioso. As duas partes deste pequeno texto correspondem-se perfeitamente: o paralelismo antitético facilita a sua compreensão: «Quando deres um almoço ou um jantar… pelo contrário, quando deres um banquete…». O ensinamento claro de Jesus vai direito à sensibilidade dos seus destinatários. Jesus alerta para um comportamento de aparente generosidade, que, na realidade, é egoísta. Este tipo de comportamento, não só é mesquinho, mas também compromete as relações interpessoais. A situação oposta, sugerida por Jesus, traduz, pelo contrário, um convite genuinamente evangélico, que leva ao centro da doutrina de Jesus: privilegiar os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos, que são aqueles que o Senhor ama. É a mensagem das bem-aventuranças (Lc 6, 20-26). A bem-aventurança, e a promessa do v. 14, completam admiravelmente o ensinamento de Jesus.<br />
Meditatio<br />
Por vezes, atrás de um gesto aparentemente magnânimo, como convidar alguém para uma refeição, pode esconder-se um sentimento egoísta. É o que sucede quando o convite é feito apenas por obrigação, por conveniência social, por mera simpatia ou porque se espera retribuição. Obviamente, o tema do evangelho, que tem ressonância já no final da primeira leitura, é o da gratuidade, acompanhado e valorizado pela «opção preferencial pelos pobres», que não é uma descoberta dos cristãos de hoje, mas a quinta-essência do Evangelho. Todavia, este termo precisa de ser libertado do significado simplesmente material, que hoje somos tentados a dar-lhe, uma vez que valorizamos excessivamente o aspecto económico das nossas acções e gestos: tudo o que fazemos, tudo o que produzimos, há-de ter um valor económico. Jesus, pelo contrário, quer educar-nos a uma avaliação também espiritual, isto é, integral e mais completa das nossas acções e opções.<br />
Gratuidade significa e implica, por conseguinte: mais atenção aos outros do que a nós mesmos, reconhecer nos outros um valor objectivo, porque todos levam em si a imagem e a semelhança de Deus, sendo, por isso mesmo, dignos de atenção, de estima e de amor.<br />
Compreendemos, então, o sentido da bem-aventurança proclamada por Jesus no v. 14 desta página do evangelho e, sobretudo, a promessa de uma recompensa que, segundo a lógica de Deus, temos assegurada quando da «ressurreição dos justos».<br />
Lemos nas Constituições: a «pobreza segundo o Evangelho convida-nos a libertar-nos da sede de posse e de prazer que sufoca o coração do homem. Estimula-nos a viver na confiança e na gratuidade do amor» (n. 46). Por outras palavras, a pobreza evangélica torna-se exercício de verdadeira caridade, a exemplo dos primeiros cristãos de Jerusalém: «Entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos. Distribuía-se, então, a cada um, conforme a necessidade que tivesse» (Act 4, 34-35).<br />
Quem partilha desinteressadamente os bens, convida as realidades humanas a serem sacramento da presença amorosa de Deus entre os homens e instrumentos de comunhão entre os irmãos. O verdadeiro pobre, segundo o Evangelho é aquele que, trabalhando, multiplica os bens (os talentos) e contribui para melhorar a vida de todos (cf. parábola dos talentos, Mt 25, 14-30).<br />
Na multiplicação dos bens, e na relação com os outros, há um perigo: é-se tentados a possuir, a assegurar bens e a entrar em concorrência, em luta com os outros e, se formos mais fortes, mais hábeis, podemos chegar a instrumentalizá-los a explorá-los. Desse modo, em vez de sermos bons companheiros de viagem e irmãos que se ajudam mutuamente, podemos tornar-nos senhores dos outros, possui-los como coisas. É assim que o homem, com violência, satisfaz a sua ânsia de domínio, priva os outros da sua liberdade, e os instrumentaliza para se auto-afirmar. Assim, isola-se no seu egoísmo e, não reconhecendo a dignidade humana dos outros, despedaça todo a verdadeira relaç&atilde<br />
;o pessoal, e nega a si mesmo realizar-se como pessoa. Torna-se um tirano, um explorador, um bruto, e não uma pessoa. A gratuidade realiza o homem, torna-o feliz.<br />
Oratio<br />
Senhor, dá-me uma vontade sincera de partilhar, generosa e gratuitamente, o que sou e o que tenho, com todos os meus irmãos, para que me torne sacramento do teu amor e instrumento de comunhão na Igreja e no mundo. Ajuda-me a ser pobre, segundo o teu Evangelho, não só contentando-me com o que recebi, mas sentindo-me responsável pela multiplicação e distribuição dos bens, contribuindo assim para melhorar a vida de todos. Então, a minha pobreza será caridade.<br />
Que eu jamais me deixe prender pela ânsia em possuir e pelo desejo do prazer. Animado pelo teu Espírito, ajuda-me a viver na confiança em Ti e na gratuidade do amor pelos meus irmãos. Amen.<br />
Contemplatio<br />
S. Paulo prega-nos a caridade, a sua necessidade, os seus deveres, a sua perpetuidade, a sua excelência (1 Cor 13).<br />
«Ainda que tivesse o dom das línguas, diz S. Paulo, com o dom da ciência e da profecia e uma fé capaz de transportar as montanhas, se não tenho caridade não sou nada. Ainda que desse todos os meus bens aos pobres e passasse no fogo pelo meu próximo, se faço isso por vaidade e não por caridade, não é nada».<br />
Ó Deus de caridade, dai-me a caridade, a participação na vossa bondade, sem a qual nada vos pode agradar. Que eu me torne vosso filho verdadeiramente bom e amante, amante por vós sobretudo que mereceis tanto amor, amante também para com o meu próximo, para com os vossos filhos que são meus irmãos. A caridade é paciente, é benevolente. Não é invejosa, agitada, orgulhosa. Não é egoísta, mas dedicada. Não é irascível. Não suspeita facilmente o mal. Não se alegra com as fraquezas do próximo.<br />
Suporta todas as contradições. Sinto que ela me falta muito, humilho-me por isso e Peço-vos perdão, ó meu Deus. Quero caminhar na caridade, crescer na caridade, praticar as suas obras e começar hoje com algum acto prático.<br />
A caridade é o dom mais precioso. Não acaba com a vida. Ela continua e aperfeiçoa-se no céu. Os outros dons cessarão, os dons das línguas e da profecia, e a ciência incompleta da terra. Mesmo a fé cessará, porque nós veremos a Deus, e a esperança também, porque nos encontraremos no termo. A caridade é eterna. Aqui em baixo, a fé, a esperança e a caridade são necessárias. No céu, só a caridade permanecerá.<br />
Devo, portanto, amar a caridade acima de tudo. Devo desejá-la, pedi-la a Deus e nela me exercitar sem cessar. (Leão Dehon, OSP 3, p. 183s.).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:<br />
«Não tenhais em mira os vossos interesses, mas os dos outros» (Fl 2, 4).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-20671912301063520272016-10-29T07:38:00.000-07:002016-10-29T07:38:02.413-07:00 31º Domingo do Tempo Comum – Ano C 30 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-10df-d278-5b5b-f9c95f761694"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
ANO C<br />
31º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
Tema do 31º Domingo do Tempo Comum<br />
A liturgia deste domingo convida-nos a contemplar o quadro do amor de Deus. Apresenta-nos um Deus que ama todos os seus filhos sem excluir ninguém, nem sequer os pecadores, os maus, os marginais, os “impuros”; e mostra como só o amor é transformador e revivificador.<br />
Na primeira leitura um “sábio” de Israel explica a “moderação” com que Deus tratou os opressores egípcios. Essa moderação explica-se por uma lógica de amor: esse Deus omnipotente, que criou tudo, ama com amor de Pai cada ser que saiu das suas mãos – mesmo os opressores, mesmo os egípcios – porque todos são seus filhos.<br />
O Evangelho apresenta a história de um homem pecador, marginalizado e desprezado pelos seus concidadãos, que se encontrou com Jesus e descobriu n’Ele o rosto do Deus que ama… Convidado a sentar-se à mesa do “Reino”, esse homem egoísta e mau deixou-se transformar pelo amor de Deus e tornou-se um homem generoso, capaz de partilhar os seus bens e de se comover com a sorte dos pobres.<br />
A segunda leitura faz referência ao amor de Deus, pondo em relevo o seu papel na salvação do homem (é d’Ele que parte o chamamento inicial à salvação; Ele acompanha com amor a caminhada diária do homem; Ele dá-lhe, no final da caminhada, a vida plena)… Além disso, avisa os crentes para que não se deixem manipular por fantasias de fanáticos que aparecem, por vezes, a perturbar o caminho normal do cristão.<br />
LEITURA I – Sab 11,22-12,2<br />
Leitura do Livro da Sabedoria<br />
Diante de Vós, Senhor, o mundo inteiro<br />
é como um grão de areia na balança,<br />
como a gota de orvalho que de manhã cai sobre a terra.<br />
De todos Vós compadeceis, porque sois omnipotente,<br />
e não olhais para os seus pecados,<br />
para que se arrependam.<br />
Vós amais tudo o que existe<br />
e não odiais nada do que fizestes;<br />
porque, se odiásseis alguma coisa,<br />
não a teríeis criado.<br />
e como poderia subsistir,<br />
se Vós não a quisésseis?<br />
Como poderia durar,<br />
se não a tivésseis chamado à existência?<br />
Mas a todos perdoais,<br />
porque tudo é vosso, Senhor, que amais a vida.<br />
O vosso espírito incorruptível está em todas as coisas.<br />
Por isso castigais brandamente aqueles que caem<br />
e advertis os que pecam, recordando-lhes os seus pecados,<br />
para que se afastem do mal<br />
e acreditem em Vós, Senhor.<br />
AMBIENTE<br />
O “Livro da Sabedoria” é o mais recente de todos os livros do Antigo Testamento (aparece durante a primeira metade do séc. I a.C.). O seu autor – um judeu de língua grega, provavelmente nascido e educado na Diáspora (Alexandria?) – exprimindo-se em termos e concepções do mundo helénico, faz o elogio da “sabedoria” israelita, traça o quadro da sorte que espera o justo e o ímpio no mais-além e descreve (com exemplos tirados da história do Êxodo) as sortes diversas que tiveram os egípcios (idólatras) e o hebreus (fiéis a Jahwéh). O seu objectivo é duplo: dirigindo-se aos seus compatriotas judeus (mergulhados no paganismo, na idolatria, na imoralidade), convida-os a redescobrirem a fé dos pais e os valores judaicos; dirigindo-se aos pagãos, convida-os a constatar o absurdo da idolatria e a aderir a Jahwéh, o verdadeiro e único Deus… Para uns e para outros, só Jahwéh garante a verdadeira “sabedoria”, a verdadeira felicidade.<br />
O texto que nos é proposto pertence à terceira parte do livro (cf. Sab 10,1-19,22). Nessa parte, recorrendo, sobretudo, à técnica do midrash, o autor faz a comparação entre os castigos que Deus lançou contra aos “ímpios” (os pagãos) e a salvação reservada aos “justos” (o Povo de Deus).<br />
Depois de descrever como a “sabedoria” de Deus que se manifestou na história de Israel (cf. Sab 10,1-11,14), o autor faz referência ao pecado dos egípcios, que rendiam culto “a répteis irracionais e a bichos miseráveis” (Sab 11,15); e manifesta o seu espanto de que o castigo de Deus sobre os egípcios tenha sido tão moderado e benevolente (cf. Sab 11,17-20). Porque é que Deus foi tão moderado e não exterminou totalmente os egípcios? É a essa questão que o nosso texto responde.<br />
MENSAGEM<br />
Fundamentalmente, o autor encontra três razões para justificar a moderação e a benevolência de Deus.<br />
A primeira tem a ver com a grandeza e a omnipotência de Deus (cf. Sab 11,22). Quem é grande e poderoso, não se sente incomodado e posto em causa pelos actos daqueles que são pequenos e finitos… Ele vê as coisas com suficiente distância, percebe as razões do agir do homem, não perde o “fair play”; daí resulta a tolerância e a misericórdia.<br />
A segunda vem dessa lógica que caracteriza sempre a atitude de Deus em relação ao homem: a lógica do perdão (cf. Sab 11,23). Ele não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva; por isso, “fecha os olhos” diante do pecado do homem, a fim de o convidar ao arrependimento… Repare-se, no entanto, que esta lógica não se exerce aqui sobre o Povo de Deus, mas sobre um império pagão e opressor: é a universalidade da salvação que aqui é sugerida.<br />
A terceira tem a ver com o amor de Deus (cf. Sab 11,24-26), que se derrama sobre todas as criaturas. A criação foi a obra de amor de um pai; e esse pai ama todos os seus filhos. Ele é o Senhor que “ama a vida”.<br />
É porque todos os homens levam dentro de si esse “sopro de vida” que Deus infundiu sobre a criação, que Ele se preocupa, corrige, admoesta, perdoa as faltas, faz que se afastem do mal e estabeleçam comunhão com Ele (cf. Sab 12,1-2).<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes elementos:<br />
• O Deus que este texto apresenta é uma figura benevolente e tolerante, cheia de bondade e misericórdia, que não quer a destruição do pecador, mas a sua conversão e que ama todos os homens que criou, mesmo aqueles que praticam acções erradas. Ora, todos nós conhecemos bem este quadro de Deus, pois ele aparece-nos a par e passo… Mas já o interiorizámos suficientemente?<br />
• Interiorizar esta “fotografia” de Deus significa “empapar-nos” da lógica do amor e da misericórdia e deixar que ela transpareça em gestos para com os nossos irmãos. Isso acontece, realmente? Qual é a nossa atitude para com aqueles que nos fizeram mal, ou cujos comportamentos nos desafiam e incomodam?<br />
• Muitas vezes, percebemos certos males que nos incomodam como “castigos” de Deus pelo nosso mau proceder. No entanto, este texto deixa claro que Deus não está interessado em castigar os pecadores… Quando muito, procura fazer-nos perceber – com a pedagogia de um pai cheio de amor – o sem sentido de certas opções e o mal que nos<br />
fazem certos caminhos que escolhemos.<br />
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144(145)<br />
Refrão: Louvarei para sempre o vosso nome,<br />
Senhor meu Deus e meu Rei.<br />
Quero exaltar-Vos meu Deus e meu Rei<br />
e bendizer o vosso nome para sempre.<br />
Quero bendizer-vos, dia após dia,<br />
e louvar o vosso nome para sempre.<br />
O Senhor é clemente e compassivo,<br />
paciente e cheio de bondade.<br />
O Senhor é bom para com todos<br />
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.<br />
Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas<br />
e bendigam-Vos os vossos fiéis.<br />
Proclamem a glória do vosso Reino<br />
e anunciem os vossos feitos gloriosos.<br />
O Senhor é fiel à sua palavra<br />
e perfeito em todas as suas obras.<br />
O Senhor ampara os que vacilam<br />
e levanta todos os oprimidos.<br />
LEITURA II – 2 Tes 1,11-2,2<br />
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses<br />
Irmãos:<br />
Oramos continuamente por vós,<br />
para que Deus vos considere dignos do seu chamamento<br />
e, pelo seu poder,<br />
se realizem todos os vosso bons propósitos<br />
e se confirme o trabalho da vossa fé.<br />
Assim o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo<br />
será glorificado em vós, e vós n’Ele,<br />
segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.<br />
Nós vos pedimos, irmãos,<br />
a propósito da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo<br />
e do nosso encontro com Ele:<br />
Não vos deixeis abalar facilmente nem alarmar<br />
por qualquer manifestação profética,<br />
por palavras ou por cartas,<br />
que se digam vir de nós,<br />
pretendendo que o dia do Senhor está iminente.<br />
AMBIENTE<br />
Forçado a deixar Filipos, Paulo chegou a Tessalónica pelo ano 50. Segundo o seu costume, pregou primeiro aos judeus na sinagoga, obtendo algum sucesso; mas os judeus – incomodados pelo testemunho de Paulo – sublevaram a multidão e o apóstolo teve de abandonar, à pressa, a cidade. De lá, dirigiu-se para Bereia, Atenas e, depois, Corinto.<br />
Em Tessalónica ficou uma comunidade entusiasta e fervorosa, constituída na sua maioria por pagãos convertidos… Mas Paulo estava inquieto, pois chegaram-lhe notícias da hostilidade dos judeus para com os cristãos de Tessalónica; e essa comunidade, ainda insuficientemente catequizada, com uma fé muito “verde”, corria riscos. Paulo enviou Timóteo a Tessalónica, para saber notícias e encorajar os cristãos… Quando Timóteo voltou, Paulo estava em Corinto. As notícias eram boas: os tessalonicenses continuavam a viver com entusiasmo a fé e a dar testemunho de Jesus. Havia, apenas, algumas questões de doutrina que os preocupavam – nomeadamente a questão da segunda vinda do Senhor. Paulo decidiu-se, então, a escrever aos cristãos de Tessalónica, animando-os a viverem na fidelidade ao Evangelho e esclarecendo-os quanto à doutrina sobre o “dia do Senhor”. Estamos no ano 51.<br />
Embora não haja qualquer dúvida de que a Primeira Carta aos Tessalonicenses provém de Paulo, há quem ponha em causa a autoria paulina da Segunda Carta aos Tessalonicenses. De qualquer forma, a Segunda Carta aos Tessalonicenses é considerada pela Igreja um texto inspirado que deve, portanto, ser visto como Palavra de Deus.<br />
MENSAGEM<br />
O texto que nos é proposto apresenta dois temas. O primeiro (cf. 2 Tess 1,11-12) expõe uma súplica de Paulo, para que os tessalonicenses sejam cada vez mais dignos do chamamento que Deus lhes fez; o segundo (cf. 2 Tess 2,1-2) refere-se à vinda do Senhor.<br />
A primeira parte põe em relevo o papel de protagonista que Deus desempenha na salvação do homem. Não basta a boa vontade e os bons propósitos do homem; é preciso que Deus acompanhe os esforços do crente e lhe dê a força de percorrer até ao fim o caminho do Evangelho. De resto, tudo é dom de Deus que chama, que anima e que leva o homem para a meta.<br />
A segunda parte é o início da doutrina sobre o “dia do Senhor”. A intenção fundamental de Paulo é denunciar e desautorizar alguns fanáticos e fantasistas que, invocando visões ou mesmo cartas pretensamente escritas por Paulo, anunciavam a iminência do fim do mundo… Isto estava a provocar perturbações na comunidade, porque alguns – alvoroçados pela proximidade da segunda vinda de Jesus – demitiam-se das suas responsabilidades e esperavam ociosamente o acontecimento.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
Considerar, para a reflexão pessoal e comunitária, as seguintes linhas:<br />
• No nosso caminho pessoal ou comunitário, rumo à salvação, Deus está sempre no princípio, no meio e no fim. É preciso reconhecer que é Ele quem está por detrás do chamamento que nos foi feito, que é Ele quem anima e dá forças ao longo da caminhada, que é Ele quem nos espera no final do caminho, para nos dar a vida plena. Tenho consciência desta centralidade de Deus? Tenho consciência de que a salvação não é uma conquista minha, mas um dom de Deus?<br />
• Ao longo do caminho, é preciso estar atento para saber discernir o certo do errado, o verdadeiro do falso, o que é um desafio de Deus e o que é o fanatismo ou a fantasia de algum irmão perturbado ou em busca de protagonismo. O caminho para discernir o certo do errado está na Palavra de Deus e numa vida de comunhão e de intimidade com Deus.<br />
ALELUIA – Jo 3,16<br />
Aleluia. Aleluia.<br />
Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho unigénito;<br />
quem acredita nele tem a vida eterna.<br />
EVANGELHO – Lc 19,1-10<br />
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas<br />
Naquele tempo,<br />
Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.<br />
Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu,<br />
que era chefe de publicanos.<br />
Procurava ver quem era Jesus,<br />
mas, devido à multidão, não podia vê-l’O,<br />
porque era de pequena estatura.<br />
Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro,<br />
para ver Jesus,<br />
que havia de passar por ali.<br />
Quando Jesus chegou ao local,<br />
olhou para cima e disse-lhe:<br />
«Zaqueu, desce depressa,<br />
que Eu hoje devo ficar em tua casa».<br />
Ele desceu rapidamente<br />
e recebeu Jesus com alegria.<br />
Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo:<br />
«Foi hospedar-Se em cada dum pecador».<br />
Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo:<br />
«Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens<br />
e, se causei qualquer prejuízo a alguém,<br />
restituirei quatro vezes mais».<br />
Disse-lhe Jesus:<br />
«Hoje entrou a salvação nesta casa,<br />
porque Zaqueu também é filho de Abraão.<br />
Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar<br />
o que estava perdido».<br />
AMBIENTE<br />
O episódio de hoje coloca-nos em Jericó, o oásis situado nas margens do mar Morto, a cerca de 34 quilómetros de Jerusalém. Era a última etapa dos peregrinos que, da Pereia e da Galileia, se dirigiam a Jerusalém para celebrar as grandes festividades do culto judaico (o que indica que o “caminho de Jerusalém”, que temos vindo a percorrer sob<br />
a condução de Lucas, está a chegar ao fim).<br />
No tempo de Jesus, é uma cidade próspera (sobretudo devido à produção de bálsamo), dotada de grandes e belos jardins e palácios (por acção de Herodes, o Grande, que fez de Jericó a sua residência de inverno). Situada num lugar privilegiado de uma importante rota comercial, era um lugar de oportunidades, que devia proporcionar negócios chorudos (e também várias possibilidades de negócios “duvidosos”).<br />
O personagem que se defronta com Jesus é, mais uma vez, um publicano (neste caso, um “chefe dos publicanos”). O nosso herói é, portanto, um homem que o judaísmo oficial considerava um pecador público, um explorador dos pobres, um colaboracionista ao serviço dos opressores romanos e, portanto, um excluído da comunidade da salvação.<br />
MENSAGEM<br />
Voltamos aqui a um dos temas predilectos de Lucas: Jesus é o Deus que veio ao encontro dos homens e Se fez pessoa para trazer, em gestos concretos, a libertação a todos os homens – nomeadamente aos marginalizados e excluídos, colocados pela doutrina oficial à margem da salvação.<br />
Zaqueu (é o nome do publicano em causa) era, naturalmente, um homem que colaborava com os opressores romanos e que se servia do seu cargo para enriquecer de forma imoral (exigindo impostos muito acima do que tinha sido fixado pelos romanos e guardando para si a diferença, como aliás era prática corrente entre os publicanos). Era, portanto, um pecador público sem hipóteses de perdão, excluído do convívio com as pessoas decentes e sérias. Era um marginal, considerado amaldiçoado por Deus e desprezado pelos homens. A referência à sua “pequena estatura” – mais do que uma indicação de carácter físico – pode significar a sua pequenez e insignificância, do ponto de vista moral.<br />
Este homem procurava “ver” Jesus. O “ver” indica aqui, provavelmente, mais do que curiosidade: indica uma procura intensa, uma vontade firme de encontro com algo novo, uma ânsia de descobrir o “Reino”, um desejo de fazer parte dessa comunidade de salvação que Jesus anunciava. No entanto, o “mestre” devia parecer-lhe distante e inacessível, rodeado desses “puros” e “santos” que desprezavam os marginais como Zaqueu. O subir “a um sicómoro” indica a intensidade do desejo de encontro com Jesus, que é muito mais forte do que o medo do ridículo ou das vaias da multidão.<br />
Como é que Jesus vai lidar com este excluído, que sente um desejo intenso de conhecer a salvação que Deus oferece e que espreita Jesus do meio dos ramos de um sicómoro? Jesus começa por provocar o encontro; depois, sugere a Zaqueu que está interessado em entrar em comunhão com Ele, em estabelecer com Ele laços de familiaridade (“quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa»”). Atente-se neste quadro “escandaloso”: Jesus, rodeado pelos “puros” que escutam atentamente a sua Palavra, deixa todos especados no meio da rua para estabelecer contacto com um marginal e para entrar na sua casa. É a exemplificação prática do “deixar as noventa e nove ovelhas para ir à procura da que estava perdida”… Aqui torna-se patente a fragilidade do coração de Deus que, diante de um pecador que busca a salvação, deixa tudo para ir ao seu encontro.<br />
Como é que a multidão que rodeia Jesus reage a isto? Manifestando, naturalmente, a sua desaprovação às atitudes incompreensíveis de Jesus (“ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «foi hospedar-se em casa de um pecador»”). É a atitude de quem se considera “justo” e despreza os outros, de quem está instalado nas suas certezas, de quem está convencido de que a lógica de Deus é uma lógica de castigo, de marginalização, de exclusão. No entanto, Jesus demonstra-lhes que a lógica de Deus é diferente da lógica dos homens e que a oferta de salvação que Deus faz não exclui nem marginaliza ninguém.<br />
Como é que tudo termina? Termina com um banquete (onde está Zaqueu, o chefe dos publicanos) que simboliza o “banquete do Reino”. Ao aceitar sentar-Se à mesa com Zaqueu, Jesus mostra que os pecadores têm lugar no “banquete do Reino”; diz-lhes, também, que Deus os ama, que aceita sentar-Se à mesa com eles – isto é, quer integrá-los na sua família e estabelecer com eles laços de comunhão e de amor. Jesus mostra, dessa forma, que Deus não exclui nem marginaliza nenhum dos seus filhos – mesmo os pecadores – mas a todos oferece a salvação.<br />
E como é que Zaqueu reage a essa oferta de salvação que Deus lhe faz? Acolhendo o dom de Deus e convertendo-se ao amor. A repartição dos bens pelos pobres e a restituição de tudo o que foi roubado em quádruplo, vai muito além daquilo que a lei judaica exigia (cf. Ex 22,3.6; Lev 5,21-24; Nm 5,6-7) e é sinal da transformação do coração de Zaqueu… Repare-se, no entanto, que Zaqueu só se resolveu a ser generoso após o encontro com Jesus e após ter feito a experiência do amor de Deus. O amor de Deus não se derramou sobre Zaqueu depois de ele ter mudado de vida; mas foi o amor de Deus – que Zaqueu experimentou quando ainda era pecador – que provocou a conversão e que converteu o egoísmo em generosidade. Prova-se, assim, que só a lógica do amor pode transformar o mundo e os corações dos homens.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão pode partir das seguintes linhas:<br />
• A questão central posta por este texto é, portanto, a questão da universalidade do amor de Deus. A história de Zaqueu revela um Deus que ama todos os seus filhos sem excepção e que nem sequer exclui do seu amor os marginalizados, os “impuros”, os pecadores públicos: pelo contrário, é por esses que Deus manifesta uma especial predilecção. Além disso, o amor de Deus não é condicional: Ele ama, apesar do pecado; e é precisamente esse amor nunca desmentido que, uma vez experimentado, provoca a conversão e o regresso do filho pecador. É esta Boa Nova de um Deus “com coração” que somos convidados a anunciar, com palavras e gestos.<br />
• A vida revela, contudo, que nem sempre a atitude dos crentes em relação aos pecadores está em consonância com a lógica de Deus… Muitas vezes, em nome de Deus, os crentes ou as Igrejas marginalizam e excluem, assumem atitudes de censura, de crítica, de acusação que, longe de provocar a conversão do pecador, o afastam mais e o levam a radicalizar as suas atitudes de provocação. Já devíamos ter percebido (o Evangelho de Jesus tem quase dois mil anos) que só o amor gera amor e que só com amor – não com intolerância ou fanatismo – conseguiremos transformar o mundo e o coração dos homens. Na verdade, como é que acolhemos<br />
e tratamos os que têm comportamentos socialmente inaceitáveis? Como é que acolhemos e integramos os que, pelas suas opções ou pelas voltas que a vida dá, assumem atitudes diferentes das que consideramos correctas, à luz dos ensinamentos da Igreja?<br />
• Testemunhar o Deus que ama e que acolhe todos os homens não significa, contudo, branquear o pecado e pactuar com o que está errado. O pecado gera ódio, egoísmo, injustiça, opressão, mentira, sofrimento; é mau e deve ser combatido e vencido. No entanto, distingamos entre pecador e pecado: Deus convida-nos a amar todos os homens e mulheres, inclusive os pecadores; mas chama-nos a combater o pecado que desfeia o mundo e que destrói a felicidade do homem.<br />
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 31º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)<br />
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.<br />
Ao longo dos dias da semana anterior ao 31º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.<br />
2. PALAVRA CELEBRADA NA EUCARISTIA.<br />
A Palavra de Deus não se limita ao tempo da proclamação e da escuta da Palavra. Na preparação da celebração, procurar que algumas expressões da liturgia da Palavra estejam presentes no momento penitencial, nalguma intenção da oração dos fiéis, num momento de acção de graças…<br />
3. BILHETE DE EVANGELHO.<br />
É verdade que Zaqueu tinha subido a um sicómoro, mas é Jesus que ergue os olhos e interpela o publicano de Jericó: “Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa”. A iniciativa de Jesus provoca em Zaqueu toda uma mudança, pois ele nunca teria ousado convidar Jesus de quem ouvira falar. Sente-se reconhecido não como “cobrador de impostos” e ladrão, mas como alguém que pode manifestar o homem que é verdadeiramente capaz de ser: generoso para com os pobres, reparador das faltas que tenha podido ocasionar. Na casa de Zaqueu, Jesus faz-nos ver o que veio fazer ao vir ao encontro da humanidade: ajuda-o a encontrar o seu próprio rosto… Sim, Ele veio “procurar e salvar o que estava perdido”, para restabelecer a imagem de Deus no rosto do homem que o pecado tinha afundado.<br />
4. À ESCUTA DA PALAVRA.<br />
A história de Zaqueu é uma história de olhares… Há o olhar de Zaqueu, que procurava ver quem era Jesus; correu e subiu a um sicómoro para ver Jesus que devia passar por aí. Há o olhar de Jesus que, ao chegar a esse lugar, ergueu os olhos… Há, enfim, o olhar da multidão, que, ao ver tudo isso, recriminava Jesus por ir a casa de um pecador. Três olhares, tão diferentes uns dos outros! Bem o sabemos: o olhar é uma linguagem para lá das palavras. Os nossos olhares falam muito mais do que tantos discursos. As nossas palavras podem mentir, os nossos olhares não. EM primeiro lugar, reparemos no olhar da multidão. Jesus tinha curado um mendigo cego; ao ver isso, a multidão celebrou os louvores de Deus. Ao ver o maravilhoso, a multidão maravilhou-se. E depois, tudo muda de repente. Após a atitude de Jesus para com Zaqueu, a multidão olha Jesus com hostilidade. Versatilidade das multidões, sem dúvida. Mas também versatilidade dos nossos próprios olhares. Basta uma coisita de nada para que o meu olhar sobre aquele que estimava mude, quando percebo que ele não era “bem” aquilo que eu pensava! Em segundo lugar, reparemos no olhar de Zaqueu. Mais do que um olhar de simples curiosidade, é um olhar de desejo. Ele tinha ouvido dizer que este Jesus não falava como os escribas e os fariseus. Além disso, Ele fazia milagres. Não viria Ele da parte de Deus? Então, ele quer ver este rabino que não é como os outros. Mas a sua procura continua tímida. Não ousa avançar demasiado. E eu? Qual é o meu desejo de ver Jesus, de O conhecer? Não sou demasiado tímido quando se trata da minha ligação com Jesus e da minha fé? Finalmente, há o olhar de Jesus, que ergueu os olhos para Zaqueu. Que viu Ele? Um pecador à margem da Lei, banido por todos? Não, Jesus viu um homem rejeitado por todos, um homem habitado por um desejo, talvez não muito explícito, de ser acolhido por Ele próprio. Viu um homem que não tinha ainda compreendido que Deus o amava, apesar dos seus pecados, que Deus o olhava unicamente à luz do seu amor primeiro e gratuito. Então, Jesus colocou no seu olhar sobre Zaqueu todo este amor que transformou o publicano. E que o salvou!<br />
5. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.<br />
Pode-se escolher a oração eucarística nº 4, que reúne em si toda a alegre plenitude deste dia.<br />
6. PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA…<br />
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “Cantai ao Senhor um cântico novo”…; “A Palavra de Deus não está encadeada”…; “Se morremos com Cristo, também com Ele viveremos”…; “Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou”… Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…<br />
<br />
<br />
<br />
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS<br />
PROPOSTA PARA<br />
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS<br />
Grupo Dinamizador:<br />
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho<br />
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)<br />
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal<br />
Tel. 218540900 – Fax: 218540909<br />
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org<br />
<br /></div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-50158317469799626532016-10-28T07:18:00.001-07:002016-10-28T07:18:22.645-07:00 XXX Semana – Sábado – Tempo Comum – Anos Pares 29 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-0ba7-4a07-fb8a-cd530297a789"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXX Semana – Sábado<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Filipenses 1, 18b-26<br />
Irmãos: 18Desde que Cristo seja anunciado, com segundas intenções ou com verdade, é com isso que me alegro e me alegrarei sempre. 19De facto, sei que isto irá resultar para mim em salvação, graças às vossas orações e ao apoio do Espírito de Jesus Cristo, 20de acordo com a ansiedade e a esperança que tenho de que em nada serei envergonhado. Pelo contrário: com todo o desassombro, agora como sempre, Cristo será engrandecido no meu corpo, quer pela vida quer pela morte. 21É que, para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro. 22Se, entretanto, eu viver corporalmente, isso permitirá que dê fruto a obra que realizo. Que escolher então? Não sei. 23Estou pressionado dos dois lados: tenho o desejo de partir e estar com Cristo, já que isso seria muitíssimo melhor; 24mas continuar a viver é mais necessário por causa de vós. 25E é confiado nisto que eu sei que ficarei e continuarei junto de todos vós, para o progresso e a alegria da vossa fé, 26a fim de que a glória, que tendes em Cristo Jesus por meio de mim, aumente com a minha presença de novo junto de vós.<br />
Paulo, estando na prisão, é informado de que muitos cristãos anunciam a palavra de Deus (cf. Filip 1, 14ss.). Alguns fazem-no por inveja e procuram lançar Paulo em descrédito (vv. 15ª.17), mas o Apóstolo não se importa. O que é preciso é que o Evangelho seja anunciado (v. 18b). O Espírito Santo e a oração dos Filipenses ajudam-no e dão-lhe esperança de que essas situações dolorosas o não hão-de perturbar. Serão, pelo contrário ocasião de salvação. E Deus há-de recebê-lo, quer continue vivo e a exercer a sua missão, quer venha a ser morto (v. 20b).<br />
A morte é considerada por Paulo como um ganho, porque o introduz na plena comunhão com Cristo, que é, desde já, a sua vida (v. 21; cf. Jo 14). Paulo sente-se pressionado entre duas realidades que o atraem: o desejo da união total com Cristo, só possível da morte, e a necessidade de estar presente e a anunciar a palavra nas comunidades cristãs (vv. 22-24). Se prefere a primeira, julga mais provável que se realize a segunda. A fé dos Filipenses receberá novo impulso e crescerá a sua alegria pela presença do Apóstolo, que também será motivo de glória pela comunhão que lhes foi dada em Cristo (vv. 25s.).<br />
Evangelho: Lucas 14, 1.7-11<br />
Tendo entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma refeição, todos o observavam. 7Observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, disse-lhes esta parábola: 8«Quando fores convidado para um banquete, não ocupes o primeiro lugar; não suceda que tenha sido convidado alguém mais digno do que tu, 9venha o que vos convidou, a ti e ao outro, e te diga: ‘Cede o teu lugar a este.’ Ficarias envergonhado e passarias a ocupar o último lugar. 10Mas, quando fores convidado, senta-te no último lugar; e assim, quando vier o que te convidou, há-de dizer-te: ‘Amigo, vem mais para cima.’ Então, isto será uma honra para ti, aos olhos de todos os que estiverem contigo à mesa. 11Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado.»<br />
Jesus aproveita as situações da vida de cada dia para revelar verdades que decorrem da «vida nova» dos filhos de Deus. Durante uma refeição, em casa de um fariseu, nota o arrivismo de alguns convidados que procuram os primeiros lugares (v. 7).<br />
As palavras de Jesus (vv. 8-10) são um ensinamento sobre boa educação, sobre as normas de precedência segundo a escala social. Quem ocupar um lugar que não lhe corresponde, expõe-se ao ridículo e à vergonha (v. 8s.). A ambição, alterando o correcto conceito de auto-estima, dificulta as relações com os outros. Quem não presume merecer honras especiais pode, pelo contrário, ver-se na situação de receber atenções imprevistas (cf. v. 10). O dom de Deus é gratuito, e não consequência matemática de méritos humanos. Jesus lembra-o àqueles que ambicionam receber reconhecimentos e gratificações. A humildade, isto é, a confiança total em Deus e no seu amor, é condição para acolher a glória e a honra que Deus oferece (cf. 1, 46-48.52; Sl 21, 6-8) e que consiste em estar unido a Ele na obra da salvação (cf. Lc 22, 28-30; Mc 10, 35-40).<br />
Meditatio<br />
O texto evangélico lembra-nos naturalmente o Magnificat: «Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes» (Lc 1, 52). Jesus ensina a não buscarmos os primeiros lugares, mas a escolher os últimos, para termos a alegria de um lugar dado por Ele: «Amigo, sobe mais para cima!» (v. 10). Maria praticou este ensinamento, mais do que qualquer outra criatura.<br />
A palavra do Senhor convida-nos a tomarmos consciência de nós mesmos, a formarmos uma consciência realista que nos faz ver o lugar que ocupamos, a responsabilidade que nos foi confiada, a tarefa que devemos realizar. O presumido costuma ver-se a um espelho que lhe dilata as proporções. Por isso, facilmente se pode dar conta de que está fora do lugar, em situações desagradáveis, se não mesmo prejudiciais, para ele ou para os outros.<br />
Como é útil, pelo contrário, estar no seu lugar! Longe da lógica carreirista, dos delírios do protagonismo – tão em voga nos nossos dias – faz-se a experiência de que a verdadeira humildade não reduz as nossas qualidades, mas nos leva a pô-las generosamente ao serviço dos outros, sem nos exaltarmos.<br />
Quem procura dar nas vistas, dominar sobre os outros, corre o risco de se ver catapultado para o último lugar. Quem, pelo contrário, procura o crescimento e o bem dos outros – como Paulo – alegra-se com tudo o que os possa ajudar, ainda que lhe custe sacrifício. E eu, que procuro?<br />
A nossa vida comunitária, caracteriza-se pela busca e pela vivência da comunhão e não pela competição, pelo arrivismo; caracteriza-se pelo amor oblativo, e não pelo ganho gratuito; vivemos «na comunhão, mesmo para além dos conflitos, e no perdão recíproco» (Cst. 65). É nossa missão contribuir para que esse espírito reine nas relações entre todas as pessoas, sociedades e nações. Suspiramos por uma sociedade mais justa, mais à medida do homem, mais respeitadora da dignidade do homem: Partilhamos as «aspirações dos nossos contemporâneos, como abertura possível ao advento de um mundo mais humano» (Cst. 37). «Queremos contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo» (Cst 32); participar «na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo» (Cst 38), a fim de que «a comunidade humana, santificada pelo Espírito Santo, se torne uma oblação agradável a Deus (cf. Rm 15,16)» (Cst. 31).<br />
Oratio<br />
Senhor, mostra-me, hoje, o meu lugar. Dá-me a graça de clarificar a minha identidade de homem ou mulher crente e de a aceitar com paz e alegria. Que eu não presuma de mim e das minhas qualidades, mas me aceite como sou, ocupe o lugar que me destinas, e procure fazer render ao máximo todos os dons e carismas com que me presenteaste. Que eu não me deixe levar pela tentação do arrivismo, mas aceite com gratidão para contigo, e para com os meus irmãos e irmãs, o lugar e a tarefa que me são destinados. E que, cada dia da minha vida, a minha alma exulte, porque derrubas os poderosos dos seus tronos e exaltas os humildes, porque fazes em mim, e por meio de mim, grandes maravilhas. Magnificat! Magnificat! Amen.<br />
Contemplatio<br />
O demónio transportou Nosso Senhor ao pináculo do Templo e disse-lhe: «Se tu és o filho de Deus, atira-te daqui abaixo».<br />
Nosso Senhor recusou-se evidentemente a ostentar o seu poder por um puro motivo de vaidade.<br />
Amor-próprio, ambição, vaidade, é o apego à sua própria excelência, que é tão perigoso para o padre.<br />
Um coloca a sua complacência no seu pretenso talento; prega-se a si mesmo, mais do que prega o Evangelho. Outro aspira às dignidades, é a sua preocupação.<br />
É menos ardente pelo reino de Deus do que não o é pelo seu próprio. O Coração sacerdotal de Jesus não conheceu estas fraquezas. «Aprendei de Mim, dizia o Salvador, que sou doce e humilde de coração».<br />
Quantas vezes ordena que calem os seus milagres! E quando querem proclamá-lo rei, desaparece para nos ensinar a humildade.<br />
S. Bernardo vivia no Coração de Jesus e conhecia-o bem. Dá-nos estes conselhos de humildade. «Proponde-vos muitas vezes estas três questões: Quem éreis? Nada, quando Deus vos tirou do nada para vos dar o ser. – Que sois? Fumo e pecado que Deus conserva para que não volteis a cair no nada. – Que seríeis? Um saco de vermes sem a mão poderosa de Deus. – Portanto, se tendes alguma coisa de bom dai graças a Deus e dizei-lhe o Magnificat, porque Ele olhou para a baixeza do seu servo. Se caís no pecado, atribuí-o a vós mesmos, porque a liberdade nada sabe senão cometer o pecado. Se observais a lei, dizei ainda: «Nós somos servos inúteis, não fizemos mais do que devíamos fazer».<br />
Jesus aniquilou-se até tomar a forma de um escravo; humilhou-se obedecendo até à morte. «Não procureis, dizia, o primeiro lugar nos festins e nas reuniões, mas o último». «Aquele que se eleva será humilhado e o que se abaixa será elevado».<br />
Quando Jesus lavou os pés dos seus apóstolos, disse-lhes: «Fiz isto para vos dar o exemplo da humildade».<br />
S. Basílio dá-nos estes conselhos: «Sede suaves para com os vossos servos, pacientes com aqueles que vos atacam, humanos com os pequenos. Não repreendais com dureza, não permitais que vos louvem, escondei as vossas virtudes e as vossas vantagens, não deixeis criticar os ausentes. Se for preciso repreender os vossos inferiores, fazei-o com pensamentos de fé». (Leão Dehon, OSP 2, p. 585s.).<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive a palavra:<br />
«Quem se exalta será humilhado, quem se humilha será exaltado» (Lc 14, 11).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-40909305698496153512016-10-27T07:25:00.000-07:002016-10-27T07:25:05.855-07:00XXX Semana – Sexta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 28 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-0686-97c6-bf65-faf4e669794c"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXX Semana – Sexta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Filipenses 1, 1-11<br />
Irmãos: 1Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com seus bispos e diáconos: 2a vós a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo! 3Todas as vezes que me lembro de vós, dou graças ao meu Deus, 4sempre, em toda a minha oração por todos vós. É uma oração que faço com alegria, 5por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6E é exactamente nisto que ponho a minha confiança: aquele que em vós deu início a uma boa obra há-de levá-la ao fim, até ao dia de Cristo Jesus. 7É justo que eu tenha tais sentimentos por todos vós, pois tenho-vos no coração, a todos vós que, nas minhas prisões e na defesa e consolidação do Evangelho, participais na graça que me foi dada. 8Pois Deus é minha testemunha de quanto anseio por todos vós, com a afeição de Cristo Jesus. 9E é por isto que eu rezo: para que o vosso amor aumente ainda mais e mais em sabedoria e toda a espécie de discernimento, 10para vos poderdes decidir pelo que mais convém, e assim sejais puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, 11repletos do fruto da justiça, daquele que vem por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.<br />
A carta aos Filipenses, escrita da prisão, é das mais afectuosas de S. Paulo, manifestando as excelentes relações do Apóstolo coma primeira comunidade cristã na Europa. Paulo, que associa a si Timóteo, não sente necessidade de explicitar a sua condição de apóstolo, totalmente reconhecida pelos Filipenses. Paulo augura-lhes a plenitude dos dons de Deus e de Jesus Cristo ressuscitado e glorioso (v. 2). E, da comunidade dos baptizados, chamados «santos» porque participam da santidade de Deus, apenas menciona os «bispos e diáconos» (v. 1b), a quem está confiado um particular serviço, provavelmente o governo e a administração da comunidade a uns, e o cuidado dos pobres e o anúncio do Evangelho a outros.<br />
Ao agradecer a Deus, o Apóstolo manifesta o seu afecto pelos Filipenses. Lembra-se continuamente deles, reza por eles e manifesta a sua alegria por se terem tornado missionários entusiastas. Paulo verifica que o Espírito do Senhor os anima e está certo de que os fará perseverar até à parusia (v. 6). A estima de Paulo pelos Filipenses tem sólido fundamento: partilham a sua missão, não o abandonam durante o cativeiro, e dão-se activamente à evangelização. Por isso, o Apóstolo tem por eles uma especial ternura, fundada na caridade de Cristo. E Paulo reza e augura o crescimento da caridade que os anima, tornando-os capazes de compreenderem em todas as circunstâncias qual é a vontade de Deus, para que a cumpram e se enriqueçam de boas obras. E assim os encontrará o Senhor quando voltar no fim dos tempos. E Deus será glorificado (vv. 9s.).<br />
Evangelho: Lucas 14, 1-6<br />
Naquele tempo: 1Tendo entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma refeição, todos o observavam. 2Achava-se ali, diante dele, um hidrópico. 3Jesus, dirigindo a palavra aos doutores da Lei e fariseus, disse-lhes: «É permitido ou não curar ao sábado?» 4Mas eles ficaram calados.Tomando-o, então, pela mão, curou-o e mandou-o embora. 5Depois, disse-lhes: «Qual de vós, se o seu filho ou o seu boi cair a um poço, 6não o irá logo retirar em dia de sábado?» E a isto não puderam replicar.<br />
Jesus aproveita a refeição em casa de um chefe dos fariseus para reafirmar a subordinação da lei do sábado à lei do amor (cf. Lc 6, 1-11; 13, 10-17) e evidenciar a redução hipócrita que dela fazem os doutores da lei e os fariseus. Lucas sublinha como a atenção de todos está centrada em Jesus: «todos o observavam» (v. 1b). É, mais uma vez Jesus que, como no caso da cura da mulher curvada, toma a iniciativa. E levanta, Ele mesmo, a controvérsia sobre a observância do preceito sabático, perguntando: «É permitido ou não curar ao sábado?» (v. 3).<br />
Realizada a cura, Jesus interpela, mais uma vez os seus interlocutores com uma questão retórica que tem subentendida a não observância escrupulosa da lei pelos seus adversários, quando nisso há interesse pessoal (v. 5). O silêncio (vv. 4ª.6), com que reagem às perguntas de Jesus, torna clara a incapacidade de impugnar os argumentos do Mestre e as insuficientes razões com que eles defendem a sua interpretação da Lei.<br />
Meditatio<br />
Jesus desmascara a hipocrisia dos seus adversários que têm dois pesos e duas medidas para julgar, conforme estejam ou não em jogo os seus interesses. Se os seus interesses estiverem em jogo, nem o sábado tem importância. Mas se não estão interessados, então sabem recorrer a todo o tipo de objecções, inclusivamente religiosas. Podemos facilmente ver-nos retratados neste evangelho. Quando estamos interessados numa coisa, movemos tudo e todos para alcançá-la ou realizá-la. Mas se nos pedem algo que não queremos dar ou fazer, encontramos mil argumentos, inclusivamente: «agora tenho que ir rezar!». Peçamos ao Senhor que nos ilumine e torne dóceis ao amor. Então saberemos julgar sem preconceitos interessados, teremos o coração livre, puro e magnânimo, tal como o vemos em Paulo no começo da carta aos Filipenses. O Apóstolo diz-lhes que os leva no coração ou, mais precisamente, «nas vísceras» (segundo o termo grego).e que anseia «por todos com a afeição de Cristo Jesus». O amor de Paulo revela-se muitas vezes nestas linhas: vê o bem, alegra-se com ele… E recorda a cooperação dos Filipenses na difusão do Evangelho. Porque os ama, deseja que a sua caridade cresça e torne possível o discernimento e o cumprimento da vontade de Deus. Quanto precisamos de uma caridade idêntica à de Paulo. Há que pedi-la a Deus.<br />
Paulo mostra-nos que, ao contrário do que dizem alguns antigos lugares comuns, o conhecimento de Jesus, acolhê-lo, segui-lo, faz aumentar (e não diminuir) a nossa humanidade, liberta em nós os sentimentos mais profundos e torna-nos capazes de os manifestar na vida com verdade, intensidade e concreção. E onde se manifesta o amor, aí está Deus, aí é glorificado.<br />
Recordemos as desconfianças em relação a certas amizades, dentro ou fora da comunidade. A prudência não deve levar à pusilanimidade e, muito menos, à obsessão pelo medo de eventuais perigos. Pode haver desvios e abusos, quando a relação entre duas pessoas se manifesta como atracção forte e exclusiva, emocional, mórbida, quando isola as pessoas da comunidade, quando é uma amizade fechada. Mas é preciso lembrar a parábola do trigo e do joio, actuando à maneira do dono (Deus) e não à maneira dos servos precipitados e impacientes que, com o jo<br />
io, arrancaram a boa semente (cf. Mt 13, 24-30). Se assim fizermos, pode ficar por realizar aquela importantíssima formação que leva a gerir a nossa afectividade e a saber distinguir a verdadeira amizade, boa e sadia, da amizade adolescente, ciumenta, possessiva, emocional, mórbida, que fecha as pessoas no seu egoísmo e as inclina para a voluptuosidade.<br />
A amizade, é, em primeiro lugar, um dom do Espírito. Quanto mais entramos na intimidade com Deus ou, melhor, quanto mais Deus nos atrai para a Sua intimidade, «para o Seu do Pai» (Jo 1, 18), por meio de Cristo, especialmente na oração contemplativa, mais bebemos o amor na sua fonte, mais experimentamos o Espírito de amor que se derrama sobre nós e verificamos, por experiência própria, a veracidade da afirmação de Paulo: «O amor de Deus foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Verificamos que o amor, não é tanto uma difícil conquista nossa, quanto um dom de Deus. Amamos com um amor verdadeiro porque Deus nos ama.<br />
Oratio<br />
Senhor, quero hoje pedir-te por tantos irmãos e irmãs que, em certos momentos, foram e são mediação do teu amor e da tua ternura para outros irmãos e irmãs. Fortalece-os para que, nas inevitáveis provações, não desistam mas se confirmem e robusteçam na sua opção. Dá a todos nós um coração acolhedor, compreensivo e bom, para que possamos ser apoio dos nossos irmãos, especialmente nas horas difíceis.<br />
Mas livra-nos também, nós to suplicamos, da instrumentalização das leis, mesmo religiosas, e das reduzirmos a um pragmático caminho para o céu. Livra-nos de uma cómoda fé privada. Dá-nos o gosto e a alegria da docilidade ao Espírito, fazendo da nossa vida um serviço ao Evangelho.<br />
Contemplatio<br />
Consideremos agora Jesus nas suas relações com as pessoas amigas e benevolentes. Por toda a parte espalha benefícios e eleva as almas para Deus.<br />
Eis em primeiro lugar as bodas de Caná. Jesus assiste a elas, porque tem laços de parentesco com os esposos. Maria e Ele próprio estão atentos às necessidades desta família e a sua bondade é testemunhado com um belo milagre.<br />
Quando Jesus chama Mateus Levi ao apostolado, aceita uma refeição em sua casa; é para semear um pouco de verdade num meio de publicanos e de mundanos.<br />
Aceita também o convite de Zaqueu, mas que generosidade lhe inspira! Zaqueu dá a metade dos seus bens aos pobres e repara o quádruplo dos danos que pôde causar.<br />
A refeição em casa de Simão de Betânia é muito importante. Jesus queria justificar Madalena e receber a unção que devia pressagiar a sua sepultura próxima. É benevolente para com Simão, mas dá-lhe também úteis lições pondo o seu orgulho farisaico em oposição com a humildade de Madalena.<br />
Jesus acolhe o fariseu Nicodemos que vem vê-lo uma noite para esconder o seu respeito humano. Jesus instrui-o e prepara-o para a fé.<br />
Podemos finalmente considerar Jesus em casa dos seus amigos de Betânia. Como Ele ama esta família! Converte Madalena, encoraja Marta, chora a doença e a morte de Lázaro e ressuscita-o.<br />
Não é proibido ao padre ter amizades puras e sobrenaturais. (Leão Dehon, OSP 2, p. 577).<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive a palavra:<br />
«Seja tudo para glória e louvor de Deus» (cf. Filip 1, 11; cfr Cst 25)<br />
<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-18041507503893220832016-10-26T08:23:00.003-07:002016-10-26T08:23:44.461-07:00 XXX Semana – Quinta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 27 Outubro 2016 - 27.10.2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-0196-6827-ff6f-2c4fd12c3a9a"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXX Semana – Quinta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 6, 10-20<br />
Irmãos: 10Tornai-vos fortes no Senhor e na sua força poderosa. 11Revesti-vos da armadura de Deus, para terdes a capacidade de vos manterdes de pé contra as maquinações do diabo. 12Porque não é contra os seres humanos que temos de lutar, mas contra os Principados, as Autoridades, os Dominadores deste mundo de trevas, e contra os espíritos do mal que estão nos céus. 13Por isso, tomai a armadura de Deus, para que tenhais a capacidade de resistir no dia mau e, depois de tudo terdes feito, de vos manterdes firmes. 14Mantende-vos, portanto, firmes, tendo cingido os vossos rins com a verdade, vestido a couraça da justiça 15e calçado os pés com a prontidão para anunciar o Evangelho da paz; 16acima de tudo, tomai o escudo da fé, com o qual tereis a capacidade de apagar todas as setas incendiadas do maligno. 17Recebei ainda o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. 18Servindo-vos de toda a espécie de orações e preces, orai em todo o tempo no Espírito; e, para isso, vigiai com toda a perseverança e com preces por todos os santos, 19e também por mim; que, quando abrir a minha boca, me seja dada a palavra, para que, corajosamente, dê a conhecer o mistério do Evangelho, 20de que sou embaixador em cadeias; que, nele, eu possa falar aberta e corajosamente, tal como é meu dever.<br />
No mundo são muitas as forças que se opõem a Deus, e ao seu Flho, Jesus Cristo, forças que tentam afastar a criatura do Criador (v. 11b). Estas forças, que não são facilmente identificáveis, são superiores ao homem (v. 12). Todavia o cristão, que vive em comunhão com o Senhor recebe dele a força necessária para o combate (v. 10). Usando imagens militares, Paulo exorta o cristão, despojado do homem velho no baptismo (cfr. Ef 4, 22; Cl 3, 9), a revestir-se adequadamente: o cinturão, a couraça, as sandálias, o escudo, o elmo, a espada simbolizam a «armadura espiritual» da verdade, da justiça, da paz, da fé, da salvação, da palavra de Deus (vv. 14-17). Trata-se de dons que Deus derrama sobre os baptizados e que eles são chamados a acolher e a pôr em prática para viverem a liberdade dos filhos de Deus, livres do medo e das insídias do maligno, fortes e perseverantes nas provações até à realização dos tempos escatológicos (v. 13).<br />
A oração é o meio indispensável para receber os dons de Deus e levar a bom termo a batalha, isto é, viver e agir como cristão. Não se trata, porém, de uma oração qualquer, mas da oração incessante, animada pelo Espírito Santo (v. 18ª). Paulo alerta para o cansaço e para o desânimo, que podem assaltar-nos. Para evitá-los, é preciso rezar uns pelos outros, também por ele, Paulo, enviado a anunciar o Evangelho.<br />
Evangelho: Lucas 13, 31-35<br />
Naquela dia 31aproximaram se alguns fariseus, que disseram a Jesus: «Vai-te embora, sai daqui, porque Herodes quer matar-te.» 32Respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Agora estou a expulsar demónios e a realizar curas, hoje e amanhã; ao terceiro dia, atinjo o meu termo. 33Mas hoje, amanhã e depois devo seguir o meu caminho, porque não se admite que um profeta morra fora de Jerusalém.»<br />
Herodes, com os chefes religiosos de Israel, querem matar Jesus. O Senhor, alertado, com ou sem recta intenção, por alguns deles, reafirma a sua fidelidade ao mandato recebido do Pai: anunciar o tempo da salvação definitiva (cf. 2 Cor 6, 2). A expulsão dos demónios e as curas são sinais dessa salvação já presente (v. 32). Não há maldade humana capaz de mudar os desígnios de Deus.<br />
Lucas nota como Jesus está consciente de que vai ao encontro da morte cruenta (cf. Lc 9, 22; 9, 44; 17, 25; 18, 31-33), sorte idêntica à dos profetas (vv. 33-34ª; cf. 6, 22s.). Tal irá acontecer exactamente em Jerusalém, cujo nome curiosamente significa «Cidade da paz». Jesus anuncia a ruína dessa cidade (v. 35ª), uma ruína material (será destruída pelos romanos), mas também uma ruína espiritual, pois, recusando Jesus, não acolhe a realização das promessas.<br />
Mas o evangelista entrevê na aclamação triunfal de Jesus, ao entrar na cidade (cf. Lc 19, 28-39), o acolhimento do Salvador por Israel, no fim dos tempos, quando hebreus e pagãos, convertidos ao cristianismo, aclamarem juntos o Senhor. Verdadeiramente «os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis» (Rm 11, 29).<br />
Meditatio<br />
A luta faz parte da vida cristã. Paulo, na primeira leitura, fala dessa luta. E pode fazê-lo como ninguém, porque sofreu na sua carne oposições, prisões, inúmeras dificuldades.<br />
Também Jesus, no evangelho de hoje, nos aparece rodeado de oposições. Herodes quer matá-lo, e os fariseus aproveitam para se livrarem d´Ele: «Parte, vai te daqui, porque Herodes quer matar te» (v. 31). O próprio Jesus verifica que Jerusalém, em vez acolher aquele que lhe leva a paz, o combate: Jerusalém mata os profetas e lapida os que lhe são enviados.<br />
Temos, pois, que aceitar que a nossa vida cristã, em qualquer das suas formas, também decorra em ambiente de combate. O combate espiritual sempre fez parte da vida cristã. Os velhos monges do deserto viveram-no intensamente, bem como os santos de todos os tempos. É preciso que também contemos com ele e o combatamos quando surgir a ocasião. Hoje parecemos todos pouco dispostos a isso e, ao primeiro embate, de qualquer inimigo, facilmente cedemos. Mas, sem combate, não há vitória.<br />
Algumas questões: Por quem combater? Contra quem combater? Que armas temos à disposição para o combate?<br />
Demos uma resposta cristã a estas perguntas, e não apenas uma resposta espontânea. Por quem combater? Jesus e S. Paulo não combatem por si mesmos. Jesus mostra claramente isso. Querem matá-lo. Se combatesse por si, tomaria as medidas adequadas. Mas, na realidade, não se preocupa consigo: aceita morrer e continua o seu ministério de salvação. Avança para Jerusalém, cidade que mata os profetas.<br />
Paulo também não combate em seu favor. Preocupa-se em anunciar o Evangelho e mais nada. Nem sequer pede aos cristãos que rezem para que seja libertado, para que ganhe o processo, para que os seus adversários sejam reduzidos à impotência. Rezai também «por mim; que, quando abrir a minha boca, me seja dada a palavra, para que, corajosamente, dê a conhecer o mistério do Evangelho, de que sou embaixador em cadeias; que, nele, eu possa falar aberta e corajosamente, tal como é meu dever» (vv. 19-20). O objectivo do seu combate é realizar o ministério, ser fiel à vocação, espalhar a luz de Deus, dar a conhecer o seu amor. E será o nosso amor que animará tudo o que somos, fazemos e sofremos pelo serviço do Evangelho, pela participação na obra de reconciliação, que cura a humanidade, a reúne no Corpo de Cri<br />
sto e a consagra para Glória e Alegria de Deus (cf. Cst 25).<br />
Oratio<br />
Senhor Jesus, nós Te pedimos por todos os irmãos e irmãs que vivem em situações de provação. Que saibam resistir ao desânimo! Que saibam escutar o convite a recorrerem a Ti e não abandonem a Palavra que escutaram, a verdade em que acreditaram, a justiça que acolheram. Queremos especialmente pedir hoje pelos arautos do Evangelho: que, como Tu, perseverem, contra toda a oposição visível ou invisível. Que sejam fiéis à tua vontade, testemunhas da verdade, que por primeiros receberam, com a única preocupação de que sejas conhecido e amado, louvado e agradecido. Amen.<br />
Contemplatio<br />
O melhor meio de adquirir uma força superior à das tentações é unir-se e abandonar-se inteiramente a Nosso Senhor e ao seu divino Coração. – Os motivos sobrenaturais são as únicas armas nas quais uma alma cuidadosa dos seus interesses eternos possa colocar a sua confiança. E entre estes motivos, os mais poderosos são aqueles que excitam mais Nosso Senhor a participar no combate e que nos trazem assim o socorro de uma graça mais abundante.<br />
Nosso Senhor oferece a sua graça a todos, mas embora a sua graça seja gratuita, ordinariamente não a distribui senão em proporção das garantias que recebe. É preciso, portanto, julgar os sentimentos que Ele experimenta para com as almas nesta distribuição das graças segundo os de um bom pai de família para com as pessoas da sua casa. Um bom pai de família ajuda e defende sempre todos os seus bens; mas nos perigos instantes, presta um socorro mais pronto e mais poderoso à sua esposa, aos seus filhos, do que aos seus servos. Entre estes, protege com mais diligência e mais eficácia os que se tornaram mais caros ao seu coração pela sua afectuosa dedicação e pelos seus cuidados. Em último lugar, virão os escravos, que não se mostram fiéis e exactos senão por medo do castigo.<br />
Em que categoria nos havemos de colocar? Não depende de ninguém tornar-se esposa, esta escolha é reservada ao Senhor. Mas depende de nós tornarmo-nos seus filhos afectuosos. A única condição a preencher, é a de nos abandonarmos totalmente a Nosso Senhor e nos confiarmos ao seu divino Coração, como uma criança se abandona à sua mãe, darmo-nos generosamente a Ele, com amor, com o único objectivo de lhe agradarmos, e de lhe provarmos o nosso amor como for do seu agrado pedi-lo.<br />
Quando a generosidade não vai até ao abandono, quando a preocupação pelos direitos que pretendemos ter sobre o próprio senhor, faz que deixemos dominar em nós, apesar de uma real afeição, a preocupação pela recompensa ligada aos nossos serviços, colocamo-nos entre os servos. E se o interesse domina a afeição, descemos ao nível do mercenário e do escravo. (Leão Dehon, OSP, p. 278s.).<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive a palavra:<br />
«Só Tu, Senhor, és a minha força poderosa» (cf. Ef 6, 10).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-61923770539876001462016-10-25T08:12:00.002-07:002016-10-25T08:12:34.083-07:00XXX Semana – Quarta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 26 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-fc65-e6b8-7d43-dd05aab7f263"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXX Semana – Quarta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 6, 1-9<br />
1Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois é isso que é justo: 2Honra teu pai e tua mãe – tal é o primeiro mandamento, com uma promessa: 3para que sejas feliz e gozes de longa vida sobre a terra. 4E vós, pais, não exaspereis os vossos filhos, mas criai-os com a educação e correcção que vêm do Senhor. 5Escravos, obedecei aos senhores terrenos, com o maior respeito, na simplicidade do vosso coração, como a Cristo: 6não para dar nas vistas, como quem procura agradar aos homens, mas como escravos de Cristo, que fazem a vontade de Deus, do fundo do coração; 7servi de boa vontade, como se servísseis ao Senhor e não a homens, 8sabendo que cada um, escravo ou livre, será recompensado pelo Senhor, conforme o bem que fizer. 9E vós, os senhores, fazei o mesmo para com eles: deixai-vos de ameaças, sabendo que o Senhor, que o é tanto deles como vosso, está nos Céus e diante dele não há acepção de pessoas.<br />
Não só os esposos, mas também os pais e os filhos hão-de viver em recíproca submissão na comum obediência a Cristo (cf. 5,21). Os filhos hão-de lembrar-se do mandamento: «Honra pai e mãe» (Ex 20, 12ª). A obediência aos pais está relacionada com a obediência a Deus, que a ela liga a bênção, expressa em termos de fecundidade (v. 3; cf. Ex 20, 12b). Aos pais é confiada a tarefa da educação dos filhos. Devem realizá-la com suavidade e cuidado, como servidores da obra de Deus (v. 4). É Ele que dá inspiração e orientação a essa educação.<br />
Também as relações entre os escravos e os seus senhores recebem nova luz da mensagem cristã. Trata-se de relações entre pessoas «ambas» submetidas ao mesmo «Senhor» (v. 9b) que, sem qualquer favoritismo, reconhece e aprecia o bem realizado por cada um, e não o estado social que ocupa (v. 8). Para escravos e senhores vale a palavra do Senhor: «Sempre que o fizestes a um dos meus irmãos mais pequenos, foi a Mim que o fizestes» (Mt 25, 40). Quando o escravo, obedecendo ao dono obedece a Cristo, o seu serviço adquire um valor religioso, que exclui o servilismo ou a busca de ambíguas recompensas (vv. 5-7). O dono, por seu lado, deve tratar o escravo como trataria a Cristo, isto é, com o coração animado pela caridade, sem arrogância nem autoritarismo (v. 9ª).<br />
Evangelho: Lucas 13, 22-30<br />
Naquele tempo: 22Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. 23Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes: 24«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. 25Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: ‘Abre-nos, Senhor!’ Mas ele há-de responder-vos: ‘Não sei de onde sois.’ 26Começareis, então, a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.’ 27Responder-vos-á: ‘Repito-vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade.’ 28Lá haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós a serdes postos fora. 29Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul, sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30E há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos.»<br />
O sumário lucano do v. 22 introduz uma nova etapa da viagem de Jesus para Jerusalém. Jesus não responde directamente à pergunta com que abre a nova secção (v. 23), indicando o número dos que se salvam. Mas exorta a estar prontos e solícitos para acolher o Reino que vem. É urgente um compromisso total de todo o nosso ser e forças, como faríamos, se tivéssemos de entrar por uma porta estreita (v. 24). «Hoje» é o momento para esse compromisso: a salvação é o dom de Deus a que se adere fazendo o bem, e não simplesmente reclamando laços familiares com Jesus (vv. 25s.).<br />
A imagem do banquete escatológico, em que participam todos os povos da terra (v. 29), manifesta a salvação oferecida a todos os homens e acolhida por muitos pagãos. Estes, os «últimos» a receber o anúncio do Evangelho, serão os «primeiros» a entrar no reino de Deus, enquanto Israel, o primeiro a ouvi-lo, se verá excluído dele, se não o acolher (v. 30). A salvação não é questão de pertença étnica, mas de fé em Jesus. Não é o ser filhos de Abraão que assegura a salvação, mas o realizar as obras de Abraão (cf. Jo 8, 39) que, na esperança da redenção futura, acreditou e, pela fé foi reconhecido como justo (cf. Tg 2, 23).<br />
Meditatio<br />
No tempo de S. Paulo, a situação social não era melhor que a de hoje: havia escravos e senhores. E não se punha a questão social como se põe hoje, isto é, não se procurava melhorar a condição das classes mais miseráveis e maltratadas, como eram os escravos. De vez em quando, havia revoltas de escravos que eram simplesmente esmagadas. E tudo continuava como dantes. Hoje, pelo contrário, procura-se melhorar a sociedade.<br />
S. Paulo não pensou em novas estruturas sociais, mas procurou transformar as existentes do modo mais profundo. E, se pensarmos bem, o seu método ainda continua a ser o mais decisivo. O papel da Igreja não é criar novas estruturas sociais e económicas, mas introduzir em todos os homens um espírito novo, animado pela consciência da igual dignidade de todos os homens e do amor de Cristo.<br />
Na carta ao Efésios, Paulo prega uma igualdade de fundo. Diz aos escravos: «cada um, escravo ou livre, será recompensado pelo Senhor, conforme o bem que fizer» E diz aos senhores: «Vós, os senhores, fazei o mesmo para com eles… sabendo que para o Senhor…não há acepção de pessoas».<br />
À igualdade fundamental corresponde a igualdade de comportamento. Depois de ter dito aos escravos que sejam obedientes aos senhores como a Cristo, prestando-lhes de boa vontade os serviços, como ao Senhor e não aos homens, Paulo exorta os senhores: «Fazei do mesmo modo para com eles» (v. 9). Esse modo é o «serviço». Os escravos devem servir alegremente os senhores e os senhores devem servir alegremente os escravos. Se assim não for, não terão feito algo de bom e serão julgados e condenados.<br />
É uma verdadeira reviravolta. Paulo não prega a liberdade por meio das reivindicações: quer suscitar em todos a vontade de servir, de prestar um serviço que, no fundo, é serviço de Deus: «servi de boa vontade, como se servísseis ao Senhor» (v. 8). Se assim for, toda a sociedade mudará naturalmente e concretizar-se-á uma igualdade fundamental.<br />
Esta é uma pregação mais difícil do que a da viol&ecirc<br />
;ncia e das reivindicações. Mas é esta a perspectiva cristã, a única que corresponde à caridade divina: amar a todos, também aqueles contra quem temos de lutar. É esta a «porta estreita» pela qual Jesus nos convida a entrar: a porta estreita da caridade, que exige renúncia mas se abre à verdadeira vida, onde o coração se dilata até às dimensões de Deus.<br />
Estes ensinamentos de Paulo podem servir à nossa vida religiosa. Na Congregação: «São todos iguais na mesma profissão de vida religiosa, sem qualquer distinção a não ser a dos ministérios» (Cst. 8). Esta igualdade é unidade na diversidade dos ministérios, e, portanto, dos carismas dados pelo Espírito. O importante é que todos se amem reciprocamente, levando «fraternamente os fardos uns dos outros numa mesma vida comum» (Cst. 8), que é um dom do Pai. As nossas comunidades, onde há vários ministérios, onde há superiores e súbditos, hão-de ser um reflexo da família trinitária (cf. Jo 17, 21-23). Vivendo o «sint unum», tão caro ao Pe. Dehon, realizaremos pessoal e comunitariamente a nossa missão de “Oblatos” (Cst. 6) na Igreja, em favor de Cristo “Para que o mundo creia que Tu (Pai) me enviaste” (Jo 17, 23).<br />
Oratio<br />
Senhor, faz-me compreender e assumir que a comunhão contigo se realiza desde já, sobre a terra, e se há-de prolongar para além da morte. Faz-me compreender e assumir que essa comunhão se realiza fazendo o bem, servindo alegre e generosamente todos os nossos irmãos, pois a fé se torna necessariamente amor que caracteriza as nossas relações com os outros. Faz-me compreender e assumir que a família, a comunidade, a paróquia, são lugares para traduzir a minha fé em relações e comportamentos verdadeiramente fraternos. Que eu saiba levar os fardos dos outros; que respeite os carismas dos meus irmãos, e saiba pôr os meus ao seu serviço. Que, em tudo e sempre, eu contribua para o «sint unum». Para que o mundo creia! Amen.<br />
Contemplatio<br />
O Coração sacerdotal de Jesus foi particularmente dedicado às classes populares.<br />
Era necessário renovar o mundo. Em Roma, a escravatura era como um animal de carga. Dez milhões de cidadãos eram servidos por cem milhões de escravos. Na Palestina, os fariseus eram arrogantes e sem coração.<br />
Só um Deus podia dizer aos homens: «Vós sois todos irmãos» (Mt 23). «Amai-vos uns aos outros» (Jo 15).<br />
É a missão de Jesus, foi sob este aspecto que os profetas no-lo apresentaram: «Será totalmente penetrado pelo Espírito de Deus, trará a boa nova aos pequenos e aos humildes, remediará todos os infortúnios, pregará o grande jubileu, com o perdão das dívidas e a reabilitação dos pobres» (Is 61).<br />
Toda a reforma económica e social está em germe nos princípios que coloca: a paternidade divina e a fraternidade de todos os homens.<br />
Dá o exemplo da simplicidade e do trabalho. Escolheu a oficina para sua morada, os pastores para os seus primeiros adoradores. É operário e filho de operário. Vede-o em Nazaré com a mesa e os utensílios do carpinteiro. Despreza a riqueza, o luxo e as honras. Reclama para os operários a justiça, o respeito, a afeição fraterna.<br />
1º A justiça. – «O trabalhador tem direito ao seu salário, ao seu pão, ao que exige a sua vida quotidiana: Dignus est operarius mercede sua, cibo suo» (Mt 10; Lc 10).<br />
S. Tiago desenvolve este preceito: «Ricos avarentos, exclama, os vossos tesouros atrairão a cólera de Deus sobre vós. Os vossos trabalhadores sofreram nos vossos campos e só lhes destes um salário tardio e insuficiente» (Tg 5).<br />
2º Respeito. – «Bem-aventurados os que são mansos, pacíficos e misericordiosos» (Mt 5). – «Aquele que não tem cuidado com os seus servos é mais desprezível do que um pagão» (1 Tm 5).<br />
3º A afeição fraterna. «Vós sois todos irmãos» (Jo 15). «Não deve haver entre vós distinção entre escravos e homens livres. Non est servus neque liber» (Gl 3). «Amai e praticai a fraternidade» (1 e 2Pd; 1Ts 4). (Leão Dehon, OSP 2, p. 603s.)<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive a palavra:<br />
«Amai e praticai a fraternidade» (1 e 2Pd; 1Ts 4)<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-10941044915774998592016-10-24T10:38:00.000-07:002016-10-24T10:38:05.512-07:00 XXX Semana – Terça-feira – Tempo Comum – Anos Pares 25 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-f7c4-d9e2-28db-e54f2b4cb309"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXX Semana – Terça-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 5, 21-33<br />
Irmãos: 21Submetei-vos uns aos outros, no respeito que tendes a Cristo: 22as mulheres, aos seus maridos como ao Senhor, 23porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja – Ele, o salvador do Corpo. 24Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim as mulheres, aos maridos, em tudo. 25Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, 26para a santificar, purificando-a, no banho da água, pela palavra. 27Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. 28Assim devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. 29De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo; pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja; 30porque nós somos membros do seu Corpo. 31Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne. 32Grande é este mistério; mas eu interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja. 33De qualquer modo, também vós: cada um ame a sua mulher como a si mesmo; e a mulher respeite o seu marido.<br />
Paulo falou demoradamente da vida nova em Cristo (cfr. Ef 4, 17-5,20). Agora vai falar das relações familiares e logo nos oferece (v. 21) uma chave de leitura para toda a secção: unido a Cristo pelo baptismo, o cristão orienta toda a sua vida para o serviço e para a obediência. Hoje escutamos a sua palavra sobre a relação marido-mulher: Como Cristo ama a Igreja, se entrega totalmente a ela, e a cobre de cuidados e atenções, assim o marido deve fazer com a sua mulher (v. 25); como a Igreja responde ao amor de Cristo com a obediência e a submissão, assim a mulher deve fazer em relação ao seu marido (vv. 22-24). O amor de Cristo pela Igreja é, pois, modelo do amor conjugal. É o grande mistério que o Apóstolo anuncia (v. 32).<br />
As exortações são iluminadas e motivadas por alusões ao baptismo. No baptismo, Cristo mostrou o seu amor pela Igreja, tornando-a pura, esposa digna. Nada pode ofuscar a sua beleza ou ser pretexto para o repúdio. Cristo é o garante da fidelidade.<br />
A exortação dirigida ao marido, para que ame a mulher, é valorizada pelo exemplo do corpo (v. 28): a mulher é parte do corpo do marido, uma vez que o matrimónio fez deles uma só carne, tal como a Igreja é parte do único corpo de Cristo. «Alimentar» e «cuidar» são acções do amor que tutela a vida (vv. 29-31).<br />
A insistência na submissão da esposa deve entender-se no contexto da sociedade patriarcal, em que a supremacia do homem era indiscutível, e a mulher era considerada propriedade do marido (cf. Ex 20, 17s.). Com o paralelismo das relações marido-mulher, Igreja-Cristo, a concepção patriarcal assume uma nova tonalidade: a submissão ao marido, repetidamente exortado a amar a mulher, parece assumir o significado de uma resposta ao amor oferecido, mais do que uma passiva sujeição a uma autoridade de que se reconhece o direito natural.<br />
Evangelho: Lucas 13, 18-21<br />
Naquele tempo, 18Disse Jesus: «A que é semelhante o Reino de Deus e a que posso compará-lo? 19É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e deitou no seu quintal. Cresceu, tornou-se uma árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos.» 20Disse ainda: «A que posso comparar o Reino de Deus? 21É semelhante ao fermento que certa mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar levedada toda a massa.»<br />
Depois de se ter manifestado como senhor do tempo, ao curar a mulher curvada em dia de sábado, Jesus manifesta-se como o «hoje» da salvação que se realiza no amor. O reino de Deus está no meio de nós. As duas parábolas do texto evangélico que escutamos hoje revelam-nos duas características desse reino: a sua grande expansão e a sua força transformadora.<br />
Entre as várias narrativas parabólicas que Lucas coloca ao narrar a caminhada de Jesus para Jerusalém, apenas estas duas se referem ao reino de Deus. Esse reino tem uma grande expansão no mundo, graças à pregação dos discípulos. Os modestos começos do ministério de Jesus têm um grande desenvolvimento: a sua palavra que ecoa no mundo inteiro e da qual todos recebem vida, é comparável à árvore cósmica de Daniel (4, 7ª-9), cuja imagem é evocada no crescimento do arbusto de mostarda (vv. 18s.).<br />
Outra característica do reino de Deus é a sua força intrínseca, que realiza um crescimento qualitativo no mundo. Como um pouco de fermento escondido na massa inerte de farinha provoca o seu crescimento, assim o reino de Deus, pela evangelização animada pelo poder do Espírito Santo, transforma todo o mundo, sem qualquer discriminação.<br />
Meditatio<br />
A primeira leitura pode levar-nos a meditar no amor que une o homem e a mulher, e que fazem deles imagem e semelhança com Deus, é a maior e a mais significativa expressão da existência humana. Mas tal não acontece quando esse amor é aviltado, ao ser reduzido a necessidade e a prazer, a exigência psico-biológica, o que pode suceder também entre os cristãos.<br />
As parábolas sobre o Reino animam-nos à confiança e à paciência. À confiança, porque o Senhor nos revela que o reino de Deus cresce em nós. É semelhante a uma pequena semente, mas tem uma grande força, semelhante à de um pouco de fermento que faz levedar três medidas de farinha. O fermento não se vê, mas actua em segredo, tal como a semente está escondida na terra, mas está viva e pode dar origem a uma grande árvore.<br />
O Reino tem, pois, uma grande força dinâmica. Ora, esta força está em nós, porque Deus está em nós, actua em nós para transformar a nossa vida. Por enquanto não vemos o que faz: está escondido, é segredo, mas certamente faz grandes coisas.<br />
A única condição é misturar o fermento em todas as medidas de farinha, como faz a mulher ao amassar. Fora de comparações: devemos guardar em nós este fermento e misturá-lo na nossa vida na oração, na reflexão, na decisão firme; devemos amassar sempre em nós o bom trigo do Evangelho com a nossa vida, não separar a nossa vida da palavra do Senhor, confrontar-nos em todas as situações com as propostas de Jesus, com a sua presença em nós.<br />
O fermento é, também, o pão eucarístico que cada dia nos é oferecido. Recebendo o Corpo real de Cristo, podemos deixar-nos transformar em cada vez mais, e mais profundamente, no Corpo Místico de Cristo.<br />
Acolhendo em nós o Palavra e o Pão, podemos caminhar com confiança e paciência rumo à santidade e pôr-nos ao serviço do Senhor, «contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo» (Cst.<br />
32), para que, «a comunidade humana, santificada pelo Espírito Santo, se torne uma oblação agradável a Deus (cf. Rom 15,16)» (Cst. 31). Assim seremos fermento, luz, sal, testemunhas da «presença de Cristo» entre os homens e do «Reino de Deus que vem» (Cst. 50) ou, «com a graça de Deus, pela nossa vida religiosa, dar um testemunho profético, empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade em Jesus Cristo» (Cst n. 39).<br />
Oratio<br />
Meu Deus, quão grande é o teu mistério! Quando me abro a ele, tremo de espanto. Tu manifestas a tua verdade, isto é, o teu amor pessoal oferecido a todos os homens, por meio da minha frágil existência. Manifesta-lo na união do homem e da mulher. Que a tua vontade se cumpra plenamente em mim, se cumpra em todos os meus irmãos, concretamente naqueles que são chamados à vida matrimonial, para que todos sejamos fermento de vida e de transformação para o mundo em que vivemos e constróis o teu Reino.<br />
Que toda a comunidade humana, transformada pela Palavra e pelo Pão eucarístico, que o teu Espírito torna eficazes, se transforme em oblação santa e agradável para tua glória e alegria. Amen.<br />
Contemplatio<br />
O sacramento da Eucaristia, a maravilha da omnipotência divina, é também o prodígio do amor do Coração de Jesus pelos homens. É por isso que o apóstolo S. João recorda a sua instituição com estas simples palavras: «Como Nosso Senhor tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim».<br />
Este sacramento mostra que não se deve ter medo de ir ter com Nosso Senhor pelos afectos do coração. É fácil compreender que a comunhão do corpo e do sangue de Nosso Senhor é um prodígio de afecto e de amor terno.<br />
No sacramento do altar, Nosso Senhor está vivo. Lá é Deus e homem, homem em corpo e alma. Funde-se total e simultaneamente no corpo e na alma do comungante. Não é isto uma loucura de amor e de amor terno? Somente o seu Coração, o seu Coração transbordante de amor pôde encontrar uma semelhante loucura que exigia pôr em acção todo o seu poder divino. Pôs todo o seu poder ao serviço das loucuras da sua ternura. À loucura da cruz, juntou a loucura de uma comunicação tão íntima que os homens têm dificuldade em concebê-la. É verdade que a sua carne se funde na carne do comungante, a sua alma na alma, o seu coração no coração do fiel, e este abraço inspirado pelo Coração de Jesus ardente de amor dura enquanto durarem as espécies sacramentais. Ele disse: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele».<br />
Há na santa comunhão, diz S. Cirilo, como dois círios que se fundem e juntos se misturam.<br />
O mesmo Padre aplica à Eucaristia o exemplo que S. Paulo dá do fermento que ganha toda a massa da farinha: «Assim, diz, a Hóstia enche todo o homem com a sua graça». (Leão Dehon, OSP 3, p. 664s.).<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive a palavra:<br />
«O Reino de Deus é semelhante ao fermento» (cf. Lc 13, 21).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-54373039633057112682016-10-23T07:33:00.002-07:002016-10-23T07:33:24.225-07:00 XXX Semana – Segunda-feira – Tempo Comum – Anos Pares 24 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-f1f5-6eb0-a48f-bf69ed00fa04"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXX Semana – Segunda-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 4, 32 – 5,8<br />
Irmãos: 32Sede bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo.1Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos bem amados, 2e procedei com amor, como também Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós como oferta e sacrifício de agradável odor. 3Mas de prostituição e qualquer espécie de impureza ou ganância nem sequer se fale entre vós, como é próprio de santos; 4nem haja palavras obscenas, insensatas ou grosseiras; são coisas que não convêm; haja, sim, acção de graças. 5Porque, disto deveis ter a certeza: nenhum fornicador, impuro ou ganancioso – o que equivale a idólatra – tem herança no Reino de Cristo e de Deus. 6Ninguém vos engane com palavras ocas; pois são estas coisas que provocam a ira de Deus contra os rebeldes. 7Não sejais, pois, cúmplices deles. 8É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor. Procedei como filhos da luz.<br />
O baptizado vive em Cristo e é morada do Espírito Santo (cf. Ef 2, 10; 2, 22). Sendo assim, a sua vida e as suas acções devem estar em harmonia com a verdade e a caridade (cf. Ef 4, 5), e contribuir para a comunhão na comunidade (cf. Ef 4, 16). Benevolência, misericórdia e perdão mútuo devem caracterizar as relações entre cristãos, que sabem ter recebido gratuitamente o amor de Deus em Cristo (Ef 4, 32). O nosso modo de agir dos cristãos há-de ser idêntico ao modo de agir de Deus. Vêm-nos à mente as palavras de Jesus: «Sede misericordiosos como o vosso Pai» (Lc 6, 36). Os cristãos, filhos adoptivos de Deus, hão-de viver naquele amor de que Jesus dá exemplo na sua entrega total (Ef 5, 2; cf. Jo 15, 13).<br />
A vida nova em Cristo comporta o abandono de hábitos e tendências que não condizem com o amor. Paulo indica uma série de acções que, manifestando uma relação desordenada com a sexualidade e com os bens, que não têm em conta o único senhorio de Jesus Cristo e do Pai (vv. 3-5). O prazer e o ter, tornados ídolos, as palavras ocas e vulgares, apenas merecem condenação por parte de Deus e exclusão do seu Reino. Daí o insistente convite do Apóstolo a que os Efésios cristãos não sigam aqueles que os querem associar à sua rebelião contra Deus, onde se encontravam antes do baptismo (vv. 6s.). Depois de iluminados pela graça do sacramento, não vivam nas «trevas» do afastamento de Deus, mas na «luz» da comunhão com Ele, uma vez que são filhos.<br />
Evangelho: Lucas 13, 10-17<br />
Naquele tempo, 10Ensinava Jesus numa sinagoga em dia de sábado. 11Estava lá certa mulher doente por causa de um espírito, há dezoito anos: andava curvada e não podia endireitar-se completamente. 12Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade.» 13E impôs-lhe as mãos. No mesmo instante, ela endireitou-se e começou a dar glória a Deus. 14Mas o chefe da sinagoga, indignado por ver que Jesus fazia uma cura ao sábado, disse à multidão: «Seis dias há, durante os quais se deve trabalhar. Vinde, pois, nesses dias, para serdes curados e não em dia de sábado.» 15Replicou-lhe o Senhor: «Hipócritas, não solta cada um de vós, ao sábado, o seu boi ou o seu jumento da manjedoura e o leva a beber? 16E esta mulher, que é filha de Abraão, presa por Satanás há dezoito anos, não devia libertar-se desse laço, a um sábado?» 17Dizendo isto, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.<br />
Jesus prossegue a caminhada para Jerusalém, onde se irá manifestar e onde irá realizar a sua missão salvífica. Lucas coloca ao longo desta caminhada os ensinamentos de Jesus aos discípulos. Eles são chamados a percorrer o mesmo caminho do Mestre, a partirem de Jerusalém (cf. 24, 47; Act 1, 8).<br />
O milagre da cura da mulher curvada é narrado apenas por Lucas. Jesus realiza-a ao sábado, provocando a indignação do chefe da sinagoga. O Senhor aproveita o ensejo para reafirmar o essencial da mensagem evangélica: o amor de Deus, revelado por Jesus, libertando o homem da Lei, que, tendo sido dada para lhe garantir a liberdade, acabara por torná-lo escravo. O amor de Deus é absolutamente gratuito: Jesus curou a mulher sem que ela o pedisse (v. 12). Com o seu gesto, Jesus afirma que o sábado está ao serviço da vida: para quem ama a Deus, deixar de fazer o bem, significa fazer o mal. E é efectivamente “mal” o desprezo do chefe da sinagoga (v. 14); e são “mal” os pensamentos dos adversários de Jesus, para quem o anúncio do reino se torna vergonha (v. 17ª).<br />
A palavra de Jesus realiza o que diz. Os seus gestos nada têm a ver com o espectáculo que davam os taumaturgos orientais. Jesus liberta do espírito maligno, origem do mal, que deforma a imagem do homem (cf. Gn 1, 26ss.), tornando-o escravo, incapaz de erguer os olhos para o Criador (cf. Sl 121, 1; 123, 1). Restituído à dignidade da relação vital com Deus, o homem é cheio de alegria e dá glória ao seu Senhor e Salvador exaltando as suas obras maravilhosas (vv. 13b.17b).<br />
Meditatio<br />
Se tivéssemos assistido à cena que o evangelho de hoje nos refere, não sei de que parte nos colocaríamos. Do lado de Jesus? Do lado do chefe da sinagoga? Hoje, que já conhecemos o Evangelho, colocávamo-nos naturalmente do lado de Jesus. Mas, na vida concreta, facilmente raciocinamos como o chefe da sinagoga!<br />
O cristão é uma pessoa livre da opressão dos seus limites de criatura. Eles não impedem a sua relação pessoal com Deus, porque o próprio Deus a tornou possível em Jesus Cristo. O cristão está livre de qualquer vínculo que torne pesada a convivência humana: o seu único vínculo é o amor, que promove a vida de todos e anima a todos a fazer o bem. Como testemunhar este dom de liberdade? Um modo concreto é comportar-nos no dia a dia como Jesus se comportou, tornando visíveis nos nossos ambientes os atributos de Deus, tais como a misericórdia, o perdão, a benevolência. Mas esse estilo de relação com os outros, muito frequentemente, entra em choque com o da maioria das pessoas. Será que, viver em comunhão com Deus, nos afasta dos outros? Pode acontecer, porque a proposta de um amor que se dá inteiramente se torna incómoda, enquanto que a riqueza, o poder e o sexo se apresentam como mais atraentes. Mas, o cristão, e particularmente o religioso, não podem hesitar na atitude a tomar…<br />
As Constituições lembram-nos que, «pela Sua morte e ressurreição (Cristo) abriu-nos ao dom do Espírito e à liberdade dos filhos de Deus (Rom 8, 21)» (Cst. 11). Jesus fez da Sua morte e ressurreição um Pentecostes. S. João descreve assim a morte de Jesus na cruz: «E inclinando a cabeça, rendeu o espírito» (Jo 19, 30). Em sentido literal,<br />
a expressão significa exalar o último suspiro, expirar. Em sentido místico, frequente em S. João, preanuncia o dom do Espírito (“paradoken to pneuma”= deu o espírito). Esse dom tornou-se imediatamente expresso, na transfixão, pelo sinal da “água” (Jo 19, 34), que brota ao golpe da lança do soldado; dom do Espírito derramado pelo Ressuscitado sobre os discípulos na tarde do dia de Páscoa: «Soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” »(Jo 20, 22). O Espírito é dom amor e «onde está o Espírito há liberdade» (2 Cor 3, 17). É essa liberdade que somos chamados a viver e a testemunhar no nosso mundo, pretensamente livre, mas dominado por tantos preconceitos, e pelas paixões mais desenfreadas.<br />
O Espírito liberta-nos realmente, até de nós mesmos. Basta pensar nos seus preciosos frutos (cf. Gl 5, 22) particularmente no “auto-domínio”, quando, nos nossos pensamentos, desejos, afectos, palavras, acções não nos deixamos guiar pelo nosso eu (egoísmo), mas pelo Espírito de Deus. O mesmo Espírito nos coloca ao serviço da libertação dos homens, em qualquer tempo e circunstância porque, depois de Deus, o mais valioso é o homem concreto.<br />
Oratio<br />
Senhor, sabes quanto desejo erguer os meus olhos para os grandes ideais que me apresentas e vêm ao encontro dos mais profundos anseios da humanidade. Mas também sabes que, muitas vezes, me fico pelo meu próprio egoísmo. Quantas vezes, sentindo o apelo das alturas, me fico por voos rasos. Quantas vezes anseio pela felicidade que és Tu, e me contento com satisfações epidérmicas e passageiras.<br />
Toma, Senhor, mais uma vez, a iniciativa. Restaura em mim a condição em que me deixou o baptismo. Que eu tome consciência da minha dignidade, da minha condição de filho livre para amar e capaz de gestos que libertam cintilas de luz nas trevas da mesquinhez e do egoísmo. Tu és o meu Salvador! Amen.<br />
Contemplatio<br />
Ide, portanto, com confiança. Com o Espírito Santo agindo dentro e a obediência dirigindo de fora, avançareis seguramente na via do amor. Ultrapassareis todas as dificuldades. – Vir obediens, loquetur victorias: O homem obediente cantará vitória (Prov. 21). Sereis conduzidos como pela mão, e não vos perdereis. – Qui agunt omnia cum consilio, reguntur sapientia: Aqueles que tomam conselho para agir são conduzidos pela sabedoria (Prov. 13), evitareis a censura que a Escritura dirige muitas vezes aos presunçosos. – Ne innitaris prudentiae tuae: Não vos confieis na vossa própria prudência (Prov. 3). Esses são insensatos e caem no perigo, enquanto os prudentes e os humildes lhe escapam. – Sapiens timet et declinet a malo; stultus transilit et confidit: O sábio teme e escapa do mal; o insensato é presunçoso e cai (Prov. 14). (Leão Dehon, OSP 2, p. 111).<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive a palavra:<br />
«Cristo amou-me e entregou-se por mim» (cf. Ef 5, 2).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-63157705737654439852016-10-22T06:57:00.002-07:002016-10-22T06:57:31.528-07:00 30º Domingo do Tempo Comum – Ano C 23 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-ecae-1d8a-68d2-75ab2bd3dcf9"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
ANO C<br />
30º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Tema do 30º Domingo do Tempo Comum<br />
A liturgia deste domingo ensina-nos que Deus tem um “fraco” pelos humildes e pelos pobres, pelos marginalizados; e que são estes, no seu despojamento, na sua humildade, na sua finitude (e até no seu pecado), que estão mais perto da salvação, pois são os mais disponíveis para acolher o dom de Deus.<br />
A primeira leitura define Deus como um “juiz justo”, que não se deixa subornar pelas ofertas desses poderosos que praticam injustiças na comunidade; em contrapartida, esse Deus justo ama os humildes e escuta as suas súplicas.<br />
O Evangelho define a atitude correcta que o crente deve assumir diante de Deus. Recusa a atitude dos orgulhosos e auto-suficientes, convencidos de que a salvação é o resultado natural dos seus méritos; e propõe a atitude humilde de um pecador, que se apresenta diante de Deus de mãos vazias, mas disposto a acolher o dom de Deus. É essa atitude de “pobre” que Lucas propõe aos crentes do seu tempo e de todos os tempos.<br />
Na segunda leitura, temos um convite a viver o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo – a exemplo de Paulo. A leitura foge, um pouco, ao tema geral deste domingo; contudo, podemos dizer que Paulo foi um bom exemplo dessa atitude que o Evangelho propõe: ele confiou, não nos seus méritos, mas na misericórdia de Deus, que justifica e salva todos os homens que a acolhem.<br />
LEITURA I – Sir 35,15b-17.20-22a<br />
Leitura do Livro de Ben-Sirá<br />
O Senhor é um juiz<br />
que não faz acepção de pessoas.<br />
Não favorece ninguém em prejuízo do pobre<br />
e atende a prece do oprimido.<br />
Não despreza a súplica do órfão<br />
nem os gemidos da viúva.<br />
Quem adora a Deus será bem acolhido<br />
e a sua prece sobe até às nuvens.<br />
A oração do humilde atravessa as nuvens<br />
e não descansa enquanto não chega ao seu destino.<br />
Não desiste, até que o Altíssimo o atenda,<br />
para estabelecer o direito dos justos e fazer justiça.<br />
AMBIENTE<br />
O livro de Ben Sira foi escrito nos inícios do séc. II a.C. (entre 195 e 171 a.C.), numa altura em que os selêucidas dominavam a Palestina e a cultura helénica – cada vez mais omnipresente – colocava em risco a cultura, a fé e os valores judaicos. O autor do livro (Jesus Ben Sira), preocupado porque muitos dos seus concidadãos se deixavam seduzir pelos valores estrangeiros e negavam as raízes do seu Povo, escreve para defender o património cultural e religioso do judaísmo, a sua concepção de Deus, do mundo, da eleição e da aliança. Procura convencer os seus compatriotas de que Israel possui na sua “Torah”, revelada por Deus, a verdadeira “sabedoria” – uma “sabedoria” muito superior à “sabedoria” grega.<br />
O texto que nos é proposto insere-se num pacote de sentenças em que Jesus Ben Sira procura apontar aos seus concidadãos o caminho da verdadeira “sabedoria” (cf. Ben Sira 34,21-35,26). Esse “caminho” passa pela prática de uma “religião verdadeira”, isto é, pelo cumprimento rigoroso dos mandamentos da “Torah”, nomeadamente no que diz respeito à vivência da justiça comunitária e ao respeito pelos direitos dos mais pobres… Nestas sentenças, Jesus Ben Sira avisa que Deus não pode ser comprado com actos de culto, por parte daqueles que praticam a injustiça e que escravizam os irmãos. O apelo do autor vai, portanto, no sentido de que sejam cumpridos os mandamentos da Lei e sejam respeitados os direitos dos pobres e dos débeis. É essa a verdadeira religião que Deus exige do homem. Aqueles que pretendem ser sábios não podem cometer injustiças de manhã e à tarde aparecer no Templo a afirmar a sua fé e a sua comunhão com Deus, através da oferta de vultuosos sacrifícios de animais. Isso seria, praticamente, comprar Deus e fazer dele cúmplice da injustiça… E Deus não aceita esse esquema.<br />
MENSAGEM<br />
Deus é, então, um juiz justo (é daqui que parte o nosso texto), que não faz acepção de pessoas, que não aceita ser cúmplice dos opressores, que não Se deixa subornar pelos presentes dos ricos e não desiste de fazer justiça aos pobres (são explicitamente nomeados os órfãos e as viúvas – as duas figuras paradigmáticas dos desprotegidos, que só tinham Deus para os defender da prepotência dos grandes).<br />
Por outro lado, Jesus Ben Sira insiste em que Deus escuta sempre as preces dos débeis e que está atento aos gritos de revolta daqueles que são vítimas da injustiça. Assim, os humildes que sofrem a opressão e a prepotência dos poderosos são convidados a apresentar a Deus as suas queixas, até que Ele restabeleça o direito e a justiça.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão pode fazer-se a partir das seguintes sugestões:<br />
• Este texto põe, antes de mais, o problema do que é fundamental na experiência religiosa… Sugere que a “verdadeira religião” não passa pelos ritos, mas por uma vida verdadeiramente comprometida com os mandamentos, nomeadamente com o mandamento do amor aos irmãos… Não é verdadeira a religião daqueles que pagam as festas da paróquia, mas não pagam justamente aos seus operários; não é verdadeira a religião daqueles que ao domingo depositam na bandeja do peditório algumas notas gordas, mas não respeitam a dignidade e a liberdade dos outros; não é verdadeira a religião daqueles que fazem “promessas”, para que Deus os ajude a concluir com êxito um negócio duvidoso em que alguém vai sair prejudicado… Uma religião desligada da vida é uma religião falsa, incoerente, hipócrita, com a qual Deus não quer ter nada a ver…<br />
• O texto revela também, uma vez mais, que o nosso Deus tem um fraco pelos pobres, pelos débeis, pelos oprimidos, por aqueles que o mundo considera “vencidos” e sem peso. Atenção: Deus ama-os e não deixa passar em claro qualquer injustiça cometida contra eles ou qualquer comportamento que viole a sua dignidade. E os crentes, “filhos de Deus”, são convidados a actuar com a mesma lógica de Deus… Sou, como Deus, sensível ao apelo dos pobres, vítimas da injustiça, da segregação, da exclusão? Luto, com coerência, contra tudo o que gera morte, infelicidade, exploração, injustiça, miséria? Aqueles que não encontram lugar na mesa dos privilegiados deste mundo encontram, através de mim, o rosto misericordioso e bondoso do Deus que os ama?<br />
• A oração do pobre e do desvalido chega sempre aos ouvidos de Deus… Deus não vira, nunca, as costas a quem chama por Ele e vê n’Ele a esperança e a salvação. Isto é algo que eu devo ter sempre presente, nomeadamente nos momentos mais dramáticos da minha<br />
existência, quando tudo cai à minha volta. A Palavra de Deus que hoje nos é oferecida garante-nos: Deus escuta a oração do pobre (e, no contexto bíblico, dizer que “escuta” significa dizer que Ele se prepara para intervir e para trazer àquele que sofre a libertação e a vida).<br />
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 33 (34)<br />
Refrão 1: O pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz.<br />
Refrão 2: O Senhor ouviu o clamor do pobre.<br />
A toda a hora bendirei o Senhor,<br />
o seu louvor estará sempre na minha boca.<br />
A minha alma gloria-se no Senhor:<br />
escutem e alegrem-se os humildes.<br />
A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal,<br />
para apagar da terra a sua memória.<br />
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu,<br />
livrou-os de todas as angústias.<br />
O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado<br />
e salva os de ânimo abatido.<br />
O Senhor defende a vida dos seus servos,<br />
não serão castigados os que n’Ele confiam.<br />
LEITURA II – 2 Tim 4,6-8.16-18<br />
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo<br />
Caríssimo:<br />
Eu já estou oferecido em libação<br />
e o tempo da minha partida está iminente.<br />
Combati o bom combate,<br />
terminei a minha carreira,<br />
guardei a fé.<br />
E agora já me está preparada a coroa da justiça,<br />
que o Senhor, justo juiz, me há-de dar naquele dia;<br />
e não só a mim, mas a todos aqueles<br />
que tiverem esperado com amor a sua vinda.<br />
Na minha primeira defesa, ninguém esteve a meu lado:<br />
todos me abandonaram.<br />
Queira Deus que esta falta não lhes seja imputada.<br />
O Senhor esteve a meu lado e deu-me força,<br />
para que, por meu intermédio,<br />
a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada<br />
e todas as nações a ouvissem;<br />
e eu fui libertado da boca do leão.<br />
O Senhor me livrará de todo o mal<br />
e me dará a salvação no seu reino celeste.<br />
Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Amen.<br />
AMBIENTE<br />
Mais uma vez a liturgia traz-nos um texto da Segunda Carta a Timóteo. Embora atribuída a Paulo, trata-se (como, aliás, já vimos nos domingos anteriores) de uma carta escrita por um autor desconhecido, em finais do séc. I ou princípios do séc. II. Para os crentes da segunda geração cristã, é uma época de perseguições, de divisões, de heresias e, portanto, de confusão e de desânimo. Nesse contexto, um cristão anónimo, usando o nome de Paulo, escreveu a pedir aos seus irmãos na fé que se mantivessem fiéis à missão que Deus lhes confiou. O seu objectivo era revitalizar a fé e o entusiasmo dos crentes.<br />
MENSAGEM<br />
O autor da carta apresenta-se na pele de Paulo, prisioneiro em Roma; e nessa pele, faz um balanço final da sua vida e da sua entrega ao serviço do Evangelho.<br />
A vida de Paulo foi, desde o seu encontro com Cristo ressuscitado na estrada de Damasco, uma resposta generosa ao chamamento e um compromisso total com o Evangelho. Por Cristo e pelo Evangelho, Paulo lutou, sofreu, gastou e desgastou a sua vida, num dom total, para que a salvação de Deus chegasse a todos os povos da terra. No final, ele sente-se como um atleta que lutou até ao fim para vencer e está satisfeito com a sua prestação. Resta-lhe receber essa coroa de glória, reservada aos atletas vencedores (e que Paulo sabe não estar reservada apenas a ele, mas também a todos aqueles que lutam com o mesmo denodo e o mesmo entusiasmo pela causa do “Reino”).<br />
Para definir a sua vida como dom total a Deus e aos irmãos, Paulo utiliza aqui uma imagem bem sugestiva: a imagem da vítima imolada em sacrifício. Paulo fez da sua vida um dom total, ao serviço do Evangelho; a sua entrega foi um sacrifício cultual a Deus. Agora, para que o sacrifício seja total, só resta coroar a sua entrega com o dom do seu sangue… A referência à oferta “em libação” faz referência aos sacrifícios em que se vertia o vinho sobre o altar, imediatamente antes de ser imolada a vítima sacrificial.<br />
Há duas maneiras de dar a vida por Cristo: uma é gastá-la dia a dia na tarefa de levar a libertação que Cristo veio propor a todos os povos da terra; outra é derramar, de uma vez, o sangue por causa da fé e do testemunho de Cristo… Paulo conheceu as duas modalidades; imitar Paulo é um desafio que o autor da Carta a Timóteo faz aos discípulos do seu tempo e de todos os tempos.<br />
Na segunda parte do nosso texto (vers. 16-18), o autor desta carta põe na boca de Paulo o lamento desiludido de um homem cansado que, apesar de ter oferecido a sua vida como dom aos irmãos se sente, no final, votado ao abandono e à solidão… Mas, apesar de tudo, Paulo tem consciência de que Deus esteve a seu lado ao longo da sua caminhada, lhe deu a força de enfrentar as dificuldades, o livrou de todo o mal e lhe dará, no final da caminhada, a vida definitiva. Daí o louvor com que Paulo termina: “glória a Ele pelos séculos sem fim. Amen”. É esta a atitude que o autor da carta pede aos seus irmãos: apesar do desânimo, do sofrimento, da tribulação, descubram a presença de Deus, confiem na sua força, mantenham-se fiéis ao Evangelho: assim recebereis, sem dúvida, a salvação definitiva que Deus reserva a quem combateu o bom combate da fé.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão pode fazer-se a partir das seguintes linhas:<br />
• Paulo foi uma das figuras que marcou, de forma decisiva, a história do cristianismo. Ao olharmos para o seu exemplo, impressiona-nos como o encontro com Cristo marcou a sua vida de forma tão decisiva; espanta-nos como ele se identificou totalmente com Cristo; interpela-nos a forma entusiasmada e convicta como ele anunciou o Evangelho em todo o mundo antigo, sem nunca vacilar perante as dificuldades, os perigos, a tortura, a prisão, a morte; questiona-nos a forma como ele quis viver ao jeito de Cristo, num dom total aos irmãos, ao serviço da libertação de todos os homens. Paulo é, verdadeiramente, um modelo e um testemunho que deve interpelar, desafiar e inspirar cada crente.<br />
• O caminho que Paulo percorreu continua a não ser um caminho fácil. Hoje, como ontem, descobrir Jesus e viver de forma coerente o compromisso cristão implica percorrer um caminho de renúncia a valores a que os homens dos nossos dias dão uma importância fundamental; implica ser incompreendido e, algumas vezes, maltratado; implica ser olhado com desconfiança e, algumas vezes, com comiseração… Contudo, à luz do testemunho de Paulo, o caminho cristão vivido com radicalidade é um caminho que vale a pena, pois conduz à vida plena. Concordo? É este o caminho que eu me esforço por percorrer?<br />
• Convém ter sempre presente esse dado fundamental que deu sentido às apostas de Paulo: aquele que escolhe Cristo não está só, ainda que tenha sido abandonado e traído por amigos e conhecidos; o Senhor está a seu lado, dá-lhe força, anima-o e livra-o de todo o mal. Animados por esta certeza,<br />
temos medo de quê?<br />
ALELUIA – 2 Cor 5,9<br />
Aleluia. Aleluia.<br />
Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo<br />
e confiou-nos a palavra da reconciliação.<br />
EVANGELHO – Lc 18,9-14<br />
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas<br />
Naquele tempo,<br />
Jesus disse a seguinte parábola<br />
para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros:<br />
«Dois homens subiram ao templo para orar;<br />
um era fariseu e o outro publicano.<br />
O fariseu, de pé, orava assim:<br />
‘Meu Deus, dou-Vos graças<br />
por não ser como os outros homens,<br />
que são ladrões, injustos e adúlteros,<br />
nem como este publicano.<br />
Jejuo duas vezes por semana<br />
e pago o dízimo de todos os meus rendimentos’.<br />
O publicano ficou a distância<br />
e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu;<br />
Mas batia no peito e dizia:<br />
‘Meu Deus, tende compaixão de mim,<br />
que sou pecador’.<br />
Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa<br />
e o outro não.<br />
Porque todo aquele que se exalta será humilhado<br />
e quem se humilha será exaltado».<br />
AMBIENTE<br />
Mais uma vez, Lucas coloca-nos no “caminho de Jerusalém”, para nos deixar uma lição sobre o “Reino”. Desta vez, Jesus propõe uma parábola “para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros”. Os protagonistas da história são um fariseu e um publicano.<br />
Os “fariseus” formavam um dos grupos mais interessantes e com mais impacto na sociedade palestina do tempo de Jesus. Descendentes desses “piedosos” (“hassidim”) que apoiaram o heróico Matatias na luta contra Antíoco IV Epifanes e a helenização forçada, eram os defensores intransigentes da “Torah” (quer da “Torah” escrita, quer da “Torah” oral – isto é, dos preceitos não escritos, mas que os fariseus tinham deduzido da “Torah” escrita); no dia a dia, procuravam cumprir escrupulosamente a Lei e esforçavam-se por ensinar a Lei ao Povo: só assim – pensavam eles – o Povo chegaria a ser santo e o Messias poderia vir trazer a salvação a Israel. Tratava-se de um grupo sério, verdadeiramente empenhado na santificação do Povo de Deus. No entanto, o seu fundamentalismo em relação à “Torah” será, várias vezes, criticado por Jesus: ao afirmarem a superioridade da Lei, desprezavam muitas vezes o homem e criavam no Povo um sentimento latente de pecado e de indignidade que oprimia as consciências.<br />
Os “publicanos” estavam ligados à cobrança dos impostos, ao serviço das forças romanas de ocupação. Tinham fama de utilizar o seu cargo para enriquecer de modo imoral; e é preciso dizer que, na generalidade, essa fama era bem merecida. De acordo com a Mishna, estavam afectados permanentemente de impureza e não podiam sequer fazer penitência, pois eram incapazes de conhecer todos aqueles a quem tinham defraudado e a quem deviam uma reparação. Se um publicano, antes de aceitar o cargo, fazia parte de uma comunidade farisaica, era imediatamente expulso dela e não podia ser reabilitado, a não ser depois de abandonar esse cargo. Quem exercia tal ofício, estava privado de certos direitos cívicos, políticos e religiosos; por exemplo, não podia ser juiz nem prestar testemunho em tribunal, sendo equiparado ao escravo.<br />
MENSAGEM<br />
No fariseu e no publicano da parábola, Lucas põe em confronto dois tipos de atitude face a Deus.<br />
O fariseu é o modelo de um homem irrepreensível face à Lei, que cumpre todas as regras e leva uma vida íntegra. Ele está consciente de que ninguém o pode acusar de cometer acções injustas, nem contra Deus, nem contra os irmãos (e, aparentemente, é verdade, pois a parábola não nos diz que ele estivesse a mentir). Evidentemente, está contente (e tinha razões para isso) por não ser como esse publicano que também está no Templo: os fariseus tinham consciência da sua superioridade moral e religiosa, sobretudo em relação aos pecadores notórios (como é o caso deste publicano).<br />
O publicano é o modelo do pecador. Explora os pobres, pratica injustiças, trafica com a miséria e não cumpre as obras da Lei. Ele tem, aliás, consciência da sua indignidade, pois a sua oração consiste apenas em pedir: “meu Deus, tende compaixão de mim que sou pecador”.<br />
O comentário final de Jesus sugere que o publicano se reconciliou com Deus (a expressão utilizada é “desceu justificado para sua casa” – o que nos leva à doutrina paulina da justificação: apesar de o homem viver mergulhado no pecado, Deus, na sua misericórdia infinita e sem que o homem tenha méritos, salva-o). Porquê?<br />
O problema do fariseu é que pensa ganhar a salvação com o seu próprio esforço. Para ele, a salvação não é um dom de Deus, mas uma conquista do homem; se o homem levar uma vida irrepreensível, Deus não terá outro remédio senão salvá-lo. Ele está convencido de que Deus lhe deve a salvação pelo seu bom comportamento, como se Deus fosse apenas um contabilista que toma nota das acções do homem e, no fim, lhe paga em consequência. Ele está cheio de auto-suficiência: não espera nada de Deus, pois – pensa ele – os seus créditos são suficientes para se salvar. Por outro lado, essa auto-suficiência leva-o, também, ao desprezo por aqueles que não são como ele; considera-se “à parte”, “separado”, como se entre ele e o pecador existisse uma barreira… É meio caminho andado para, em nome de Deus, criar segregação e exclusão: é aí que leva a religião dos “méritos”.<br />
O publicano, ao contrário, apoia-se apenas em Deus e não nos seus méritos (que, aliás, não existem). Ele apresenta-se diante de Deus de mãos vazias e sem quaisquer pretensões; entrega-se apenas nas mãos de Deus e pede-Lhe compaixão… E Deus “justifica-o” – isto é, derrama sobre ele a sua graça e salva-o – precisamente porque ele não tem o coração cheio de auto-suficiência e está disposto a aceitar a salvação que Deus quer oferecer a todos os homens.<br />
Esta parábola, destinada a “alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros”, sugere que esses que se presumem de justos estão, às vezes, muito longe de Deus e da salvação.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
Para reflectir e actualizar este texto, considerar os seguintes dados:<br />
• Este texto coloca, fundamentalmente, o problema da atitude do homem face a Deus. Desautoriza completamente aqueles que se apresentam diante de Deus carregados de auto-suficiência, convencidos da sua “bondade”, muito certos dos seus méritos, como se pudessem ser eles a exigir algo de Deus e a ditar-Lhe as suas condições; propõe, em contrapartida, uma atitude de reconhecimento humilde dos próprios limites, uma confiança absol<br />
uta na misericórdia de Deus e uma entrega confiada nas mãos de Deus. É esta segunda atitude que somos convidados a assumir.<br />
• Este texto coloca, também, a questão da imagem de Deus… Diz-nos que Deus não é um contabilista, uma simples máquina de recompensas e de castigos, mas que é o Deus da bondade, do amor, da misericórdia, sempre disposto a derramar sobre o homem a salvação (mesmo que o homem não mereça) como puro dom. A única condição para “ser justificado” é aceitar humildemente a oferta de salvação que Ele faz.<br />
• A atitude de orgulho e de auto-suficiência, a certeza de possuir qualidades e méritos em abundância, acaba por gerar o desprezo pelos irmãos. Então, criam-se barreiras de separação (de um lado os “bons”, de outro os “maus”), que provocam segregação e exclusão… Isto acontece com alguma frequência nas nossas comunidades cristãs (e até em muitas comunidades religiosas). Como entender isto, à luz da parábola que Jesus hoje nos propõe?<br />
• Nos últimos séculos os homens desenvolveram, a par de uma consciência muito profunda da sua dignidade, uma consciência muito viva das suas capacidades. Isto levou-os, com frequência, à presunção da sua auto-suficiência… O desenvolvimento da tecnologia, da medicina, da química, dos sistemas políticos convenceram o homem de que podia prescindir de Deus pois, por si só, podia ser feliz. Onde nos tem conduzido esta presunção? Podemos chegar à salvação, à felicidade plena, apenas pelos nossos próprios meios?<br />
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)<br />
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.<br />
Ao longo dos dias da semana anterior ao 30º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.<br />
2. PALAVRA CELEBRADA NA EUCARISTIA.<br />
A Palavra de Deus não se limita ao tempo da proclamação e da escuta da Palavra. Na preparação da celebração, procurar que algumas expressões da liturgia da Palavra estejam presentes no momento penitencial, nalguma intenção da oração dos fiéis, num momento de acção de graças…<br />
3. BILHETE DE EVANGELHO.<br />
O fariseu não reza a Deus, gaba-se daquilo que é, compara-se como sendo o melhor de todos. Ele crê não ter necessidade de ser salvo, ajudado, perdoado; não tem necessidade de Deus. Repartirá com o seu orgulho, privado do amor misericordioso de Deus. Quanto ao publicano, volta-se para Deus, suplica-Lhe para ter piedade, reconhece a sua miséria, mas conta com a misericórdia de Deus. Evidentemente, Deus ouve a oração deste último e atende-o; ele reparte de modo diferente, pois Deus faz dele um justo. Não esqueçamos que Jesus conta esta história em relação a certos homens que estavam convencidos de serem justos e desprezavam todos os outros. Com efeito, eis o sentido da história: Jesus não põe em causa a justiça destes homens, como não põe em causa a rectidão e a generosidade do fariseu que ultrapassa as exigências da Lei; o que Jesus critica ao fariseu da parábola e, sobretudo, aos seus ouvintes é que eles desprezavam todos os outros. Ora, não se pode entrar em relação com Deus quando se manifesta desprezo em relação aos irmãos: “Aquele que diz que ama a Deus e não ama o seu irmão é um mentiroso”.<br />
4. À ESCUTA DA PALAVRA.<br />
Este fariseu é vilão, nada simpático, olhando apenas os seus méritos, tomando-se por modelo de virtudes! Este publicano, que exemplo de humildade! Não se coloca à frente, baixa os olhos, reconhece-se pecador! Atenção! Não andemos demasiado depressa! O fariseu é um homem profundamente religioso, habitado pela preocupação em obedecer à Lei de Deus. Vai ao Templo para rezar e a sua fé impregna toda a sua vida. Mais ainda, dá à sua fé uma cor de acção de graças. E Jesus não havia dito “aquele que violar um dos mais pequenos preceitos da Lei será tido como o mais pequeno no Reino”? O publicano, ao contrário, é um homem a não frequentar. Fica à distância, porque lhe é proibido entrar no Templo. É um colaborador dos Romanos, contaminado pela impureza dos pagãos. E é um “ladrão profissional”, como Zaqueu! Finalmente, o fariseu tem razão em experimentar um sentimento de desprezo para com este publicano que todo o mundo detesta. O próprio Jesus havia dito: “Se o teu irmão pecar e recusar escutar a comunidade, seja para ti como o pagão e o publicano”. Sabendo isso, como não ficar chocado com a palavra de Jesus: “Quando o publicano voltou a casa, foi ele que se tornou justo e não o fariseu”? Leiamos mais atentamente. O que está no centro da parábola não é o fariseu nem o publicano. É Deus. Deus deu a Lei a Moisés, mas nunca disse que Se identificava pura e simplesmente com os preceitos jurídicos. Pelo contrário, com os profetas, não pára de dizer que é um Deus que não faz senão amar o seu povo. É esse traço do rosto de Deus que Jesus veio não somente privilegiar, mas colocar à frente de todos os outros aspectos. O seu nome é Pai. Jesus dirá: “É a misericórdia que eu quero, não os sacrifícios”. Com o fariseu, Deus não tem mais nada a fazer: ele é justo em si mesmo. O publicano, não tendo qualquer mérito a dar, só tem a receber. E justamente Deus quer dar, dar-Se, gratuitamente. Ele pode então “ajustar” o publicano ao seu amor. Finalmente, somos convidados, nós também, a perguntar em que Deus acreditamos.<br />
5. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.<br />
Pode-se escolher a Oração Eucarística II, que sublinha a santidade e a justiça de Deus, o único santo, e parece bem adaptada à Palavra proclamada neste domingo.<br />
6. PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA…<br />
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “O Senhor é um juiz que não faz acepção de pessoas…”; “Quem adora a Deus será bem acolhido…”; “A toda a hora bendirei o Senhor…”; “O Senhor está a meu lado e dá-me força…”; “Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador…” Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…<br />
<br />
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS<br />
PROPOSTA PARA<br />
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS<br />
Grupo Dinamizador:<br />
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho<br />
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)<br />
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal<br />
Tel. 218540900 – Fax: 218540909<br />
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.pt</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-80751237351782026942016-10-21T08:38:00.003-07:002016-10-21T08:38:32.993-07:00 XXIX Semana – Sábado – Tempo Comum – Anos Pares 22 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-e7e4-5e42-44d4-9fecacca15a5"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXIX Semana – Sábado<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 4, 7-16<br />
Irmãos: 7A cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo. 8Por isso se diz: Ao subir às alturas, levou cativos em cativeiro, deu dádivas aos homens. 9Ora, este «subiu» que quer dizer, senão que também desceu às regiões inferiores da terra? 10Aquele que desceu é precisamente o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, a fim de encher o universo. 11E foi Ele que a alguns constituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres, 12em ordem a preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do Corpo de Cristo, 13até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo. 14Assim, deixaremos de ser crianças, batidos pelas ondas e levados por qualquer vento da doutrina, ao sabor do jogo dos homens, da astúcia que maliciosamente leva ao erro; 15antes, testemunhando a verdade no amor, cresceremos em tudo para aquele que é a cabeça, Cristo. 16É a partir dele que o Corpo inteiro, bem ajustado e unido, por meio de toda a espécie de articulações que o sustentam, segundo uma força à medida de cada uma das partes, realiza o seu crescimento como Corpo, para se construir a si próprio no amor.<br />
Paulo falou da beleza de nos sentirmos participantes de um só corpo, a Igreja, e da importância da unidade. Agora fala também da variedade e da riqueza dos dons que, distribuídos por Cristo ao subir ao céu, são personalizados. O Apóstolo exemplifica dizendo que Jesus, ao subir ao mais alto, para tudo encher da sua vida e da sua graça, chamou alguns para serem Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. Cada um recebeu um dom em vista de uma missão específica. Mas tudo e todos estão ordenados para o bem do «corpo de Cristo» (v. 12), que é a Igreja. Na medida em que cada um gerir bem o carisma ou carismas recebidos, isto é, operando «a verdade na caridade» (v. 15), encontra a sua própria realização, crescendo até à «plena maturidade de Cristo» (v. 13), que vem do tender continuamente para Ele «que é a Cabeça» (. 15b).<br />
Alcançar essa maturidade, vivendo a solidariedade, é uma felicidade. E concorre para o crescimento de todo o corpo a que preside a Cabeça. Por isso Paulo avisa contra o perigo viver como «crianças, batidos e levados por qualquer vento da doutrina, ao sabor do jogo dos homens, da astúcia que maliciosamente leva ao erro» (v. 14). O Apóstolo retoma o tema dos carismas em 1 Cor 12, 4-21).<br />
Evangelho: Lucas 13, 1-9<br />
Naquele tempo: 1apareceram alguns a falar-lhe dos galileus, cujo sangue Pilatos tinha misturado com o dos sacrifícios que eles ofereciam. 2Respondeu-lhes:«Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido?<br />
3Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos igualmente. 4E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 5Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, perecereis todos da mesma forma.» 6Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. 7Disse ao encarregado da vinha: ‘Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?’ 8Mas ele respondeu: ‘Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. 9Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.’»<br />
Jesus aproveita dois acontecimentos ocorridos em Jerusalém para dar alguns ensinamentos: Pilatos mandou matar alguns Galileus enquanto ofereciam sacrifícios no templo; cerca de 18 pessoas morreram devido à queda da torre de Siloé. Perante tais factos, conhecidos por todos, Jesus aponta a urgência da conversão (vv. 3-5). Caso contrário, é a perdição. Mas também ensina que Deus não é uma espécie de vigilante sempre à coca de qualquer falta da nossa parte para nos castigar. Não podemos, pois, ler as calamidades da vida – nossa ou dos outros – como punições divinas. O tempo da nossa vida é aquele que é. Não sabemos quando irá terminar. Portanto, é sempre tempo de dar frutos de boas obras… enquanto tivermos tempo.<br />
A parábola do dono que procura frutos na figueira plantada na sua vinha, completa o ensinamento sobre a conversão, evidenciando outro aspecto muito importante: a paciência de Deus, a sua imensa misericórdia e vontade de salvação. A figueira é certamente uma alusão a Israel que, afastando-se continuamente de Deus, não dá os frutos esperados (cf. Is 5, 1-7; Jr 8, 13). Mas o adiamento em abatê-la e os cuidados amorosos para ver se dá frutos expressam a mediação de salvação realizada por Jesus, com a sua intercessão junto do Pai. Esta acção de Jesus não é só em favor de Israel, mas de todos nós, hoje.<br />
Meditatio<br />
Só uma árvore que atingiu a maturidade pode dar frutos. Esta imagem faz-nos ver a ligação entre o evangelho de hoje e a primeira leitura, em que Paulo fala da conversão permanente em vista da plena maturidade cristã. Num mundo tornado opaco pelo egoísmo e fechado no mais mesquinho calculismo e no individualismo, é importante que cada um de nós descubra os «dons» que Deus nos fez. Então, dar-nos-emos conta de que somos amados e ricos de tudo o que é específico da nossa pessoa. Em vez de nos abandonarmos à lógica mundana do “faz o que te apetece”, actualizaremos o convite a aproveitar os nossos dias e a misericórdia de Deus para nos convertermos. Converter-nos ao mistério de Cristo como corpo místico de que somos membros. Converter-nos à «verdade no amor» (v. 15), mas em solidariedade com os outros membros do corpo de Jesus, colaborando para o bem de todos com a força que o Espírito nos dá, reforçando os nossos dons naturais.<br />
Hoje, quero fazer o ponto da situação. Sou ainda como as «crianças», batido e levado «por qualquer vento da doutrina, ao sabor do jogo dos homens, da astúcia que maliciosamente leva ao erro»? (v. 14). Deixo-me levar pela lógica humana, ou deixo-me encher de graça, identificando bem qual é o meu chamamento pessoal na Igreja e contribuindo com os meus dons para o seu crescimento harmónico? E, em relação à minha comunidade? Não esqueçamos que a comunidade é para cada um de nós um “lugar teológico”, onde o Pai nos manifesta o Seu amor, onde se realiza a nossa santidade, a nossa plena maturidade em Cristo, pela efusão dos dons do Espírito, pela prática dos carismas, pela irradiação dos frutos do Espírito, pela vivência das bem-aventuranças. Na comunidade, em co<br />
ntacto com os irmãos, a minha vida pode tornar-se uma «missa permanente» (Cst. 5). Assim a minha pobreza, e a dos meus irmãos, é repleta pela riqueza de Cristo e pelos dons do Espírito que me vêm directamente dele ou indirectamente, graças à partilha que fazem comigo os meus irmãos. E tudo em vista da edificação comum. A primeira razão pela qual vivemos em comunidade não é realizar este ou aquele serviço, mas ajudar-nos a adquirir a plena maturidade em Cristo. Se não dermos esse fruto, corremos o risco de um destino semelhante ao da figueira da parábola!<br />
Oratio<br />
Senhor, reconheço-me semelhante à figueira de que falaste no Evangelho. Não dou suficientes frutos de conversão. Agradeço a tua longa paciência e os teus amorosos cuidados. Mas, peço-to de todo o coração: concede-me um novo Pentecostes que sacuda a minha pusilanimidade, destroce as minhas protecções e me lance para o meio dos meus irmãos decidido e fortalecido para actuar «a verdade no amor».<br />
Faz-me crescer para Ti e contigo. Animado pelo teu Espírito romperei com a lógica deste mundo para me abrir à colaboração solidária com cada um dos irmãos que procura o bem. E, juntos, seremos fermento, sal e luz do mundo, para que o teu Reino cresça e chegue à plenitude.<br />
Contemplatio<br />
Alguns padres podem ter uma má morte. No apocalipse, o bom Mestre mostra-nos vários bispos ameaçados de uma má morte. Diz ao bispo de Éfeso: «Conheço as tuas obras e as tuas provações, mas tenho contra ti que decaíste da primeira caridade… Faz penitência e retoma as tuas primeiras obras, senão virei em breve e tirarei o teu candelabro do seu lugar».<br />
Ao bispo de Sardes: «Tu passas por vivo e tu estás morto; acorda, levanta as tuas obras que estão moribundas, porque não encontro as tuas obras suficientemente cheias de méritos diante de Deus. Faz penitência senão venho de improviso como um ladrão».<br />
Ao bispo de Laodiceia: «Conheço as tuas obras, mas porque tu és tíbio e não és nem quente nem frio, estou pronto para te vomitar da minha boca. Julgas-te rico e não vês que és pobre e miserável; compra-me ouro provado do fervor, reveste a túnica branca da pureza e coloca um colírio nos teus olhos para veres».<br />
Há o padre culpado, que é surpreendido pela morte sem ter a graça de se preparar. Muitos anos se passaram, que foram testemunhas das suas quedas, dos seus regressos e das suas recaídas, anos que lhe oferecem muitas ocasiões e meios de conversão, que ele perdeu por sua culpa; a raiz do mal enterrou-se sempre mais no seu coração, e a consciência deixou de fazer ouvir a sua voz.<br />
Há a morte do padre negligente, do padre tíbio e mundano. O interesse, a recriação, a vida fácil dominam o seu espírito. O carácter sacerdotal já não é sensível na sua vida. Já não sabe o que é a meditação. Despacha a sua missa em vinte minutos sem espírito interior. Depressa acabou também com a sua acção de graças. Recita o seu ofício sem pontualidade e sem piedade. A administração dos sacramentos aborrece-o; o jornal, os romances e o jogo são bem mais interessantes. Quando a morte o surpreende, não está preparado, e talvez os últimos sacramentos virão demasiado tarde. Não é a figueira estéril, o servo inútil que não fez frutificar o seu talento? (Leão Dehon, OSP 2, p. 609s.).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:<br />
«Se não vos converterdes, perecereis todos igualmente» (Lc 13, 3).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-8540645399387402022016-10-20T15:01:00.001-07:002016-10-20T15:01:15.101-07:00 XXIX Semana – Sexta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 21 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-e41c-64eb-cef0-3af666b51877"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXIX Semana – Sexta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 4, 1-6<br />
Irmãos: 1Eu, o prisioneiro no Senhor, exorto-vos a que procedais de um modo digno do chamamento que recebestes; 2com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor, 3esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança; 5um só Senhor, uma só fé,um só baptismo; 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos.<br />
Depois da contemplação admirada do mistério de Deus, realizado em Jesus Cristo, em favor dos homens, Paulo passa à exortação. Tem autoridade para o fazer, não só porque é apóstolo, mas também porque está «prisioneiro» por causa da sua obediência às exigências da vocação cristã.<br />
Desta vez, a exortação não vai ao encontro de situações concretas. Trata-se de um apelo genérico ao cristão como tal, em qualquer situação sociopolítica e temporal em que se encontre. É também para nós, hoje. Paulo convida a uma resposta total e coerente à vocação que acabara de descrever. Notemos que as qualidades de uma vida empenhada na realização da vocação cristã têm em vista a unidade. A humildade, a mansidão, a paciência, a aceitação recíproca e cordial (v. 2) são elementos necessários na caminhada que é a obra de unificação realizada pelo Espírito em cada um e em todos, a todos os níveis: pessoal, comunitário e eclesial.<br />
O Apóstolo insiste no tema do «uno» em perspectiva trinitária, e não dos filósofos neoplatónicos. Uno é «o corpo» místico (= a Igreja); una é «a esperança» – horizonte de luz aberto em nós pela vocação -; uno é «o baptismo» e una é «a fé»; uno é «o Senhor» Jesus, uno é «o Espírito» e um só é «o Pai de todos», fonte de amor que actua em todos e por meio de todos. A unidade na Trindade é fundamento e exigência da unidade visível a que devem tender todos os cristãos, em todo o tempo e lugar.<br />
Evangelho: Lucas 12, 54-59<br />
Naquele tempo dizia Jesus às multidões: 54«Quando vedes uma nuvem levantar-se do poente, dizeis logo: ‘Vem lá a chuva’; e assim sucede. 55E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai haver muito calor’; e assim acontece. 56Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis reconhecer o tempo presente?» 57«Porque não julgais por vós mesmos, o que é justo? 58Por isso, quando fores com o teu adversário ao magistrado, procura resolver o assunto no caminho, não vá ele entregar-te ao juiz, o juiz entregar-te ao oficial de justiça e o oficial de justiça meter-te na prisão. 59Digo-te que não sairás de lá, antes de pagares até ao último centavo.»<br />
Jesus repreende os seus contemporâneos, que sabem distinguir os sinais meteorológicos, mas não o sinal que Ele mesmo é: o Filho unigénito enviado pelo Pai para salvação de todos. Compreender o tempo que vivemos é compreender as intenções de Deus que, em todo o tempo, sobretudo pelo mistério da Igreja e dos sacramentos, torna actual o mistério de Jesus com toda a sua eficácia salvífica.<br />
Saber fazer previsões do tempo, analisando os dados da meteorologia, implica uma atenção interessada. Se não estivermos realmente interessados e atentos para nos darmos conta da importância do tempo como tempo para exercer a justiça e a caridade, corremos sério risco. Há que reconciliar-se radialmente com aqueles com que estamos em conflito. Caso contrário, podemos cair no remoinho do não-perdão, donde não sairemos indemnes. É como se Jesus apontasse o sinal do tempo por excelência, que é Ele mesmo, como sinal de salvação, mas só para quem se compromete a viver como reconciliado, isto é, na paz, na justiça e na bondade.<br />
Meditatio<br />
É na história que podemos compreender as intenções de Deus, e não fora dela. Daí a atenção que devemos dar aos sinais dos tempos. Deus actua dentro do tempo. É também no tempo que responde às nossas interrogações. Quantas vezes Lhe fazemos perguntas na oração, e encontramos as respostas na vida.<br />
É, pois, no tempo que havemos de ler os sinais de salvação e de perdição. O sinal de salvação por excelência é sempre Cristo, com o seu mistério pascal. Ele salva-nos à medida que, lendo os sinais dos tempos e confrontando-os com a Palavra, deixamos que ela mesma, a Palavra, produza frutos em nós e no nosso tempo. Pondo em prática a Palavra, permitimos a Deus fazer muito mais do que podemos esperar.<br />
Um dos sinais do nosso tempo é a chamada globalização, em que passamos de um mundo dividido e fragmentado, àquilo a que M. McLuhan chamou a «aldeia global». Os meios de comunicação, que podem ser instrumentos de divisão e guerra, também podem e devem tornar-se instrumentos de união e de paz. Para isso, todos os homens de boa vontade, e particularmente nós, os crentes, havemos de superar a tentação do individualismo, que fragmenta, e dar espaço à unificação da nossa pessoa, e à união entre os homens. Como crentes, temos a certeza de que Cristo habita no nosso coração e que, fundados e radicados na sua caridade, podemos ser repletos da plenitude de Deus, e alcançar a unificação do coração e de todas as nossas faculdades e forças, a unificação da nossa pessoa. S. Paulo indica-nos os meios para isso: a humildade, a mansidão, a paciência, e a suportação amorosa dos nossos caracteres.<br />
A chave que temos ao alcance da mão, para contribuirmos para a unidade entre os homens, é procurar tudo o que une e deixar de parte tudo o que divide, como dizia e fazia João XXIII. Com essa chave chegaremos à unificação pessoal, comunitária, eclesial, social e… planetária. Vivendo e realizando esse projecto, o nosso tempo, que está sob o signo de Jesus, tornar-se-á um tempo de claridade, iluminado pela luz da salvação. E, com Cristo e como Cristo, tornar-nos-emos instrumentos de unidade e de paz. «A exemplo do Fundador, sintonizando com os sinais dos tempos e em comunhão com a vida da Igreja, queremos contribuir para instaurar o reino da justiça e da caridade cristã no mundo» (Cst n. 32); queremos participar «na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo… empenhando-nos sem reserva, no advento da nova humanidade…» (Cst nn. 38.39; cf. Cst nn. 35-37).<br />
Oratio<br />
Senhor Jesus, torna-me atento aos sinais do meu tempo, como o Pe. Dehon esteve atento aos sinais do seu tempo. Torna-me especialmente atento àquele sinal que é a aspiração à unidade entre os homens, unidade na diversidade. Torna-me atento, tolerante e solidário com todos os meus irmãos. Que a celebração e a adoração da Eucaristia me façam ver o teu amor e fidelidade, presentes no mundo de hoje, para que me una à tua acção de graças e à tua intercessão, e coloque toda a minha vida ao serviço da Aliança e da promoção da unidade na Igreja e entre todos os homens.<br />
Ajuda-me a amar a todos em Ti e contigo. Que saiba esquecer tudo o que causa divisão, e acolha e desenvolva tudo o que une no sinal do teu poder de salvação: a tua morte e ressurreição. Amen.<br />
Contemplatio<br />
«Não vos deixarei órfãos, diz Nosso Senhor, deixar-vos-ei outro director, o Espírito de verdade». – «Iluminados por ele, diz-nos Nosso Senhor, reconhecereis que estou no meu Pai, que somos um só na unidade da essência divina; e vós estareis em mim, estareis unidos a mim pela vida da graça, pela docilidade do espírito; e eu estarei em vós para vos iluminar, para vos dirigir, para vos santificar».<br />
É o Espírito Santo que vos une ao Coração de Jesus.<br />
«Não vos podia dizer tudo por mim mesmo», diz-nos Nosso Senhor. A minha morte, a minha ressurreição, a minha ascensão deviam intervir para darem autoridade à minha palavra. Dou-vos o meu Espírito, para continuar o meu ensinamento. Tem de mim e de meu Pai toda a verdade. Ele há-de introduzir-vos depois de mim no santuário das verdades reveladas. Iluminará o vosso espírito, dar-vos-á a inteligência do que vos ensinei. Não vos há-de ensinar outra doutrina, porque recebe tudo de meu Pai e de mim. Nós somos um. Falo-vos pelo Espírito Santo, como meu Pai vos fala pela minha boca. Dará testemunho de mim. Ajudar-vos-á a compreender a minha divindade, os meus mistérios, a minha vida, o meu Coração, o meu amor por vós. (Leão Dehon, OSP 3, p. 431).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:<br />
«Que todos sejam um, na justiça e na caridade»<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
<div>
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-84468118230652248872016-10-19T07:17:00.004-07:002016-10-19T07:17:43.489-07:00 XXIX Semana – Quinta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 20 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-dd4d-a188-fb15-df402f83ec07"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXIX Semana – Quinta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 3, 14-21<br />
Irmãos: 14Eu dobro os joelhos diante do Pai, 15do qual recebe o nome toda a família, nos céus e na terra: 16que Ele vos conceda, de acordo com a riqueza da sua glória, que sejais cheios de força, pelo seu Espírito, para que se robusteça em vós o homem interior; 17que Cristo, pela fé, habite nos vossos corações; que estejais enraizados e alicerçados no amor, 18para terdes a capacidade de apreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura e a profundidade… 19a capacidade de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais repletos, até receberdes toda a plenitude de Deus. 20Àquele que pode fazer imensamente mais do que pedimos ou imaginamos, de acordo com o poder que eficazmente exerce em nós, 21a Ele a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, em todas as gerações, pelos séculos dos séculos! Ámen.<br />
Depois de ter anunciado as maravilhas de Deus, Paulo irrompe numa oração vibrante de amor. Ajoelha diante do Pai, origem de toda a paternidade no céu e na terra (v. 15), e pede-lhe que os Efésios sejam fortificados interiormente pelo Espírito Santo (v. 16). No fundo, pede para eles uma fé robusta, para que Cristo habite nos seus corações e, desse modo, cresça neles o sinal típico de pertença a Cristo: a caridade.<br />
O Apóstolo sabe que, só quando estiverem «enraizados e alicerçados no amor» (v. 17), em comunhão com os outros crentes, serão capazes de compreender «a largura, o comprimento, a altura e a profundidade» daquele amor que ultrapassa todas as categorias humanas (v. 18). Assim é porque é de Deus e só com a força de Deus podemos realizar a nossa vocação: receber «a plenitude de Deus» (v. 19).<br />
Com entusiasmo, Paulo louva a Deus porque é capaz de realizar maravilhas muito maiores do que possamos pensar e desejar. Sentimos em todo o texto que o conhecimento do mistério de Deus não é fruto do nosso esforço intelectual, mas de amor admirado, que brota de uma atitude profundamente interior e contemplativa.<br />
Evangelho: Lucas 12, 49-53<br />
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 49«Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado! 50Tenho de receber um baptismo, e que angústias as minhas até que ele se realize! 51Julgais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não, Eu vo-lo digo, mas antes a divisão. 52Porque, daqui por diante, estarão cinco divididos numa só casa: três contra dois e dois contra três; 53vão dividir-se: o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra.»<br />
Se a oração de Paulo nos levasse a um espiritualismo aéreo, o texto do evangelho encarregar-se-ia de nos fazer aterrar. Não estamos “naturalmente” prontos para acolher «toda a plenitude de Deus». Tal não acontece por uma dilatação espontânea do nosso coração às dimensões da vocação cristã. Só pelo combate espiritual se chega a tal plenitude. Jesus, que se declarou pela paz, é contra o pacifismo, aquele pacifismo falso e filho do equívoco, da confusão, da vilania e da tristeza.<br />
Vim estabelecer «a divisão» (v. 51). Como é possível? Não foi Jesus que, na última ceia, rezou para que todos tivessem «um só coração e uma só alma»? (cf. Jo 17). Não de trata de uma contradição mas de um aprofundamento. Para abrir o coração e o meio em que vive à paz de Cristo, o discípulo deve dissociar-se de todos quantos, na mente e no coração, pertencem ao mundo que «jaz sob o poder do Maligno» (1 Jo 5, 19). «Não é possível servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24). Jesus usa o termo «mamona» que não significa só o dinheiro, mas todo e qualquer ídolo, anichado na mente e no coração de quem O quer seguir e fazer parte do Reino de Deus, fonte de paz e de amor.<br />
Meditatio<br />
No mundo cheio de confusão, de barulho e de superficialidade, precisamos de ser fortalecidos pelo Espírito. Corremos sempre o risco de nivelar por baixo os nossos ideais pessoais e comunitários, caindo numa vida opaca que pouco corresponde ao magnífico chamamento a sermos cheios da plenitude Deus. Sem o espanto e a alegria que provoca em nós a grandeza da nossa vocação, sem o Espírito – a pedir na oração perseverante – dar-nos-emos conta de que já não vivemos como filhos, mas como escravos.<br />
Por outro lado, para que brilhe em nós o tesouro adquirido e anunciado, é preciso que a dimensão contemplativa da Palavra, respirada e vivida, se torne realmente possível no nosso dia a dia. Só assim será possível não nos deixar seduzir pela mentalidade corrente, tantas vezes em contradição e em oposição aos princípios do Evangelho. É preciso cortar com essa mentalidade, como nos diz Jesus, ao falar de espada. Se a paz não for pacifismo, teremos, por vezes, que enfrentar contradições e oposições. Teremos que desagradar aos homens, para agradar a Deus. Mas se alinhamos num estilo de vida idêntico ao de quem não tem fé, se deixamos que os nossos projectos sejam construídos sobre princípios mundanos, podemos não ter que enfrentar dificuldades e lutas. Mas não estaremos em paz… Precisamos de tempos e espaços para o encontro silencioso e adorante com Cristo. Só assim teremos força para enfrentar a luta e o sofrimento que certas divisões necessárias para sermos fiéis a Cristo e à nossa consciência implicam.<br />
Mas, talvez com mais frequência, a espada terá que ser usada dentro de nós contra a mania de querermos ser sempre os primeiros, o centro das atenções, dos afectos e dos consensos; terá que ser usada dentro de nós contra a revolta das paixões que tornam pesados a mente e o coração, impedindo a alegria da contemplação, da vida verdadeira que, de certo modo, é já na terra bem-aventurança e experiência daquele amor que, na eternidade, não terá limites.<br />
A luta, exterior e interior, pode, por vezes, ser dura, mesmo usando a Palavra de Deus. Há que não esquecer que não estamos sós. Com a Palavra, torna-se presente o próprio Deus, para nos apoiar, com a força do seu Espírito. É o que sugere Paulo: «Àquele que pode fazer imensamente mais para além do que pedimos ou imaginamos (isto é, Deus), de acordo com o poder que eficazmente exerce em nós, a Ele a glória» (vv. 20-21ª). É Deus que nos guia no caminho para a plenitude e nos apoia «de acordo com o poder que eficazmente exerce em nós». Esse poder é o da Graça que já infundiu em nós pelo Espírito. Por isso podemos caminhar confiantes, e abrir-nos ao seu projecto de amor. Deus está em nós e orienta-nos firmemente para<br />
o conhecimento do amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento. É Ele próprio, pelo seu Espírito, que nos conduz ao conhecimento da Pessoa de Cristo e do mistério do seu Coração (cf. Cst 17).<br />
Oratio<br />
Eu Te bendigo e adoro, ó Pai, senhor do céu e da terra, porque me enches de todos os bens. Quero, hoje, pedir-te especialmente um, o teu santo Espírito, para que anime a minha fé-adesão a Cristo, teu Filho, e assim possa conhecer a sua Pessoa e o mistério do seu Coração. Assim compreenderei também o teu amor, que ultrapassa toda a capacidade humana de compreensão, e serei capaz de testemunhá-lo com firmeza e fidelidade na Igreja e no mundo, apesar das contrariedades e lutas.<br />
Cada dia procurarei admirar e venerar o teu amor sem limites. Dá-me a certeza de que Tu, pela força que já actua em mim e na Igreja, estás a realizar a tua glória. Que, pela fidelidade ao teu Espírito, eu próprio possa contribuir para a tua glória e alegria. Amen.<br />
Contemplatio<br />
Como fazer amar Jesus, sem fazer conhecer as razões que temos para o amarmos? Estas razões, expomo-las bem aos outros, mas friamente e sem nos preocuparmos bastante de as saborearmos nós mesmos. Ou então concedemos a Jesus um amor de razão, ou mesmo de vontade, no qual o coração não tem nenhuma parte, como se fosse possível a alguém amar sem dar o próprio coração. Muitos permanecem assim, embora com boas intenções, frios servos, quando Jesus queria ver neles amigos. Porque se Jesus quer encontrar amigos em todos os seus discípulos, foi particularmente aos seus apóstolos e aos seus padres que disse: «Já não sois meus servos, mas amigos». As relações íntimas e diárias do Salvador com os seus padres, particularmente no santo altar, exigem esta amizade. O padre representa Jesus e continua a sua missão, deve haver entre eles esta comunhão de intenções e de sentimentos que é o próprio da amizade.<br />
O padre deve desposar todos os interesses de Jesus, partilhar todas as suas solicitudes, alegrar-se com as suas conquistas, entristecer-se com as suas perdas. Sto. Agostinho disse: «Sacerdos alter Christus», o padre é um outro Cristo. Dizemos também de um amigo: é um outro eu.<br />
A intimidade de Jesus com os seus apóstolos era o sinal da amizade. Quer ter a mesma amizade com os seus padres. Mas muitos não o compreendem inteiramente.<br />
Com estes é bem obrigado a contar para lhes dar as suas graças, porque contam com Ele. Não falamos aqui dos maus padres que fazem a desolação do divino Coração, mas dos servos exactos, capazes de uma certa dedicação, mas cujo ministério permanece pouco frutuoso porque lhe falta a vida do coração. (Leão Dehon, OSP 2, p. 71s.).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:<br />
«Tudo para glória e alegria de Deus» (cfr. Cst. 25).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-70277232760095275622016-10-18T10:46:00.002-07:002016-10-18T10:46:21.359-07:00XXIX Semana – Quarta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 19 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-d8e6-51dc-5415-7d6191a569ff"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXIX Semana – Quarta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 3, 2-12<br />
Irmãos: 2Com certeza, ouvistes falar da graça de Deus que me foi dada para vosso benefício, a fim de realizar o seu plano: 3que, por revelação, me foi dado conhecer o mistério, tal como antes o descrevi resumidamente. 4Lendo-o, podeis fazer uma ideia da compreensão que tenho do mistério de Cristo, 5que, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, em gerações passadas, como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas, no Espírito: 6os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho. 7Dele me tornei servidor, pelo dom da graça de Deus que me foi dada, pela eficácia do seu poder. 8A mim, o menor de todos os santos, foi dada a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo 9e a todos iluminar sobre a realização do mistério escondido desde séculos em Deus, o criador de todas as coisas 10para que agora, por meio da Igreja, seja dada a conhecer, aos Principados e às Autoridades no alto do Céu, a multiforme sabedoria de Deus, 11de acordo com o desígnio eterno que Ele realizou em Cristo Jesus Senhor nosso. 12Em Cristo, mediante a fé nele, temos a liberdade e coragem de nos aproximarmos de Deus com confiança.<br />
Paulo, em estilo confidencial, apresenta aos Efésios o ministério recebido de Deus: anunciar o mistério de Cristo aos pagãos. O Apóstolo está consciente da grandeza desse mistério, só agora plenamente revelado em Cristo. Por isso, anuncia e celebra a eficácia de um poder que não vem dele, mas das insondáveis riquezas de Cristo, em favor do Efésios (v. 8). Eles, tal como os judeus, são chamados a formar o mesmo corpo místico de Jesus que é a Igreja, a participar das mesmas promessas, à mesma herança que é a vida eterna. É verdade: os pagãos, como todos os homens, por vontade do Altíssimo, são chamados a usufruir da magnanimidade de Deus, no Qual desde há séculos estava escondido o mistério da salvação total que agora, ele mesmo, o mais pequeno dos santos, isto é, dos crentes, tem a missão de anunciar.<br />
Mais ainda: inesgotável riqueza do mistério de Cristo não diz respeito só aos homens, mas também às realidades angélicas (principados, potestades) em ordem à multiforme sabedoria de Deus (v. 10) que, pelo mistério de Cristo – incarnado, morto e ressuscitado por nós – guia a história para a salvação. É isto que, para Paulo, cria em nós uma fé verdadeira, que se torna total confiança no Senhor.<br />
Evangelho: Lucas 12, 39-48<br />
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39Ficai a sabê-lo bem: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não teria deixado arrombar a sua casa. 40Estai preparados, vós também, porque o Filho do Homem chegará na hora em que menos pensais.» 41Pedro disse-lhe: «Senhor, é para nós que dizes essa parábola, ou é para todos igualmente?» 42O Senhor respondeu: «Quem será, pois, o administrador fiel e prudente a quem o senhor pôs à frente do seu pessoal para lhe dar, a seu tempo, a ração de trigo? 43Feliz o servo a quem o senhor, quando vier, encontrar procedendo assim. 44Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. 45Mas, se aquele administrador disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e começar a espancar servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele servo chegará no dia em que ele menos espera e a uma hora que ele não sabe; então, pô-lo-á de parte, fazendo-o partilhar da sorte dos infiéis. 47O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou e não agiu conforme os seus desejos, será castigado com muitos açoites. 48Aquele, porém, que, sem a conhecer, fez coisas dignas de açoites, apenas receberá alguns. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito será pedido.»<br />
Esta parábola alerta-nos para o perigo de vivermos uma vida adormentada, não tendo em consideração que não seremos avisados da hora em que o Senhor Jesus há-de vir pedir-nos contas. É, mais uma vez, o tema da vigilância. Pedro, em vez de se deixar provocar positivamente, pergunta se a parábola é para os discípulos ou também para todos. Parece insinuar que os que seguem Jesus, os crentes e praticantes, possam viver tranquilos. Porque, então, dirigir-lhes um discurso tão inquietante? Pedro parece não ter gostado nada das palavras de Jesus.<br />
Em vez de lhe responder, Jesus, como noutras ocasiões, faz outra pergunta: «Quem será, pois, o administrador fiel e prudente?» (v. 42). Jesus é um provocador! E conta mais uma parábola em que manifesta a satisfação do senhor (que é o “Senhor!”) que, ao regressar, encontra os servos a cumprir fielmente os seus deveres. Premeia-os generosamente (vv. 43s.). Mas os servos infiéis aos seus deveres, malcomportados e violentos, serão castigados severamente (vv. 45s.). E a maior severidade será para aqueles que, conhecendo melhor o Senhor e a sua vontade, em vez de a cumprirem amorosamente, se comportam de modo infiel (vv. 47s.).<br />
Meditatio<br />
O amor de Deus por nós é exigente e, por isso, a nossa vida não pode decorrer no desinteresse e na preguiça. Mas, como evitar aquela espécie de sonolência que, por vezes, tanto dificulta a nossa vida espiritual?<br />
A primeira atitude será abrir bem os olhos do coração para as maravilhosas riquezas da nossa vocação, que liberta em nós uma grande força de admiração e de amor. Escreve Paulo: «A mim, o menor dos menores de todos os santos, foi dada esta graça» (v. 8ª). O Apóstolo está consciente da largueza e da profundidade desse chamamento, radicado no mistério de Cristo. Por isso, se enche de espanto e dá testemunho dele, convencendo-me de que o desígnio de Deus – realizado em Cristo por nosso amor – é de tal ordem que posso aproximar-me dele com total confiança (cfr. v. 12). O mais importante é não descuidar esta dimensão contemplativa que, pela graça do Espírito em nós, abre os olhos do nosso coração para os horizontes ricos e maravilhosos da nossa fé.<br />
Se encho os meus olhos cada dia, na contemplação das «insondáveis riquezas de Cristo», não me deixarei de tal modo invadir por ocupações e preocupações, que me afogue na euforia dos sucessos ou me deprima nas planícies do insucesso. Se me deixar cativar pelo maravilhoso mistério de Cristo que, dia a dia, a Palavra me revela e narra, não serei como o servo descuidado e esquecido do regresso do Senhor, não me deixarei perder nos caminhos do egoísmo ou dos desvarios. Pelo contrário, avançarei pelas vias da acção confiante na grande força que Jesus me dá para viver e fazer brilhar aos olhos dos irmãos as maravilhas do seu amo<br />
r.<br />
É este testemunho que devemos dar na Igreja, como «Oblatos-Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus» (Cst. 6). O Pe. Dehon insistia em que os seus religiosos fossem arautos das insondáveis riquezas de Cristo (cf. Ef 3, 8). Também a nós, que somos os menores «entre todos os santos, foi concedida», como a S. Paulo, a «graça de anunciar… as insondáveis riquezas de Cristo» (Ef 3, 8). Anunciá-las especialmente aos pequenos, aos humildes, aos operários, aos pobres (cf. Cst. 31) «inspirando-lhes uma terna devoção» ao divino Coração e estimulando-os a ser para com Ele «amigos e reparadores», como lemos nas Constituições de 1885 (c. I, nn. 1-2). Nas Memórias (NHV) de Março de 1912, o Pe. Dehon exorta-nos a «continuar a difundir, a tornar mais intenso» o seu apostolado de «conduzir os sacerdotes e os fiéis ao Coração de Jesus, para Lhe oferecer um tributo quotidiano de adoração e de amor» (LC. n. 387 e n. 386).<br />
Para alargar este apostolado é que o Pe. Dehon escreveu quase todos os seus livros de espiritualidade: Retiro do Sagrado Coração” (1896), Mês do Sagrado Coração (1901), Coroas de amor ao Sagrado Coração (1905), O Coração Sacerdotal de Jesus (1907), Ano com o Sagrado Coração (1919), Estudos sobre o Sagrado Coração de Jesus (1922-1923).<br />
Oratio<br />
Pai santo, dá-me o teu Espírito para que possa, como Paulo, como o teu discípulo amado, João, e como o Pe. Dehon, ver, contemplar, penetrar com um olhar de fé as insondáveis riquezas do mistério de Cristo, teu Filho, e do projecto de amor que, por ele realizaste, em favor dos judeus e dos pagãos, de toda a humanidade. Que essa contemplação me leve a acreditar, a aderir, com todo o meu ser, ao Crucificado de Lado aberto, e a dar testemunho dele diante de todos os homens, especialmente do mais pequenos e fracos, dos que sofrem no corpo ou na alma, do teu amor que redime e salva. Amen.<br />
Contemplatio<br />
Adorar com pleno conhecimento daquilo que Deus é, e ter o desejo íntimo, insaciável, de lhe dar tudo o que lhe é devido; não ver senão o seu Ser que está em tudo, e não ter movimento senão para se humilhar e se aniquilar na sua presença, a fim de honrar a majestade e a infinidade deste ser, que é o único ser verdadeiro, era o estado, as disposições sempre activas, o acto incessante e inexprimivelmente amoroso do Coração sacerdotal de Jesus. Acto amoroso, porque finalmente a religião, é o amor. A religião opera no amor, termina e consome-se no amor. O amor é a sua forma, a sua beleza, o seu ser. É o amor que adora, é o amor que louva, abençoa, suplica, expia e, aniquilando-se, encontra a união com o Ser que é o seu tudo. «O culto, diz Santo Agostinho, é todo amor: Non colitur Deus nisi amando» (Ep. 140, c. 18).<br />
A religião exterior de Jesus Cristo não era senão uma manifestação dos sentimentos do seu coração, do seu respeito, da sua gratidão, do seu amor, do seu zelo pelo seu Pai. Passava a noite na oração; – erguia os olhos para o seu Pai; – declarava que não vivia senão para o seu Pai; – o que agradava ao seu Pai, é o que fazia sempre. – Dizia ainda: «É preciso que o mundo saiba que amo o meu Pai; se dou a minha vida, é porque foi este o mandamento que recebi do meu Pai». – Depois da instituição da Eucaristia, diz um hino com os seus apóstolos. – No jardim das Oliveiras, prostra-se por terra diante da face do seu Pai, reza longamente dizendo sempre a mesma palavra: «Meu Pai, se é possível, que este cálice se afaste de mim; no entanto, que a vossa vontade seja feita e não a minha». – Antes de expirar, diz ao seu Pai: «Nas vossas mãos entrego o meu espírito».<br />
Que religião!… Estas homenagens exteriores são a expressão mais fiel do homem interior de todo o seu Coração à vontade, aos decretos, aos desígnios de Deus seu Pai. (Leão Dehon, OSP 2, p. 597s.).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:<br />
«Deus é o meu salvador; Ele fez maravilhas» (cfr. Is 12, 2.5).<br />
<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-55260059039734666412016-10-17T10:22:00.003-07:002016-10-17T10:22:41.987-07:00S. Lucas, Evangelista 18 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-d3aa-3685-b832-a8b39f0e6fc9"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
S. Lucas nasceu em Antioquia da Síria. Foi educado no paganismo e exerceu a profissão de médico (cf. Cl 4, 14). Convertido ao cristianismo, torou-se colaborador de S. Paulo, estabelecendo com ele uma grande amizade (Fm 24). Homem culto, S. Lucas, é o autor do terceiro evangelho e dos Atos dos Apóstolos, sendo também um dos responsáveis pela ação missionária nos primeiros tempos da Igreja.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: 2 Timóteo 4, 10-17b<br />
Caríssimos: Demas abandonou-me. Preferiu o mundo presente e foi para Tessalónica. Crescente foi para a Galácia, e Tito para a Dalmácia. 11Apenas Lucas está comigo.Traz contigo Marcos, pois me será de grande ajuda no ministério. 12Quanto a Tíquico, enviei-o a Éfeso.13Quando vieres, traz o manto que deixei em Tróade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos. 14Alexandre, o fundidor de cobre, causou-me muitos danos. O Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras. 15Toma tu também cuidado com ele, pois muito se tem oposto ao nosso ensinamento. 16Na minha primeira defesa, ninguém esteve ao meu lado. Todos me abandonaram. Que não lhes seja levado em conta. 17O Senhor, porém, esteve comigo e deu-me forças, a fim de que, por meu intermédio, o anúncio fosse plenamente proclamado e todos os gentios o escutassem.<br />
Paulo manifesta o seu conforto por Lucas lhe permanecer fiel, enquanto outros, por cansaço ou por medo, o abandonaram. É sobretudo a presença do Senhor que anima o Apóstolo a pregar o Evangelho aos gentios, mantendo-se fiel à sua vocação inicial. Mas não pode deixar de lembrar os que o abandonaram, quando mais precisava de apoio, tendo de se defender sozinho em tribunal, e tendo de defender a Cristo e à fé que abraçara. O que provoca mais satisfação em Paulo é poder afirmar que foi por seu intermédio que o Evangelho foi anunciado, de modo especial aos gentios. A missão recebida em Damasco estava realizada.<br />
Evangelho: Lucas 10, 1-9<br />
Naquele tempo, o Senhor designou outros setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois, à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. 2Disse-lhes:«A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe.3Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias; e não vos detenhais a saudar ninguém pelo caminho.5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’6E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós. 7Ficai nessa casa, comendo e bebendo do que lá houver, pois o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa.8Em qualquer cidade em que entrardes e vos receberem, comei do que vos for servido, 9curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: ‘O Reino de Deus já está próximo de vós.’<br />
Só Lucas que nos fala deste episódio. Jesus, depois de ter enviado os Doze em missão (Lc 9, 1ss), envia também estes setenta e dois discípulos. A missão é uma das grandes preocupações do terceiro evangelista. Nos Atos dos Apóstolos, além das missões de Pedro e de Paulo, fala das missões de Estêvão, de Filipe e de outros apóstolos. A messe do Senhor precisa de muitos trabalhadores. Há que pedi-los e que enviá-los. A oração, não só prepara, mas é parte integrante da missão. A missão começa na oração; e rezar é estar em missão. Como o seu Mestre e Senhor, os discípulos devem ir em missão “como cordeiros para o meio de lobos” (v. 3). O anúncio essencial é: “O Reino de Deus já está próximo de vós.” (v. 9). Trata-se de uma expressão densa de significado: os tempos completaram-se, isto é, estão cheios da presença de Deus que salva. A presença de Deus concretiza-se na pessoa de Jesus e nos seus ensinamentos.<br />
Meditatio<br />
S. Lucas escreveu o terceiro evangelho, com alguns elementos que nos permitem distingui-lo dos outros três evangelistas. S. Lucas é o evangelista de Maria: só ele nos fala da anunciação, da visitação, do nascimento de Jesus e da sua apresentação no templo. É o evangelista do Coração de Jesus: é o que melhor nos revela a sua misericórdia nas parábolas da dracma perdida e reencontrada, da ovelha perdida e achada, do filho pródigo. É o evangelista da caridade: só ele narra a parábola do bom samaritano, e fala do amor de Jesus aos pobres com acentuações mais ternas do que os outros evangelistas. Apresenta-nos Jesus comovido diante do sofrimento da viúva de Naim; Jesus que acolhe delicadamente a pecadora em casa de Simão, o fariseu, e lhe assegura o perdão de Deus; Jesus que acolhe Zaqueu com tanta bondade que muda o coração ganancioso do publicano em coração arrependido e generoso.<br />
Lucas é o evangelista da confiança, da paz, da alegria. É o evangelista do Espírito Santo. É ele que apresenta a comunidade cristã como tendo “um só coração e uma só alma”. O evangelho de Lucas revela o seu zelo missionário. Só ele fala da missão dos setenta e dois discípulos e alguns pormenores dessa missão. Há, pois, muitos tesouros a explorar na obra lucana. Havemos de fazê-lo com gratidão, entregando-nos, também nós, generosamente ao Senhor, vivendo como discípulos e carregando com Ele a nossa cruz de cada dia.<br />
Lucas acompanhou Paulo em algumas das suas viagens missionárias e durante o cativeiro em Roma. Com a morte do Apóstolo eclipsa-se a história de Lucas. Um escrito do século III diz-nos que morreu virgem na Bitínia, com a idade de 74 anos, cheio de Espírito Santo. Uma tradição do século IV assegura-nos que derramou o sangue por Cristo. Lucas é um médico bondoso e serviçal, um literato, mas sobretudo um santo e mártir, que regou com o seu sangue as sementes do Evangelho por ele lançadas. É considerado padroeiro dos médicos, por causa das palavras de Paulo: “Saúda-vos Lucas, nosso querido médico” (Col 4, 14).<br />
Oratio<br />
Senhor, nosso Deus, que escolhestes São Lucas para revelar com a sua palavra e os seus escritos o mistério do vosso amor pelos pobres, fazei que sejam um só coração e uma só alma aqueles que se gloriam no vosso nome e todos os povos mereçam ver a vossa salvação. Ámen. (Coleta de Missa).<br />
Contemplatio<br />
S. Lucas é o Evangelista da santa Infância de Jesus. Como os amigos do Sagrado Coração lhe devem estar reconhecidos! Foi ele que nos deu a conhecer tantos pormenores deliciosos sobre o nascimento e a infância de Jesus. Devemos-lhe a saudação angélica, a Ave-maria, o Ecce Ancilla Domini, o Benedictus, o Nunc dimittis, tantos outros tesouros para os amigos do Coração de Jesus. Ele descreve-nos a visita dos pastores. Devemos-lhe também o cântico dos anjos «Gloria in excelsis Deo». Nenhum evangelista deu semelhantes tesouros à liturgia. Descreve a estadia de Jesus no Templo aos 12 anos, o comentário de Isaías por Jesus na sinagoga de Nazaré. Relata a bela parábola de Lázaro e do mau rico, a cura dos dez leprosos, dos quais só um é reconhecido, a cena deliciosa na qual Marta mostra demasiada solicitude e na qual Madalena escolheu a melhor parte, a única coisa necessária. A grande parábola do Filho pródigo é uma das suas mais belas páginas. Era preciso um homem de grande coração para compreender e relatar estas cenas tocantes e estes discursos do Salvador. Relata melhor que os outros a justificação de Madalena por Jesus em casa de Simão, o Fariseu, e a chamada de S. Pedro com a primeira pesca milagrosa. É a ele que devemos o conhecimento desta palavra caída do Sagrado Coração: vim acender o fogo (do amor) sobre a terra, e que desejo senão que se propague. Revelou-nos o santo Coração de Maria. Foi ele que nos disse por duas vezes que Maria conservava no seu coração os mistérios de Jesus e neles meditava (Lc 2, 19 e 51). (L. Dehon, OSP 4, p.369s.).<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive hoje a palavra:<br />
“Rogai ao dono da messe<br />
que mande trabalhadores para a sua messe” (Lc 10, 2).<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-80884056795589012092016-10-16T08:20:00.000-07:002016-10-16T08:20:21.762-07:00XXIX Semana – Segunda-feira – Tempo Comum – Anos Pares 17 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-ce13-747c-294a-10f1385ec361"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXIX Semana – Segunda-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 2, 1-10<br />
Irmãos: 1Vós estáveis mortos pelas vossas faltas e pecados, 2aqueles em que vivestes outrora, de acordo com o curso deste mundo, de acordo com o príncipe que domina os ares, o espírito que agora actua nos rebeldes… 3Como eles, todos nós nos comportámos outrora: entregues aos nossos desejos mundanos, fazíamos a vontade dele, seguíamos os seus impulsos, de tal modo que estávamos sujeitos por natureza à ira divina, precisamente como os demais. 4Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, 5precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo – é pela graça que vós estais salvos – 6com Ele nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo. 7Pela bondade que tem para connosco, em Cristo Jesus, quis assim mostrar, nos tempos futuros, a extraordinária riqueza da sua graça. 8Porque é pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; 9não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos.<br />
Paulo, depois da magnífica oração contemplativa da realidade de Cristo, lembra, agora, aos efésios a experiência que fizeram de morte espiritual, seguindo Satanás. O Apóstolo inclui-se entre os «rebeldes», que seguiram Satanás, opondo-se a Deus porque, «entregues aos desejos mundanos», lhe faziam a vontade. Numa tradução mais literal, diz: «entregues aos desejos da carne». O termo «carne» é frequente no Novo Testamento e havemos de compreendê-lo bem. Por vezes significa a natureza humana nos seus aspectos de fragilidade; outras vezes, significa as paixões do homem inclinado para o mal; outras vezes ainda alude a um estilo de vida negativo que leva à morte espiritual. O que é certo é que, no Novo Testamento, este termo nunca se refere ao «corpo», ou à matéria em geral, como realidade negativa. Os «desejos da carne» são, pois, atitudes negativas do homem na sua totalidade, decorrentes do mau uso da sua liberdade. Daí que, tantos os israelitas como os pagãos, ou outros, eram «merecedores da ira». Não se trata de uma paixão destruidora de Deus, mas do seu justo juízo de condenação, uma vez que não pode aprovar o mal.<br />
Na sua argumentação, Paulo introduz um «mas» que realça o contraste entre o errar humano e a intervenção de Deus: «Mas, Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou» (v. 4), nos arrancou da morte para a vida, em Cristo Jesus. E, mais uma vez, sublinha que todo o processo da salvação (ser perdoado, regenerado, herdar o céu) acontece em Cristo e por Cristo. É pela fé que somos salvos e vivemos como salvos. Não pelos nossos méritos. A fé, todavia, não exclui as boas obras. Deus quer que as façamos e dá-nos possibilidades para isso (v. 10).<br />
Evangelho: Lucas 12, 13-21<br />
Naquele tempo, 13alguém do meio multidão disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo.» 14Ele respondeu-lhe: «Homem, quem me nomeou juiz ou encarregado das vossas partilhas?» 15E prosseguiu: «Olhai, guardai-vos de toda a ganância, porque, mesmo que um homem viva na abundância, a sua vida não depende dos seus bens.» 16Disse-lhes, então, esta parábola: «Havia um homem rico, a quem as terras deram uma grande colheita. 17E pôs-se a discorrer, dizendo consigo: ‘Que hei-de fazer, uma vez que não tenho onde guardar a minha colheita?’ 18Depois continuou: ‘Já sei o que vou fazer: deito abaixo os meus celeiros, construo uns maiores e guardarei lá o meu trigo e todos os meus bens. 19Depois, direi a mim mesmo: Tens muitos bens em depósito para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.’ 20Deus, porém, disse-lhe: ‘Insensato! Nesta mesma noite, vai ser reclamada a tua vida; e o que acumulaste para quem será?’ 21Assim acontecerá ao que amontoa para si, e não é rico em relação a Deus.»<br />
Ao contar o episódio do pedido que alguém faz a Jesus para que resolva uma questão familiar, Lucas introduz a parábola do homem rico cujo campo produzira com abundância. Esse homem decide demolir os celeiros, construir outros e, depois de recolher todos os bens, pensa viver muitos anos sossegado a usufruir deles sozinho. Mas Deus não aceita a sua insensatez, fazendo-lhe ver que é Ele o senhor da vida e que, de um momento para o outro (sempre muito em breve!), o rico avarento será chamado a dar contas dela.<br />
O texto termina com uma afirmação sapiencial muito forte: «Assim acontecerá ao que amontoa para si, e não é rico em relação a Deus» (v. 21). Quem pensa acumular bens para enriquecer unicamente em vista de si mesmo é insensato; diante de Deus só se enriquece vivendo o preceito do amor. Só quem dá se torna verdadeiramente rico, recebendo o amor de Deus e a vida eterna.<br />
Meditatio<br />
Havemos de nos preocupar em enriquecer, não de bens materiais, mas de caridade aos olhos de Deus. Jesus censura o homem rico, que se alegra com as riquezas, sem saber que está muito próximo da morte, pensando apenas em si mesmo, não se lembrando dos pobres.<br />
Precisamos de enriquecer aos olhos de Deus, em caridade. Na carta aos efésios encontramos hoje um exemplo de caridade. S. Paulo escreve a pagãos convertidos ao cristianismo e celebra a unidade realizada por Deus, em Cristo, entre os Judeus, o povo eleito, e os pagãos: «Irmãos: Vós estáveis mortos pelas vossas faltas e pecados» (v. 1). O Apóstolo não mistifica a realidade: estavam em pecado. Mas continua imediatamente: «Como eles, todos nós nos comportámos outrora…de tal modo que estávamos sujeitos por natureza à ira divina, precisamente como os demais» (v. 3).<br />
Paulo insiste sobre a sua indignidade diante de Deus. Poderia ter acumulado tesouros para si, sublinhando a riqueza religiosa dos Judeus em relação à miséria dos pagãos, e isso seria verdade, porque os judeus tinham uma vida religiosa e moral melhor do que os pagãos. Mas não o fez: pôs-se, pelo contrário, ao mesmo nível dos pagãos, com todo o seu povo, para juntamente com eles receber a graça de Deus. Isto é caridade. Escreve o Apóstolo: «Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou, precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo é pela graça que vós estais salvos» (vv. 4-5). Deus é rico em misericórdia e, diante d´Ele, estamos todos ao mesmo nível.<br />
Deste modo, Paulo manifesta, em relação aos pagãos convertidos, uma caridade delicada, uma caridade que é difícil quando nos sentimos superiores aos outros que, segundo o nosso modo de ver, não fazem coisas boas (deixando subentendido: &la<br />
quo;como as que fazemos nós»). E abandonamo-nos a um instintivo sentimento de soberba, pensando: nós não somos assim! «Obrigado, Senhor, porque não sou como os outros homens!» – rezava o fariseu (cf. Lc 18, 13).<br />
A caridade, pelo contrário, aproxima-nos dos outros. Também nós somos capazes de fazer o mal, como e mais do que os outros e, se não o cometemos, foi por infinita bondade e misericórdia de Deus para connosco.<br />
«Implicados no pecado, mas participantes na graça redentora…, queremos unir-nos a Cristo presente na vida do mundo e, em solidariedade com Ele e com toda a humanidade e a criação inteira, oferecer-nos ao Pai como oblação viva, santa e agradável (cf. Rm 12,1).<br />
A nossa vocação de oblatos e reparadores, torna-nos solidários com todos os homens, também com os pecadores, em cujo número nos incluímos. Mas também queremos tornar-nos solidários com Cristo, e com os nossos irmãos na fé, para colaborarmos na sua promoção, na sua evangelização e no seu crescimento humano e espiritual. A nossa “solidariedade”, tal como a de Cristo, não deve ser somente “afectiva”: «Vendo as multidões, sentiu compaixão por elas, porque eram como ovelhas sem pastor» (Mt 9, 36); mas “efectiva”: Jesus multiplica os pães (cf. Mc 8, 1-9), cura os doentes (cf. Mt 15, 30), «anuncia a Boa Nova aos pobres» (Lc 4, 18).<br />
Temos consciência da graça redentora, fruto do amor incomensurável de Deus para connosco. E, tal como o Pe. Dehon, queremos corresponder-lhe «com uma união íntima ao Coração de Cristo e com a instauração do seu Reino nas almas e nas sociedades» (Cst. 4), isto é, servindo o Reino e servindo os homens concretos que nos rodeiam. Este propósito há-de levar-nos ao compromisso pessoal, à acção, à “disponibilidade” para com os irmãos em necessidade. Só assim poderemos reviver a experiência do Pe. Dehon «sensível ao pecado que enfraquece a Igreja», aos «males da sociedade”, de que «descobre a causa mais profunda… na recusa do amor de Cristo». Mas também há que praticar a partilha, como nos ensina: «Aquele que tiver bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos com palavras, nem com a língua, mas por acções e em verdade» (1 Jo 3, 17-18; cf. Tg 2, 14-17). A insensatez do homem rico consistiu em não abrir o coração e os celeiros aos outros…<br />
Oratio<br />
Senhor, dá-me a luz do teu Espírito para discernir em mim os desejos bons e os desejos maus, a vontade boa e a vontade má. Então saberei gerir correctamente os teus dons, tanto materiais como espirituais. Então hei-de lembrar-me que a vida passa como a flor do feno e que a ganância é insensatez.<br />
Dá-me, Senhor, um coração livre do apego e da avidez pelo «ter»: ter coisas, ter títulos, ter cargos, ter prestígio… Que me preocupe mais em «ser» tal como me criaste, e a tornar-me, cada vez, adulto, à tua imagem. Tu és Amor, Amor solidário connosco! Que eu saiba ser amor solidário contigo e, como tu, solidário com os homens meus irmãos. Amen.<br />
Contemplatio<br />
Ousarei, ó Jesus, interpretar aqui o vosso pensamento? Vós dissestes a vós mesmo desde toda a eternidade: «Se Eu, a Verdade infinita, Eu, o Verbo, afirmasse aos homens pecadores que os amo com um amor imenso; se lhes afirmasse que a sua alma, chamada à alegria divina e eterna é de um valor inestimável; se lhes dissesse quanto o céu é deslumbrante, como o inferno é medonho, não acreditariam em mim, não acreditariam no meu amor. Se lhes dissesse estas coisas incarnado, vivendo entre eles no poder e na riqueza, na alegria e na glória, e instruindo-os eu mesmo, na sua linguagem, acerca destas verdades, ainda assim não se sentiriam tocados. Em vão, afirmar-lhes-ia o meu amor pela Criação, pela Incarnação, pelo Evangelho, não responderiam. «Dir-lhes-ei, portanto, que os amo, numa linguagem que eles não poderão entender, que há-de tocar e arrebatar os seus corações. Depois de ter vivido na fraqueza, nos trabalhos, na obscuridade, nos sofrimentos, morrerei na cruz por eles, Eu, o Filho de Deus. Por eles, multiplicarei por toda a terra e eternizarei o meu sacrifício; então acreditarão que os amo». E eis porque o Coração de Jesus não quis exercer somente um sacerdócio pacífico no louvor e na acção de graças, mas um sacerdócio completo na imolação de si mesmo, como hóstia de amor e de reparação (Leão Dehon, OSP 2, p. 541).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:<br />
«O que preparaste, para quem será?» (Lc 12, 20).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-18810215436043650412016-10-15T07:01:00.002-07:002016-10-15T07:01:34.797-07:0029º Domingo do Tempo Comum – Ano C 16 Outubro 2016 ANO C<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-c8a5-39af-d2da-97ad3e04f09d"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
29º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
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<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Tema do 29º Domingo do Tempo Comum<br />
A Palavra que a liturgia de hoje nos apresenta convida-nos a manter com Deus uma relação estreita, uma comunhão íntima, um diálogo insistente: só dessa forma será possível ao crente aceitar os projectos de Deus, compreender os seus silêncios, respeitar os seus ritmos, acreditar no seu amor.<br />
O Evangelho sugere que Deus não está ausente nem fica insensível diante do sofrimento do seu Povo… Os crentes devem descobrir que Deus os ama e que tem um projecto de salvação para todos os homens; e essa descoberta só se pode fazer através da oração, de um diálogo contínuo e perseverante com Deus.<br />
A primeira leitura dá a entender que Deus intervém no mundo e salva o seu Povo servindo-Se, muitas vezes, da acção do homem; mas, para que o homem possa ganhar as duras batalhas da existência, ele tem que contar com a ajuda e a força de Deus… Ora, essa ajuda e essa força brotam da oração, do diálogo com Deus.<br />
A segunda leitura, sem se referir directamente ao tema da relação do crente com Deus, apresenta uma outra fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem: a Escritura Sagrada… Sendo a Palavra com que Deus indica aos homens o caminho da vida plena, ela deve assumir um lugar preponderante na experiência cristã.<br />
LEITURA I – Ex 17,8-13a<br />
Leitura do Livro do Êxodo<br />
Naqueles dias,<br />
Amalec veio a Refidim atacar Israel.<br />
Moisés disse a Josué:<br />
«Escolhe alguns homens<br />
e amanhã sai a combater Amalec.<br />
Eu irei colocar-me no cimo da colina,<br />
com a vara de Deus na mão».<br />
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec,<br />
enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.<br />
Quando Moisés tinha as mãos levantadas,<br />
Israel ganhava vantagem;<br />
mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.<br />
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas,<br />
trouxeram uma pedra e colocaram-no por debaixo<br />
para que ele se sentasse,<br />
enquanto Aarão e Hur, um de cada lado,<br />
lhe seguravam as mãos.<br />
Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol<br />
e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.<br />
AMBIENTE<br />
A primeira leitura de hoje situa-nos no contexto da caminhada dos hebreus pelo deserto (antes da entrada na Terra Prometida) e no quadro de um confronto violento entre os hebreus e um grupo de habitantes do deserto.<br />
Os inimigos que, neste episódio, os hebreus tiveram de enfrentar são designados como “Amalek”. As listas de Gn 36,12.16 ligam-nos à descendência de Esaú, o que os torna etnicamente aparentados com os hebreus… Seja como for, trata-se de tribos nómadas, violentas e agressivas (Dt 25,17-19 faz referência a uma emboscada montada pelos amalecitas aos hebreus em marcha pelo deserto e ao assassínio de alguns membros da comunidade do Povo de Deus que, sedentos e esgotados, caminhavam na retaguarda da coluna), que habitavam o Negev (cf. Nm 13,29; Jz 1,16) e que se opuseram, desde o início, à penetração israelita na Terra Prometida. Mais tarde, estes mesmos amalecitas aparecerão como adversários de Saúl (cf. 1 Sm 15) e de David (cf. 1 Sm 30). Para os hebreus, são os inimigos por excelência. Segundo a Melkhita sobre o Êxodo, rabi Eliézer dizia: “Deus jurou pelo trono da sua glória que, se qualquer uma das nações viesse para se fazer prosélita, seria recebida; mas Amalek nunca seria recebida na sua casa”.<br />
Para entendermos cabalmente o texto que aqui nos é proposto, convém ainda recordar que as tradições sobre a libertação (Ex 1-18) têm como objectivo primordial fazer uma catequese sobre o Deus libertador, que salvou o seu Povo da opressão e da morte, que o fez atravessar a pé enxuto o mar Vermelho e o encaminhou através do deserto… Não interessa aqui a reportagem jornalística do acontecimento; importa a catequese sobre esse Deus a quem Israel é convidado – pela história fora – a agradecer a sua vida e a sua liberdade.<br />
MENSAGEM<br />
A nossa história narra, pois, um confronto entre os hebreus em marcha pelo deserto e os amalecitas; enquanto o Povo chefiado por Josué combatia contra os inimigos, Moisés, no cimo de um monte, rezava e implorava a ajuda de Deus… De acordo com os catequistas de Israel, enquanto Moisés mantinha as mãos levantadas, os hebreus levavam vantagem sobre os inimigos; mas logo que Moisés, vencido pelo cansaço, deixava cair as mãos, eram os amalecitas que dominavam. A solução foi colocar Aarão e Hur ao lado de Moisés, amparando-lhe as mãos: assim, os hebreus levaram de vencida os inimigos.<br />
Não interessa, aqui, perguntar se a história se passou exactamente assim, ou se Deus estava mesmo do lado dos hebreus, ajudando-os a massacrar os amalecitas… Temos de entender este texto como uma página de catequese, através da qual os teólogos de Israel pretendem educar o seu Povo; e aquilo que esta catequese pretende ensinar é que a libertação se deve, mais do que aos esforços do Povo, à acção de Deus.<br />
Por outro lado, a catequese que o texto nos propõe sublinha a importância da oração. Os teólogos de Israel sabem (e pretendem deixar essa mensagem) que é preciso invocar o Deus libertador com perseverança e insistência. Para vencer as duras batalhas que a vida nos apresenta, é preciso ter a ajuda e a força de Deus; e essa ajuda e essa força brotam de um diálogo contínuo, nunca interrompido e nunca acabado, do crente com Deus.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão pode fazer-se a partir das seguintes coordenadas:<br />
• O que nós temos no Livro do Êxodo não é o retrato de um Deus injusto e parcial, que ajuda um Povo a derrotar e a chacinar outros povos; mas é uma catequese em que um Povo, olhando para a sua história numa perspectiva de fé, constata a presença e a acção de Deus nesse processo de libertação que os trouxe da escravidão para a liberdade. Os teólogos de Israel quiseram ensinar – embora servindo-se de formas de expressão típicas da sua época – que Deus não ficou de braços cruzados diante do sofrimento do seu Povo e que, por isso, veio ao seu encontro, conduziu-o, deu-lhe forças e permitiu-lhe ser senhor do seu destino… Portanto, é a Deus que Israel deve agradecer a sua salvação. Hoje, somos convidados a percorrer um caminho semelhante e a descobrir o Deus libertador vivo e actuante na nossa história, agindo no coração e na vida de todos aqueles que lutam por um mundo mais justo, mais livre e mais humano. Israel descobriu que, no plano de Deus, aquilo que oprime e destrói os homens não tem lugar; e que, sempre que alguém luta para ser livre, Deus está com essa pessoa e age nela.<br />
• É exactamente por a ajuda de Deus ser decisiva na luta por um mundo mais livre e mais humano que os catequistas de Israel sublinham o papel da oração… Quem sonha com um mundo melhor e luta por ele, tem de<br />
viver num diálogo contínuo, profundo, com Deus: é nesse diálogo que se percebe o projecto de Deus para o mundo e se recebe d’Ele a força para vencer tudo o que oprime e escraviza o homem. A oração que dá sentido e conteúdo à intervenção no mundo faz parte da minha vida?<br />
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 120 (121)<br />
Refrão: O nosso auxílio vem do Senhor,<br />
que fez o céu e a terra.<br />
Levanto os meus olhos para os montes:<br />
donde me virá o auxílio?<br />
O meu auxílio vem do Senhor,<br />
que fez o céu e a terra.<br />
Não permitirá que vacilem os teus passos,<br />
não dormirá Aquele que te guarda.<br />
Não há-de dormir nem adormecer<br />
aquele que guarda Israel.<br />
O Senhor é quem te guarda,<br />
o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.<br />
O sol não te fará mal durante o dia,<br />
nem a luz durante a noite.<br />
O Senhor te defende de todo o mal,<br />
o Senhor vela pela tua vida.<br />
Ele te protege quando vais e quando vens,<br />
agora e para sempre.<br />
LEITURA II – 2 Tim 3,14-4,2<br />
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo<br />
Caríssimo:<br />
Permanece firme no que aprendeste<br />
e aceitaste como certo,<br />
sabendo de quem o aprendeste.<br />
Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras;<br />
elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação,<br />
pela fé em Cristo Jesus.<br />
Toda a Escritura, inspirada por Deus,<br />
é útil para ensinar, persuadir, corrigir<br />
e formar segundo a justiça.<br />
Assim o homem de Deus será perfeito,<br />
bem preparado para todas as boas obras.<br />
Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo,<br />
que há-de julgar os vivos e os mortos,<br />
pela sua manifestação e pelo seu reino:<br />
Proclama a palavra,<br />
insiste a propósito e fora de propósito,<br />
argumenta, ameaça e exorta,<br />
com toda a paciência e doutrina.<br />
AMBIENTE<br />
A segunda leitura oferece-nos, mais uma vez, um trecho da Segunda Carta a Timóteo. Recordamos (outra vez) que a redacção desta carta deve ser colocada nos finais do séc. I ou princípios do séc. II, numa altura em que as comunidades cristãs se debatiam com as perseguições organizadas, a falta de entusiasmo dos crentes e as falsas doutrinas… O autor desta carta pretende convidar os crentes em geral (e os animadores das comunidades, em particular) a redescobrirem o entusiasmo pelo Evangelho e a defenderem-se de tudo aquilo que punha em causa a verdade recebida de Jesus, através dos apóstolos.<br />
MENSAGEM<br />
No geral, o trecho que nos é proposto é uma exortação a Timóteo, no sentido de permanecer fiel à verdadeira doutrina aprendida da Tradição e da Escritura. Insinuam-se já, aqui, os critérios de discernimento adoptados no séc. II para distinguir a verdadeira da falsa doutrina: a posse da verdade está garantida quando aquele que ensina é um sucessor legítimo dos apóstolos (deles recebeu a autoridade para animar e pastorear a Igreja) e quando ele transmite fielmente a verdade recebida dos apóstolos, em conformidade com a Escritura.<br />
A Palavra transmitida na Escritura é “inspirada por Deus” (o termo grego “théopneustos”, aqui utilizado, tem sentido passivo e sugere que, na composição dos livros que formam a Escritura, interveio, além do autor humano, o próprio Deus); por isso, nela está “a sabedoria que leva à salvação” (3,15). A utilidade da Escritura é descrita através de quatro verbos fortes: “ensinar”, “persuadir”, “corrigir” e “formar”. Fica assim claro que a Escritura é a fonte para toda a formação e educação cristã, para fazer aparecer o “homem perfeito” (3,17).<br />
Nos últimos versículos do nosso texto (4,1-2), continua a exortação a Timóteo no sentido de que cumpra a sua tarefa de animador da comunidade cristã de forma adequada e entusiasta. Em tom solene e patético, o autor desta carta convida Timóteo a proclamar a Palavra “a propósito e fora de propósito” (a expressão utilizada indica que a Palavra deve ser proclamada mesmo quando a ocasião não parece muito propícia, sem medo, sem respeitos humanos, sem falsos pudores), “com toda a paciência e doutrina” (isto é, com uma adequada pedagogia pastoral).<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão e partilha podem fazer-se de acordo com as seguintes linhas:<br />
• Dizer que a Escritura é inspirada por Deus significa que ela contém as palavras que Deus quer dirigir-nos, a fim de nos indicar o caminho para a vida plena… No dizer de Leão XIII, a Escritura é “uma carta outorgada pelo Pai celeste ao género humano viandante longe da sua pátria, e que os autores sagrados nos transmitiram” (Providentissimus Deus, nº 4). A Escritura deve, pois, assumir um lugar preponderante na nossa vida pessoal e na vida das nossas comunidades cristãs. Isso acontece? Que lugar ocupa a leitura, a reflexão e a partilha da Palavra de Deus na minha vida? Que lugar ocupa a Palavra de Deus na vida e na experiência das nossas comunidades cristãs? O que é que assume um valor mais determinante na experiência cristã: as práticas rituais, as devoções particulares, as leis e os códigos, ou a Palavra de Deus?<br />
• Porque a Palavra de Deus aparece envolta em roupagens e géneros literários típicos de uma época e de uma cultura determinada, é preciso estudá-la, aprender a conhecer o mundo e a cultura bíblica, compreender o enquadramento e o ambiente em que o autor sagrado escreve… As nossas comunidades cristãs têm o cuidado de organizar iniciativas no campo da informação e do estudo bíblico, de forma a proporcionar aos nossos cristãos uma informação adequada para compreender melhor a Palavra de Deus? E quando há essa informação, os nossos cristãos têm o cuidado de a aproveitar? Porquê?<br />
• A leitura que nos foi proposta chama, também, a atenção daqueles que estão ao serviço da Palavra: eles devem anunciá-la em todas as circunstâncias, sem respeito humano, sem jogos de conveniências, sem atenuarem a radicalidade da Palavra; e devem, também, preparar-se convenientemente, a fim de que a Palavra se torne atraente e chegue ao coração dos que a escutam… É assim que procedem aqueles a quem a Igreja confia o serviço da Palavra?<br />
ALELUIA – Heb 4,12<br />
Aleluia. Aleluia.<br />
A palavra de Deus é viva e eficaz,<br />
pode discernir os pensamentos e intenções do coração.<br />
EVANGELHO – Lc 18,1-8<br />
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas<br />
Naquele tempo,<br />
Jesus disse aos seus discípulos uma parábola<br />
sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar:<br />
«Em certa cidade vivia um juiz<br />
que não temia a Deus nem respeitava os homens.<br />
Havia naquela cidade uma viúva<br />
que vinha ter com ele e lhe dizia:<br />
‘Faz-me justiça contra o meu ad<br />
versário’.<br />
Durante muito tempo ele não quis atendê-la.<br />
Mas depois disse consigo:<br />
‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens;<br />
mas, porque esta viúva me importuna,<br />
vou fazer-lhe justiça,<br />
para que não venha incomodar-me indefinidamente’».<br />
E o Senhor acrescentou:<br />
«Escutai o que diz o juiz iníquo!…<br />
E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos,<br />
que por Ele clamam dia e noite,<br />
e iria fazê-los esperar muito tempo?<br />
Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa.<br />
Mas quando voltar o Filho do homem,<br />
encontrará fé sobre esta terra?»<br />
AMBIENTE<br />
O Evangelho apresenta-nos mais uma etapa do “caminho de Jerusalém”. O texto que hoje nos é proposto vem na sequência do discurso escatológico sobre a vinda gloriosa do Filho do Homem (cf. Lc 17,20-37). A parábola do juiz e da viúva deve, pois, ser entendida neste ambiente.<br />
Trata-se de um texto que não tem paralelo noutro evangelista; no entanto, é similar à parábola do amigo importuno que vem pedir pão a meio da noite e que é atendido por causa da sua insistência (cf. Lc 11,5-8).<br />
Não esqueçamos que Lucas escreveu o terceiro Evangelho durante a década de 80… É uma época em que as comunidades cristãs sofrem por causa da hostilidade dos judeus e dos pagãos e em que já se anunciam as grandes perseguições que dizimaram as comunidades cristãs no final do séc. I. Os cristãos estão inquietos, desanimados e anseiam pela segunda vinda de Cristo – isto é, pela intervenção definitiva de Deus na história para derrotar os maus e salvar o seu Povo.<br />
MENSAGEM<br />
O nosso texto consta de uma parábola e da sua aplicação teológica.<br />
Os personagens centrais da parábola (vers 2-5) são uma viúva e um juiz. A viúva, pobre e injustiçada (na Bíblia, é o protótipo do pobre sem defesa, vítima da prepotência dos ricos e dos poderosos), passava a vida a queixar-se do seu adversário e a exigir justiça; mas o juiz, “que não temia Deus nem os homens”, não lhe prestava qualquer atenção… No entanto, o juiz – apesar da sua dureza e insensibilidade – acabou por fazer justiça à viúva, a fim de se livrar definitivamente da sua insistência importuna.<br />
Apresentada a parábola, vem a sua aplicação teológica (vers. 6-8). Se um juiz prepotente e insensível é capaz de resolver o problema da viúva por causa da sua insistência, Deus (que não é, nem de perto nem de longe, um juiz prepotente e sem coração) não iria escutar os “seus eleitos que por Ele clamam dia e noite e iria fazê-los esperar muito tempo?”<br />
Naturalmente, estamos diante de uma pergunta retórica. É evidente que, se até um juiz insensível acaba por fazer justiça a quem lhe pede com insistência, com muito mais motivo Deus – que é rico em misericórdia e que defende sempre os débeis – estará atento às súplicas dos seus filhos.<br />
Dado o contexto em que a parábola aparece, é certo que Lucas pretende dirigir-se a uma comunidade cristã cercada pela hostilidade do mundo, que começava a ver no horizonte próximo o espectro das perseguições e que estava desanimada porque, aparentemente, Deus não escutava as súplicas dos crentes e não intervinha no mundo para salvar a sua Igreja. A resposta que Lucas deixa aos seus cristãos é a seguinte: ao contrário do que parece, Deus não abandonou o seu Povo, nem é insensível aos seus apelos; Ele tem o seu projecto, o seu plano e o seu tempo próprio para intervir… Aos crentes resta moderar a sua impaciência e confiar em que Ele não deixará de intervir para os libertar.<br />
Que é que tudo isto tem a ver com a oração? Porque é que esta é uma parábola sobre a necessidade de rezar (“Jesus disse-lhes uma parábola sobre a necessidade de orar sempre, sem desanimar” – vers. 1)? Lucas pede aos cristãos a quem a mensagem se destina que, apesar do aparente silêncio de Deus, não deixem nunca de dialogar com Ele. É nesse diálogo que entendemos os projectos e os ritmos de Deus; é nesse diálogo que Deus transforma os nossos corações; é nesse diálogo que aprendemos a entregar-nos nas mãos de Deus e a confiar n’Ele. Sobretudo, que nada (nem o desânimo, nem a desconfiança perante o silêncio de Deus) nos leve a desistir de uma verdadeira comunhão e de um profundo diálogo com Deus.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
Na reflexão, podem ser considerados os seguintes aspectos:<br />
• Porque é que Deus permite que tantos milhões de homens sobrevivam em condições tão degradantes? Porque é que os maus e injustos praticam arbitrariedades sem conta sobre os mais débeis e nenhum mal lhes acontece? Como é que Deus aceita que 2.800 milhões de pessoas (cerca de metade da humanidade) vivam com menos de três euros por dia? Como é que Deus não intervém quando certas doenças incuráveis ameaçam dizimar os pobres dos países do quarto mundo, perante a indiferença da comunidade internacional? Onde está Deus quando as ditaduras ou os imperialismos maltratam povos inteiros? Deus não intervém porque não quer saber dos homens e é insensível em relação àquilo que lhes acontece? É a isto que o Evangelho de hoje procura responder… Lucas está convicto de que Deus não é indiferente aos gritos de sofrimento dos pobres e que não desistiu de intervir no mundo, a fim de construir o novo céu e a nova terra de justiça, de paz e de felicidade para todos… Simplesmente, Deus tem projectos e planos que nós, na nossa ânsia e impaciência, não conseguimos perceber. Deus tem o seu ritmo – um ritmo que passa por não forçar as coisas, por respeitar a liberdade do homem… A nós resta-nos respeitar a lógica de Deus, confiar n’Ele, entregarmo-nos nas suas mãos.<br />
• Para que Deus e os seus projectos façam sentido ou, pelo menos, para que a aparente falta de lógica dos planos de Deus não nos lancem no desespero e na revolta, é preciso manter com Ele uma relação de comunhão, de intimidade, de diálogo. Através da oração, percebemos quem Deus é, percebemos o seu amor e a sua misericórdia, descobrimos a sua bondade e a sua justiça… E, dessa forma, constatamos que Ele não é indiferente à sorte dos pobres e que tem um projecto de salvação para todos os homens. A oração é o caminho para encontrarmos o amor de Deus.<br />
• O diálogo que mantemos com Deus não pode ser um diálogo que interrompemos quando deixamos de perceber as coisas ou quando Deus parece ausente; mas é um diálogo que devemos manter, com perseverança e insistência. Quem ama de verdade, não corta a relação à primeira incompreens&ati<br />
lde;o ou à primeira ausência. Pelo contrário, a espera e a ausência provam o amor e intensificam a relação.<br />
• A oração não é uma fórmula mágica e automática para levar Deus a fazer-nos as “vontadinhas”… Muitas vezes, Deus terá as suas razões para não dar muita importância àquilo que Lhe pedimos: às vezes pedimos a Deus coisas que nos compete a nós conseguir (por exemplo, passar nos exames); outras vezes, pedimos coisas que nos parecem boas, mas que a médio prazo podem roubar-nos a felicidade; outras vezes, ainda, pedimos coisas que são boas para nós, mas que implicam sofrimento e injustiça para os outros… É preciso termos consciência disto; e quando parece que Deus não nos ouve, perguntemos a nós próprios se os nossos pedidos farão sentido, à luz da lógica de Deus.<br />
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)<br />
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.<br />
Ao longo dos dias da semana anterior ao 29º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.<br />
2. PALAVRA CELEBRADA NA EUCARISTIA.<br />
A Palavra de Deus não se limita ao tempo da proclamação e da escuta da Palavra. Na preparação da celebração, procurar que algumas expressões da liturgia da Palavra estejam presentes no momento penitencial, nalguma intenção da oração dos fiéis, num momento de acção de graças…<br />
3. BILHETE DE EVANGELHO.<br />
O juiz da parábola faz justiça, não para fazer respeitar a justiça, mas para ter a paz. É a perseverança da mulher que lhe faz obter o que ela pede. O que conta aos olhos do Senhor é a perseverança no pedido. Deus parece esperar a confiança daqueles que Lhe rezam. A confiança não tem limites… Mas Jesus coloca a terrível questão: “O Filho do Homem, quando vier, encontrará fé sobre a terra?” Não respondamos demasiado depressa… A nossa oração verifica a nossa fé, mas é necessário que ela se faça perseverança…<br />
4. À ESCUTA DA PALAVRA.<br />
“É preciso rezar sempre sem desencorajar”. Jesus tomou o exemplo da viúva que pede obstinadamente que a justiça lhe seja feita, para ilustrar o seu convite a uma oração perseverante, também ela obstinada. Mas poderíamos esperar esta conclusão: “Se vós insistis sem cessar junto de Deus com a vossa oração, então, como o juiz, Ele acabará por ceder e atenderá o vosso pedido”. Mas não! Jesus parece incoerente. Ele diz: “E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa”. É preciso rezar longamente, com perseverança, sem desencorajar e então Deus escuta-nos depressa, sem tardar! Tudo isso não é muito lógico! Mas que quer Jesus dizer-nos? A palavra-chave é que “Deus faz-nos justiça”. É uma palavra terrivelmente ambígua. A justiça entre os homens é indispensável. Consiste em dar a cada um o que lhe é devido, a reconhecer os deveres e os direitos de cada um. Há leis para dizer quais são esses direitos e deveres, há juízes para aplicar essas leis. Mas a justiça humana é sempre muito limitada e é preciso, muitas vezes, uma longa paciência para que ela seja, ao menos um pouco, aplicada! Com Deus, as coisas não são assim. Deus não é um juiz mais perfeito que os juízes terrestres, a justiça de Deus não é um decalque eterno da justiça humana. Jesus veio revelar-nos que Deus é Amor. Desde então, Deus é justo quando a sua acção é “ajustada” ao seu ser, é justo quando ama. O mais alto degrau da justiça é perdoar e fazer misericórdia, porque aí se manifesta em plena luz a verdadeira natureza de Deus, o seu amor totalmente gratuito. É precisamente isso que pedem os “eleitos”, aqueles que compreenderam qual é a justiça de Deus: Ó Deus, dá-me o teu amor, o teu Espírito Santo, para que Ele ajuste o meu coração e toda a minha vida ao teu amor. Perdoa os meus pecados”. Esta oração, Deus atende-a sem tardar, como fez ao bom ladrão: “Hoje, estarás comigo no Paraíso”. Esta oração, posso e devo fazê-la todos os dias, sem me cansar, sem me desencorajar, porque é todos os dias que preciso de ser ajustado ao amor de Deus.<br />
5. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.<br />
Pode-se escolher a Oração Eucarística IV, que recorda toda a história da salvação e está em harmonia com a perseverança pedida ao homem; é toda a Aliança…<br />
6. PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA…<br />
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “o Senhor é quem te guarda… o Senhor vela pela tua vida…”; “proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina”; “…necessidade de orar sempre sem desanimar…”. Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…<br />
<br />
<br />
<br />
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS<br />
PROPOSTA PARA<br />
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS<br />
Grupo Dinamizador:<br />
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho<br />
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)<br />
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal<br />
Tel. 218540900 – Fax: 218540909<br />
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-39663672741613066162016-10-14T09:17:00.001-07:002016-10-14T09:17:16.040-07:00XXVIII Semana – Sábado – Tempo Comum – Anos Pares 15 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-c3fb-2c7c-2929-b466ac4f2e1f"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXVIII Semana – Sábado<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 1, 15-23<br />
Irmãos: 15Desde que ouvi falar da vossa fé no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos, 16não cesso de dar graças a Deus por vós, quando vos recordo nas minhas orações. 17Que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê o Espírito de sabedoria e vo-lo revele, para o conhecerdes; 18sejam iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes que esperança nos vem do seu chamamento, que riqueza de glória contém a herança que Ele nos reserva entre os santos 19e como é extraordinariamente grande o seu poder para connosco, os crentes, de acordo com a eficácia da sua força poderosa, 20que eficazmente exerceu em Cristo: ressuscitou-o dos mortos e sentou-o à sua direita, no alto do Céu, 21muito acima de todo o Poder, Principado, Autoridade, Potestade e Dominação e de qualquer outro nome que seja nomeado, não só neste mundo, mas também no que há-de vir. 22Sim, Ele tudo submeteu a seus pés e deu-o, como cabeça que tudo domina, à Igreja, 23que é o seu Corpo, a plenitude daquele que tudo preenche em todos.<br />
Depois de ter cantado o magnífico projecto salvífico de Deus, Paulo alegra-se porque, tendo sido informado sobre a fé dos destinatários da carta, os vê participantes da herança conquistada por Cristo, e que por Ele nos é oferecida. Essa participação já se nota na caridade activa das igrejas da Ásia. Por isso, o Apóstolo pede ao Pai, para elas, o dom do «espírito de sabedoria e de revelação» para que possam penetrar cada vez mais no mistério e permanecer firmes na fé. Mas o Espírito Santo é também amor. Ora, o amor gera o conhecimento e o conhecimento gera o amor. O cume deste conhecimento amoroso está em saber-se amados. A experiência de ser amado por Deus mostra-nos a grandeza dos bens que nos esperam, a dignidade a que fomos elevados, bem como a poderosa eficácia da redenção operada por Cristo (vv. 20s.). A Igreja, submetida a Cristo, sua cabeça, recebe d´Ele a vida e todos os bens para, como um corpo, crescer e chegar à «medida completa da plenitude de Cristo» (4, 13).<br />
Evangelho: Lucas 12, 8-12<br />
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 8Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também o Filho do Homem se declarará por ele diante dos anjos de Deus. 9Aquele, porém, que me tiver negado diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus. 10E a todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem, há-de perdoar-se; mas, a quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo, jamais se perdoará. 11Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de dizer em vossa defesa, 12pois o Espírito Santo vos ensinará, no momento próprio, o que deveis dizer.»<br />
Lucas provavelmente reúne neste texto um conjunto de palavras de Jesus para encorajar os cristãos que enfrentam as perseguições e os desafios do mundo. Também lhes oferece critérios de comportamento. É preciso enfrentar o presente com uma perspectiva escatológica, porque o «hoje» determina a eternidade. Uma vez que «não há outro nome (além do de Jesus) dado aos homens … para que sejam salvos» (cf. Act 4, 12), a salvação oferecida por Deus depende do reconhecimento público de Jesus.<br />
Isto parece estar em contradição com o que se diz no versículo seguinte (v. 10). Há que distinguir. Alguns autores pensam que Lucas compreenda a dificuldade que alguns sentem em reconhecer no Jesus terreno o Salvador. Por isso, acha admissível que se «fale contra o Filho do homem»; mas não há perdão para quem blasfemar «contra o Espírito Santo», isto é, quando a liberdade humana recusa aderir à verdade que lhe é interiormente revelada pela graça de Deus. Neste caso, não dar testemunho diante dos homens, torna-se infidelidade e motivo de condenação. Pelo contrário, quando a acção do Espírito é acolhida pelo crente, este pode estar certo do apoio do Espírito no momento em que for chamado a dar testemunho diante dos homens.<br />
Meditatio<br />
As leituras de hoje são um convite à fé corajosa e à esperança firme na força do Espírito Santo. S. Paulo pede para os cristãos de Éfeso, sobretudo, um aumento da fé: «Irmãos: não cesso de dar graças a Deus por vós, quando vos recordo nas minhas orações; Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê o Espírito de sabedoria e que vo-lo revele, para o conhecerdes» (vv. 15-17).<br />
Na verdade, devemos rezar sempre para termos os olhos mais abertos, isto é, para alcançarmos um conhecimento cada vez maior do mistério de Cristo, e assim progredirmos na caridade.<br />
E o Apóstolo continua: «sejam iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais que esperança nos vem do seu chamamento, que riqueza de glória contém a herança que Ele nos reserva entre os santos e como é extraordinariamente grande o seu poder para connosco, os crentes, de acordo com a eficácia da sua força poderosa, que eficazmente exerceu em Cristo: ressuscitou-o dos mortos» (vv. 18-20). Paulo reza também para que cresça nos fiéis a esperança. E a nossa esperança fundamenta-se totalmente na Ressurreição de Cristo, na qual o Pai manifestou todo o seu poder, que agora está ao nosso dispor por meio de Jesus.<br />
O hino de Paulo desenvolve-se, de admiração em admiração, recordando aquilo que o Pai realizou em Cristo, ressuscitando e colocando-O à sua direita na glória, constituindo-O cabeça de toda a realidade, particularmente da Igreja, que é seu corpo e plenitude.<br />
Os pensamentos do Apóstolo são densos e difíceis de compreender. Mas podemos juntar-nos a ele na acção de graças, na admiração, na oração, pedindo que os enormes dons que Deus derramou sobre nós nos encontrem sempre disponíveis para os acolher. Então a nossa fé, a nossa esperança, a nossa caridade aumentarão a sua glória.<br />
É bom, para nós dehonianos, meditar e rezar o plano salvífico de Deus à luz do Lado aberto do Crucificado (cf. Cst. 21) para chegarmos ao tesouro mais precioso da Igreja o Coração de Cristo (cf. Cst. 28).<br />
Seremos assim «fortalecidos na nossa vocação» (Cst. 21), sentindo-nos cada vez mais inseridos no «movimento do amor redentor», iniciado na Criação e consumado na Morte e Ressurreição de Cristo e, solidários com Cristo, dar-nos-emos aos irmãos, com e como Ele (cf. Cst. 21).<br />
Deste modo, a nossa oblação tornamo-nos participantes na obra de reconciliação que cura a humanidade, a reúne no Corpo de Cristo e a consagra para Glória e Alegria de Deus (cf. Cst. 25). Do “dom da fé” (Cst. 9) cheg&aacu<br />
te;mos ao dom de nós mesmos (cf. Cst. 21) “para Glória e Alegria de Deus” (Cst. 25).<br />
Oratio<br />
Pai, que a nossa fé se torne caridade para com os irmãos. Só assim daremos um testemunho inequívoco do teu amor e do teu projecto de salvação para todos. Quantas vezes nos acobardámos e não demos testemunho, não tanto com palavras, mas com obras. Dá-nos o teu Espírito Santo, para que, decididamente, possamos inserir-nos no movimento de amor redentor que desencadeaste na criação e consumaste na Morte e na Ressurreição do teu Filho Jesus. Então, fortalecidos e animados, dar-nos-emos aos irmãos, com Cristo e como Ele, tornando credível o nosso testemunho de fé, para que o mundo creia. Amen.<br />
Contemplatio<br />
A Igreja, inspirando-se no Coração sacerdotal de Jesus, libertou os escravos. Elevou os escravos, por degraus, à servidão, ao proletariado; conduzi-los-á à participação, à cooperação, à igualdade cívica.<br />
Organizou as comunas, as corporações, as ordens redentoras. /605<br />
Com S. Francisco, subtraiu o povo às durezas do direito feudal.<br />
Remediou o proletariado através das obras, dos orfanatos, dos hospitais, das sociedades de caridade.<br />
Trajano e Marco Aurélio submetiam os escravos e os vencidos aos trabalhos forçados e às lutas no anfiteatro. Voltaire e os filósofos escarneciam o povo que não prestava senão para comer feno. Cristo e os apóstolos promulgavam a fraternidade universal.<br />
Ó padres, dedicai-vos às obras antigas e às novas.<br />
Ajudai a imprensa popular.<br />
Favorecei os círculos de estudo, as conferências, os retiros que formam apóstolos.<br />
Ide ao povo por um método apostólico, unido ao método administrativo.<br />
Ide ao povo pela reivindicação da justiça e do direito em seu favor.<br />
Ide ao povo favorecendo os seus interesses, as suas recriações honestas.<br />
«Quanto ao que toca à fraternidade, diz S. Paulo aos Tessalonicenses (c. 4), isto sobressai de tal modo do Evangelho, que não tenho propriamente necessidade de vos falar disto» (Leão Dehon, OSP 2, p. 604s.).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje esta palavra:<br />
«A tua glória, Senhor, é o homem vivo» (da Liturgia).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-30959823646574676292016-10-13T09:16:00.002-07:002016-10-13T09:16:28.375-07:00XXVIII Semana – Sexta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 14 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-bed4-300f-21cc-e6169dba59ca"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXVIII Semana – Sexta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 1, 11-14<br />
Irmãos: 11Em Cristo que fomos escolhidos como sua herança, predestinados de acordo com o desígnio daquele que tudo opera, de acordo com a decisão da sua vontade, 12para que nos entreguemos ao louvor da sua glória, nós, que previamente pusemos a nossa esperança em Cristo. 13Foi nele, ainda, que vós ouvistes a palavra da verdade, o Evangelho que vos salva. Foi nele ainda que acreditastes e fostes marcados com o selo do Espírito Santo prometido, 14o qual é garantia da nossa herança, para que dela tomemos posse, na redenção, para louvor da sua glória.<br />
Ao concluir o hino sobre o projecto salvífico de Deus, o autor introduz o conceito de «predestinação», que tantas polémicas motivou na Igreja. O termo parecerá menos ambíguo, se o lermos à luz do conceito de «herança». Estamos predestinados à salvação no sentido em que Deus, em Jesus Cristo, nos redimiu, sem qualquer mérito da nossa parte, tornando-nos herdeiros da sua própria vida. Estamos todos salvos; mas, sendo livres, podemos recusar essa herança e, por isso, excluir-nos da salvação que nos foi dada gratuitamente. Portanto, dizer que estamos predestinados, não significa dizer que estamos necessariamente salvos: «Deus, que nos criou sem nós, não nos pode salvar sem nós» (S. Agostinho).<br />
Mas, sempre que a fé está pronta a acolher a salvação, manifesta-se a eficácia da vontade salvífica de Deus. Por isso, tanto os hebreus, como os pagãos, uma vez que acreditaram no Evangelho, tornaram-se herdeiros, recebendo, sem qualquer diferença, pelo baptismo, a antecipação dos bens futuros, isto é, o Espírito Santo, que torna possível, já na terra, a vida que havemos de viver plenamente depois da morte.<br />
Outro termo chave, que aparece na conclusão do hino, é «glória de Deus». Este termo tem na Bíblia um significado preciso. Trata-se da manifestação da sua presença e daquilo que Ele é. Os cristãos são chamados a ser «para louvor da sua glória» (v. 14c), isto é, a deixar transparecer, na santidade da sua vida, a beleza de Deus: «Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto» (Jo 15, 8ª).<br />
Evangelho: Lucas 12, 1-7<br />
Naquele tempo, 1a multidão tinha-se ajuntado por milhares, a ponto de se pisarem uns aos outros. Jesus começou a dizer primeiramente aos seus discípulos:«Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto que não venha a conhecer-se. 3Porque tudo quanto tiverdes dito nas trevas há-de ouvir-se em plena luz, e o que tiverdes dito ao ouvido, em lugares retirados, será proclamado sobre os terraços. 4Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e, depois, nada mais podem fazer. 5Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem o poder de lançar na Geena. Sim, Eu vo-lo digo, a esse é que deveis temer. 6Não se vendem cinco pássaros por duas pequeninas moedas? Contudo, nenhum deles passa despercebido diante de Deus. 7Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não temais: valeis mais do que muitos pássaros.<br />
Os «ai de vós» dirigidos por Jesus aos fariseus e doutores da lei têm por objectivo alertar os discípulos para a necessidade de se defenderem da hipocrisia farisaica. Não se trata de avisos de natureza moral. Lucas escreve a comunidades que vêem chegar ao fim o tempo apostólico sem que se verifique a última vinda de Jesus para instaurar o Reino de Deus, a parusia. Além disso, essas comunidades estão ameaçadas por perseguições e por falsas doutrinas. Põe-se o problema da perseverança e da fidelidade. Lucas solicita aos cristãos um comportamento marcado pela autenticidade e pela clareza (vv. 2s.) e oferecendo-lhes uma palavra de consolação que se torna convite à confiança em Deus (vv. 4-7).<br />
Os cristãos, ao contrário dos fariseus, devem fazer com que as suas palavras correspondam ao que pensam e sentem, professando abertamente e sem medo a sua fé, custe o que custar, porque «nada há encoberto que não venha a descobrir se» (v.2). Quando vier o Filho do homem cairão por terra as astúcias e mentiras que se tornarão causa de condenação e não de salvação. O verdadeiro risco que os cristãos correm, no meio das perseguições, não é perder a vida do corpo, mas, sim, a vida verdadeira, a vida eterna. Lucas já tinha lembrado, ao apresentar as condições para o seguimento de Jesus que «quem quiser salvar a sua vida há-de perdê la; mas, quem perder a sua vida por minha causa há-de salvá la» (9, 24). Por outro lado, porque não havemos de nos abandonar a este Deus que cuida com amor das suas criaturas mais insignificantes (vv. 6s.)?<br />
Meditatio<br />
O valor e a beleza daquilo que Deus nos deu ao criar-nos e ao recriar-nos, em Jesus Cristo, deixa-nos sem palavras. Ficamos completamente espantados se pensarmos que todo esse bem foi posto nas nossas mãos e confiado à nossa liberdade. Deus manifesta uma imensa confiança em nós. Mas também nos entrega uma grande responsabilidade. Dá-nos tudo o que é preciso para correspondermos ao seu dom. Mas deixa-nos a nós determinar a nossa felicidade ou infelicidade eternas.<br />
Deus, para nos salvar, mandou o seu Filho à terra, numa carne semelhante à nossa para poder partilhar a nossa condição. Ao lembrar-nos o nosso destino eterno, não quer que nos alheemos do mundo em que vivemos, mas manifesta-nos o seu amor e apresenta-nos uma alternativa à nossa escolha: «Amei-te com um amor eterno e criei-te para que te regozijasses comigo eternamente. Não és capaz de chegar a Mim, mas Eu vou tomar-te a meu cuidado e tornar possível esse encontro. Apenas te peço que confies em Mim e correspondas ao meu amor, dando testemunho dele com simplicidade e coragem. Sozinho nada podes: vencerão em ti o medo, a lógica do compromisso, os instintos do egoísmo e as fraquezas da tua natureza, e irás perder-me para sempre. Que queres? Escolhe!»<br />
A nossa opção por Cristo e pelo Evangelho é garantia de salvação e felicidade eternas. De facto, Cristo é «Aquele que vive» (Ap 1, 18). A vida é a primeira realidade que S. João realça no Verbo eterno de Deus: «N´Ele estava a vida…» (1, 4) e só porque é “vida”, o Verbo é «luz dos homens» (1, 5).<br />
Em Cristo, “primogénito” (Cl 1, 15), isto é, primeiro projectado, “primícias” dos “santos” e dos “ressuscitados” (cf. Jo 1, 17; 1 Cor 15, 20; Cl 1, 18) nós todos «fomos projectados, pensados, queridos, escolhidos e repletos de todas as bênçãos, já antes da fundação do mundo» (Ef 1, 3-6) (A. Carminati, SCJ).<br />
«O seu Caminho é o nosso caminho», afirma o n. 12 das Consti<br />
tuições. E nós percorremos Cristo-Caminho, com a nossa vida religiosa dehoniana, tendo fixo o olhar no Lado aberto do Crucificado e no Coração de Cristo, fonte de vida eterna (cf. Cst. 20).<br />
Oratio<br />
Senhor, o teu amor envolve-me. Amaste-me no começo da minha existência, amas-me no decurso da minha vida, e continuarás a amar-me eternamente. Obrigado, Senhor, porque pensaste em mim. Obrigado por me teres amado e continuares a amar. Obrigado pelos dons com que me cumulaste. Obrigado por tudo quanto pensaste para mim. Obrigado pela estima que me dedicas. Obrigado porque me fizeste livre, e continuas a respeitar a minha liberdade, mesmo quando a uso mal. Obrigado, sobretudo, porque não me queres objecto passivo da tua generosidade, mas fazes depender tudo do meu “sim” de amor. Atrai-me para Ti, para que possa ser a tua alegria e a tua glória. Amen.<br />
Contemplatio<br />
Se Deus não tivesse concedido ao homem senão os dons naturais, isso já teria sido bastante, e, no entanto, isso não teria sido nada em comparação com aquilo que Ele quis fazer. Por puro amor, por bondade, pressionado pela necessidade de se comunicar a si mesmo tanto quando possível, Ele acrescentou os dons sobrenaturais: a integridade, a imortalidade, a ciência infusa, e, o que tudo ultrapassa, a adopção divina… que nos torna filhos e como irmãos de Deus. «Ego dixi: dii estis et filii Excelsi omnes» (Sl 81, 6. Cf Jo 10, 34). É por este dom sublime que nós somos, ainda mais do que pelas nossas faculdades naturais, a imagem e a semelhança de Deus. «Faciamus hominem ad imaginem et similitudinem nostram»: Façamos o homem, dizem as três pessoas divinas, como um de entre nós, façamo-lo à nossa imagem, pelos dons naturais; façamo-lo à nossa semelhança, pelos dons sobrenaturais; façamos um conselho para formar o homem à nossa imagem e à nossa semelhança pela adopção divina. É deste homem divinizado que fala S. Paulo quando diz: «novum hominem qui creatus est secundum Deum: o novo homem que foi criado conforme a Deus, semelhante a Deus, na justiça e na santidade» (Ef 4, 24). (Leão Dehon, OSP 2, p.<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje esta palavra:<br />
«Não temais… valeis mais que muitos pássaros» (cf. Lc 12, 4-7).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-77991593610507421452016-10-12T09:05:00.001-07:002016-10-12T09:05:07.052-07:00XXVIII Semana – Quinta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 13 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-b9a3-7079-25fe-d9e40e7c3b54"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXVIII Semana – Quinta-feira<br />
Lectio<br />
Primeira leitura: Efésios 1, 1-10<br />
Irmãos: 1Paulo, Apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso: 2a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3Bendito seja o Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que no alto do Céu nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. 4Foi assim que Ele nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis na sua presença, no amor. 5Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos por meio de Jesus Cristo, de acordo com o beneplácito da sua vontade, 6para que seja prestado louvor à glória da sua graça, que gratuitamente derramou sobre nós, no seu Filho bem amado. 7É em Cristo, pelo seu sangue, que temos a redenção, o perdão dos pecados, em virtude da riqueza da sua graça, 8que Ele abundantemente derramou sobre nós, com toda a sabedoria e inteligência. 9Manifestou-nos o mistério da sua vontade, e o plano generoso que tinha estabelecido, 10para conduzir os tempos à sua plenitude: submeter tudo a Cristo, reunindo nele o que há no céu e na terra.<br />
Começamos hoje a ler na liturgia a carta aos Efésios. Trata-se provavelmente de uma carta circular dirigida às igrejas da Ásia por Paulo, durante o seu primeiro cativeiro em Roma (61-63 d. C.), ou por um seu discípulo. O autor propõe a visão da história, humana e cósmica como história de salvação, como realização de um grandioso projecto de amor do Pai, realizado no Filho Jesus. Por ele, todos os homens, e toda a criação, são redimidos. Esse projecto é impulsionado pela força irresistível da Ressurreição que, vencido o pecado e a morte, gera a nova humanidade, a igreja. Esta, aprendendo a reconciliar todas as divisões, vai crescendo progressivamente como único e harmónico corpo, cuja cabeça é Cristo.<br />
Depois da saudação inicial, o autor irrompe num hino de louvor e bênção a Deus Pai que nos deu abundantemente todos os bens. Começa por contemplar a bondade de Deus que, desde sempre, quis tornar as criaturas participantes da sua vida divina (v. 4); depois, canta a sua misericórdia que, não se deixando vencer pelo pecado, restabeleceu o homem na condição de filho, graças ao sangue de Cristo redentor (vv. 5-7). Esta redenção realiza-se ao longo da história. Deus criador ama a multiplicidade da criação, mas, sendo comunhão de amor, também ama a unidade. Esta sua vontade é actuada em Cristo que restaura nos homens a semelhança divina.<br />
Evangelho: Lucas 11, 47-53<br />
Naquele tempo, disse o Senhor aos doutores da lei: 47Ai de vós, que edificais os túmulos dos profetas, quando os vossos pais é que os mataram! 48Assim, dais testemunho e aprovação aos actos dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós edificais-lhes sepulcros. 49Por isso mesmo é que a Sabedoria de Deus disse: ‘Hei-de enviar-lhes profetas e apóstolos, a alguns dos quais darão a morte e a outros perseguirão, 50a fim de que se peça contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o santuário.’ Sim, Eu vo-lo digo, serão pedidas contas a esta geração. 52Ai de vós, doutores da Lei, porque vos apoderastes da chave da ciência: vós próprios não entrastes e impedistes a entrada àqueles que queriam entrar!» 53Quando saiu dali, os doutores da Lei e os fariseus começaram a pressioná-lo fortemente com perguntas e a fazê-lo falar sobre muitos assuntos, armando-lhe ciladas e procurando apanhar-lhe alguma palavra para o acusarem.<br />
Jesus, com ironia, desmascara a falsidade dos doutores da lei. Dizem venerar os profetas, mas não acolhem os apelos de Deus, tal como os seus pais. Por isso não são melhores do que eles. Os profetas foram recusados e mortos porque eram incómodos. O mesmo sucede, agora, com Jesus, Palavra definitiva do Pai. Os “sábios”, construindo sepulcros aos profetas, tornam-se cúmplices daqueles que os mataram, porque não acolhem as suas mensagens. O Calvário irá confirmar esta análise de Jesus, apoiada pela sentença de juízo profético (vv. 49-51) que lê a história de Israel como uma história de obstinação que foi produzindo vítimas «desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias».<br />
Notemos como a culpa evocada se limita ao Antigo Testamento: Lucas parece dar a entender que Deus não pedirá contas do sangue do seu Filho. De facto, «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3, 17). Todavia serão pedidas contas do sangue de todos os profetas a esta geração porque, «quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus» (Jo 3, 18).<br />
Jesus verbera fortemente a arrogância intelectual e religiosa dos doutores da lei que, embora dispondo dos instrumentos necessários, não seguem nem reconhecem o caminho que leva a Deus indicado pela Lei e pelos Profetas. Por ainda: tornaram-no inacessível ao povo retirando aos preceitos e normas o seu verdadeiro significado.<br />
Meditatio<br />
Enquanto nas outras cartas Paulo tem acentos polémicos, fortes e até violentos para com os adversários da fé, e contra as heresias que começam a despontar na Igreja, na carta aos Efésios, que hoje começamos a escutar, revela uma serenidade e um entusiasmo que não são perturbados por qualquer polémica.<br />
«Bendito seja o Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos altos céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Foi assim que Ele nos escolheu em Cristo… Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos; … derramou sobre nós a sua graça, com toda a sabedoria e inteligência. Manifestou-nos o mistério da sua vontade…». O Apóstolo está cheio de admiração pela generosidade de Deus, pelo esplendor da sua graça, pela sua imperscrutável riqueza. Mas admira, sobretudo, a Deus como fonte de unidade.<br />
A carta aos Efésios é a carta da unidade do povo de Deus, unidade formada pela união do povo hebreu e dos pagãos na única Igreja de Deus. É este o grande mistério que Paulo admira. Hebreus e pagãos são chamados a ser herdeiros da mesma promessa. Este mistério, que não fora revelado às gerações passadas, é agora revelado pelo Espírito. Daí o espanto de Paulo.<br />
Parecia que Deus se limitava a pensar e a cuidar de um só povo, o povo hebreu. Agora, fica-se a saber que Deus escolhera esse povo em vista da salvação de todos os povos. O plano de Deus não é limitado, mas estende-se a todos os homens. A generosidade de Deus é ilimitada.<br />
Esta revelação provocou uma esp&eacute<br />
;cie de ciúmes nos hebreus, que se fecharam nos seus privilégios. Mas a sua recusa assinalou a reconciliação do mundo (cf. Rm 11, 15). Jesus, como lemos no Evangelho, convidou insistentemente o seu povo a ser generoso para com Deus, a aceitar que os seus privilégios sejam partilhados por outros, a alegrar-se pela conversão dos pecadores, a não ficar triste como o irmão mais velho quando o Pai faz festa pelo regresso do filho pródigo.<br />
Deus quer-nos de coração aberto para acolher todos aqueles que a sua generosidade acolhe. É o que faz Paulo: não tem inveja dos seus compatriotas e alegra-se com a chamada dos pagãos à fé e à herança. Para ele, é uma enorme graça poder anunciar a todos os povos as insondáveis riquezas de Cristo.<br />
Cada um de nós, dehonianos, há-de unir-se cordialmente ao hino de acção de graças do Apóstolo, porque também nós somos herdeiros de gente a quem Deus alargou os dons da sua graça, e porque também nós somos chamados a anunciar esse projecto a todos os nossos contemporâneos. Nós personalizamos e vemos realizado este “projecto de salvação” e este “desígnio de amor” na experiência de fé do P. Dehon (cf. Cst. 2) e dos nossos primeiros religiosos (cf. Cst. 16), na nossa experiência de fé. Numa palavra, vemo-lo realizado na “história” passada, presente e futura da congregação, que se desenvolveu e se desenvolve, «nutrindo-se daquilo que a Igreja, iluminada pelo Espírito, retira constantemente do tesouro da sua fé» (Cst. 15). A vida da congregação é, de facto, uma pequena história da salvação. O Deus de Abraão, Isaac e Jacob, o Pai de Jesus, não é uma abstracção filosófica, mas revela-se concretamente actuando na história e na vida, em particular na Igreja, por meio do Espírito, fonte de todo o carisma e, portanto, do carisma de fundador do P. Dehon.<br />
Oratio<br />
Bendito és Tu, ó Pai, porque, no teu amado Filho, nos deste a redenção e nos revelaste o teu amor universal. O seu Lado aberto, e o seu Coração trespassado, donde jorra sangue e água, são o sinal mais expressivo desse amor que nos reconcilia e reúne na comunidade de amor que é a Igreja. Que a minha vida seja hoje uma eucaristia permanente de louvor, bênção e acção de graças pela tua misericórdia infinita. Que, animado pelo Espírito do teu Filho Jesus, me torne, cada vez mais, profeta do teu amor e servidor da reconciliação, na Igreja e no mundo. Amen.<br />
Contemplatio<br />
A Igreja saiu do Coração de Jesus. Meditemos este texto de S. Boaventura: «Para que a Igreja fosse tirada do peito de Cristo adormecido, a Providência divina quis que um soldado abrisse este peito com uma lança, a fim de que o sangue e a água correndo deste lado aberto fossem o preço da nossa salvação; e assim, acrescenta S. Boaventura, da fonte misteriosa do Coração de Jesus os sacramentos receberam a sua força para conferir a graça, e Cristo tornou-se a fonte das águas vivas que jorram para a vida eterna». S. João Crisóstomo diz também: «Não é fortuitamente, mas por um mistério divino que a água e o sangue jorraram do Coração de Jesus, era para formar a Igreja: Non casu et simpliciter hi fontes scaturierunt, sed quoniam ex ambobus Ecclesia constituta est».<br />
Foi assim que Eva saiu do lado de Adão durante o seu sono extático. E o primeiro homem exclamou ao contemplá-la: «Vós sois o osso dos meus ossos e a carne da minha carne». A Igreja, filha e esposa do Salvador, saiu também do seu Coração durante o sono místico da cruz.<br />
Foi, de facto, o amor deste divino Coração que formou o plano desta Igreja, sua Esposa celeste, à qual confiava o cuidado de continuar a sua missão sobre a terra. Foi este Coração divino, este amor inefável que mereceu à Igreja todas as graças que lhe são necessárias e que ela nos comunica pelos divinos sacramentos dos quais ela é a única e legítima dispensadora. (Leão Dehon, OSP 2, p. 385).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje esta palavra:<br />
«Bendito seja Deus, que nos abençoou em Cristo» (cf. Ef 1, 1).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-60496961421573606562016-10-11T07:44:00.002-07:002016-10-11T07:44:21.237-07:00XXVIII Semana – Quarta-feira – Tempo Comum – Anos Pares 12 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-5a60d877-b432-f086-8ca4-e2524b1dc383"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXVIII Semana – Quarta-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Gálatas 5, 18-25<br />
Irmãos: 18Se sois conduzidos pelo Espírito, não estais sob o domínio da Lei. 19Mas as obras da carne estão à vista. São estas: fornicação, impureza, devassidão, 20idolatria, feitiçaria, inimizades, contenda, ciúme, fúrias, ambições, discórdias, partidarismos, 21invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Sobre elas vos previno, como já preveni: os que praticarem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. 22Por seu lado, é este o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, 23mansidão, auto-domínio. Contra tais coisas não há lei. 24Mas os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e desejos. 25Se vivemos no Espírito, sigamos também o Espírito.<br />
Paulo continua a insistir com os Gálatas para que fundamentem a sua existência na liberdade a que foram chamados: uma vez que são filhos de Deus, deixem-se conduzir pelo Espírito, caminhando de acordo com os seus desejos e seguindo o seu caminho de liberdade e de amor. Só o Espírito é guia seguro para se tornarem novas criaturas, homens novos regenerados por Cristo, libertos da Lei que não é capaz de impedir «as obras da carne» (vv. 19-21). Também nós fomos chamados a essa liberdade: «Que o pecado não reine mais no vosso corpo mortal, de tal modo que obedeçais às suas paixões… Pois o pecado não terá mais domínio sobre vós, uma vez que não estais sob a lei, mas sob a graça» (Rm 8, 12.14). A liberdade do Espírito é contrária ao desregramento da «carne». Paulo apresenta «o fruto do Espírito» e põe-lo em contraste com «as obras da carne». «Amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, 23mansidão, continência» (v. 22) são obras do Espírito e são resultado da livre adesão de quem escolheu a lei da caridade (cf. 2 Pe 1, 10).<br />
Quase a terminar a carta aos Gálatas, Paulo dá alguns avisos para que «a lei de Cristo» se torne serviço, caridade «sobretudo para com os irmãos na fé».<br />
Evangelho: Lucas 11, 42-46<br />
Naquele tempo, disse o Senhor: 42Ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as plantas e descurais a justiça e o amor de Deus! Estas eram as coisas que devíeis praticar, sem omitir aquelas. 43Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e de ser cumprimentados nas praças! 44Ai de vós, porque sois como os túmulos, que não se vêem e sobre os quais as pessoas passam sem se aperceberem!» 45Um doutor da Lei tomou a palavra e disse-lhe: «Mestre, falando assim, também nos insultas a nós.» 46Mas Ele respondeu:«Ai de vós, também, doutores da Lei, porque carregais os homens com fardos insuportáveis e nem sequer com um dedo tocais nesses fardos!<br />
Jesus pronuncia dois «ai de vós» contra os fariseus, os mais observantes e comprometidos, e contra os doutores, encarregados de ensinar e guiar os outros pelos caminhos de Deus. Estigmatizou os que querem sinais para acreditar, desmascarou os corações hipócritas e, agora, dirige palavras duras contra aqueles que aproveitam as suas prerrogativas de cultura e de autoridade para se envaidecerem e oprimirem os outros. São como túmulos disfarçados, cheios de podridão (cf. Mt 23, 27), capazes de contaminar – de acordo com a Lei – aqueles que sobre eles passam.<br />
Ironicamente, Lucas põe na boca de um doutor a observação: «Mestre, falando assim, também nos insultas a nós» (v. 45). A resposta de Jesus revela a sua tristeza pela atitude defensiva de quem, querendo salvaguardar a própria imagem, não consegue dar-se conta da mesquinhez da sua realidade, nem enxergar o que é verdadeiramente essencial: «a justiça e o amor de Deus».<br />
Meditatio<br />
Jesus acusa os educadores do seu povo, dizendo que, em vez de favorecerem a liberdade, a dificultam. A educação deve conduzir para a liberdade, formando o coração. Por vezes, os educadores insistem demasiadamente sobre aspectos exteriores, descuidando a formação da consciência e do coração. Assim, formam escravos e não homens livres: «car¬regais os homens com fardos insuportáveis e nem sequer com um dedo tocais nesses fardos» (Lc 11, 46), «pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as plantas e descu¬rais a justiça e o amor de Deus» (v. 42). A perfeição nas coisas exteriores alimenta a soberba do educador. Mas o esforço por libertar o coração torna-o humilde, porque sabe que ele mesmo ainda não está completamente livre.<br />
Na carta aos Gálatas, S. Paulo vai no mesmo sentido quando contrapõe a carne e o Espírito. A carne é o homem natural, corrompido pelo pecado original, que realiza actos que impedem a liberdade e levam à escravidão. Contra estes actos, a Lei apenas dispõe de proibições: «Não farás… Não dirás…», indicando o indispensável para não desagradar a Deus. O Espírito, pelo contrário, faz-nos actuar no amor, que não se contenta com uma observância mínima, mas tende à plenitude, a liberdade de nos darmos, de nos entregarmos totalmente. E o mesmo Espírito faz-nos descobrir uma imensa riqueza nesta doação total: «o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, continência» (vv. 22-23). «Contra tais coisas não há lei» (v. 23), acrescenta S. Paulo. De facto, no Espírito vive-se livres, alegremente livres e cheios de paz.<br />
O dom do Espírito vêm-nos, como sabemos, do sacrifício de Jesus, sacrifício total, fruto do seu amor oblativo, donde brota a liberdade total do Ressuscitado.<br />
Como cristãos e dehonianos, somos convidados a converter-nos a uma fé cada vez mais concreta: a fé das “obras” e da “verdade” (1 Jo 3, 18), a converter-nos às obras do Espírito, como exorta S. Paulo, depois de ter excluído as obras da carne (cf. Gl 5, 19-21); irradiar os frutos do Espírito: «O fruto do Espírito é…, caridade, alegria, paz, paciência, benevolência, bondade, fidelidade, mansidão, temperança… Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e apetites (é a morte progressiva ao “homem velho”: Ef 4, 22). Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também segundo o Espírito» (Gl 5, 22.24-25).<br />
Pode afirmar-se que o único “fruto do Espírito” é o amor oblativo. Todavia o campo do amor oblativo, ou caridade, é imenso. Por isso, o Apóstolo define os sinais que o manifestam: a alegria e a paz: ser criaturas de alegria e de paz. É o apostolado mais urgente no nosso mundo tão triste e tão carecido de paz; mas é um apostolado necessário tamb&eac<br />
ute;m para as nossas comunidades, onde é precisa tanta paciência (para saber compreender os irmãos, sabê-los aceitar, ser misericordiosos, perdoar), tanta bondade (ter bom coração e manifestá-lo), tanta benevolência (ou disponibilidade para o serviço). Mas também são precisas condições para irradiar estes frutos do Espírito: a fidelidade a Cristo, a mansidão que está sempre unida à humildade (“aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração: Mt 11, 29), a temperança (ou auto-domínio), isto é, deixar-se guiar nos pensamentos, desejos, afectos, palavras, acções, não pelo próprio “eu”, muitas vezes egoísta, mas pelo Espírito de Deus. É evidente que tudo isto não se realiza num dia; supõe um «encontro frequente com o Senhor na oração» (Cst. 144) e «a conversão permanente ao Evangelho» (Cst. 144).<br />
Oratio<br />
Senhor, ajuda-me a libertar-me da escravidão da carne que tenta levar-me a atitudes exteriores de justiça e de observância legalista, com frutos que não servem à tua glória nem ao meu bem ou ao dos meus irmãos. Faz-me dócil ao teu Espírito para que produza em mim o amor oblativo, para que nada ache demasiado custoso; o Espírito de alegria para que não busque satisfações no egoísmo e na soberba; o Espírito de paz, próprio de quem sabe que é amado; o Espírito de paciência, para enfrentar as dificuldades; o Espírito de bondade e de benevolência, que desfaz a minha dureza de coração na relação com os outros; o Espírito de fidelidade para perseverar corajosamente; o Espírito de mansidão que me conforma a Ti; o Espírito de temperança para crucificar a minha carne com as suas paixões e desejos, para ficar completamente livre para a justiça e para o amor. Amen.<br />
Contemplatio<br />
Jesus atrai a si aqueles que o amam e o seu contacto santifica-os, leva-os à perfeição, porque Ele é a santidade e a perfeição mesma. No entanto, é preciso compreendê-lo bem, Ele deseja que o amemos por Ele mesmo e não por causa de nós. Se lhe testemunhamos um amor interessado, ditado pelo cálculo, isso toca-o pouco.<br />
Muitos amam Nosso Senhor em vista das suas graças, dos seus benefícios. Amam-no porque a piedade tem muitas vezes, sobretudo para os principiantes, doçuras e consolações; e quando chega a aridez, perdem a coragem.<br />
Outros amam Nosso Senhor e servem-no em vista das bênçãos temporais que daí lhe advirão. Também, desde que uma provação chega, um revês da fortuna, uma doença, a perda de um familiar, arrefecem e às vezes recusam Nosso Senhor.<br />
Outros finalmente têm demasiado constantemente em vista no seu amor as penas e as recompensas da outra vida.<br />
Estas almas rezam, mas sobretudo para obter benefícios. Mal sabem louvar, amar, agradecer. A segunda parte do Pater toca-as, mas a primeira deixa-as frias. Atêm-se mais ao pão quotidiano do que ao reino de Deus mesmo.<br />
Já não há aí verdadeiramente amor, é um procedimento diplomático. Jesus descobre todos os cálculos porque perscruta os rins e os corações. Os que amam por cálculo são mais servos do que seus amigos. (Leão Dehon, OSP 2, p. 70).<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:<br />
«Se vivemos pelo Espírito, caminhemos segundo o Espírito” (cf. Gl 5, 22.24-25).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-27935652738909358212016-10-08T04:39:00.002-07:002016-10-08T04:39:19.383-07:00XXVIII Semana – Terça-feira – Tempo Comum – Anos Pares 11 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-3d110a7f-a416-b474-8c64-6694e12f3f89"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXVIII Semana – Terça-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Gálatas 5, 1-6<br />
Irmãos: 1Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão. 2Reparai, sou eu, Paulo, que vo-lo digo: se vos circuncidardes, Cristo de nada vos servirá. 3Uma vez mais o atesto a todo o homem que se circuncida: fica obrigado a cumprir toda a Lei. 4Tornastes-vos uns estranhos para Cristo, vós os que pretendeis ser justificados pela Lei; abandonastes a graça. 5Porque nós, é em virtude da fé, pelo Espírito, que aguardamos a justiça que esperamos. 6Pois, em Cristo, nem a circuncisão vale alguma coisa, nem a incircuncisão, mas sim a fé que actua pelo amor.<br />
Paulo acentua vivamente a liberdade oferecida por Cristo e alerta os Gálatas para o perigo de voltarem «ao jugo da escravidão» (v. 1) da Lei. Não propõe a transgressão da Lei ou a sua revogação. Também Jesus não veio para revogar a Lei ou a sua mais pequena expressão, uma vez que está inscrita no coração do homem e na lei de Moisés. O que Jesus e Paulo afirmam é que não devemos agarrar-nos à observância de prescrições meramente exteriores, nem absolutizar o que foi prescrito como simples preparação para as fortes exigências do Evangelho. «A Lei e os Profetas subsistiram até João; a partir de então, é anunciada a Boa-Nova do Reino de Deus, e cada qual esforça se por entrar nele» (Lc 16, 16).<br />
A liberdade verdadeira consiste em se deixar conduzir pelo Espírito de Cristo, abrindo-se a uma vida nova, já não sujeita aos ritos judaicos, mas fundamentada na «fé que actua por meio da caridade» (Gl 5, 6). «Foi para a liberdade que Cristo nos libertou» (v. 1): só em Cristo a Lei encontra pleno significado; só a fé n´Ele nos dá segurança e nos permite perseverar na graça. Voltar à circuncisão é separar-se de Cristo, da sua graça e do seu amor. Para nós, hoje, o perigo é agarrar-nos a práticas exteriores ou procurar vãs seguranças que nos afastem da esperança na justificação que só a fé nos permite esperar.<br />
Evangelho: Lucas 11, 37-41<br />
Naquele tempo, 37depois de Jesus ter acabado de falar, um fariseu convidou-o para almoçar na sua casa; Ele entrou e pôs-se à mesa. 38O fariseu admirou-se de que Ele não se tivesse lavado antes da refeição. 39O Senhor disse-lhe: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e de maldade. 40Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? 41Antes, dai esmola do que possuís, e para vós tudo ficará limpo.<br />
Em casa de um fariseu, Jesus continua o discurso sobre a honestidade de pensamento e sobre a pureza das intenções. Jesus fala e comporta-se com total liberdade, parecendo mesmo provocar o espanto e o desprezo do fariseu. Atira-se contra o formalismo e a vaidade de quem se pensa justo só porque cumpre pontualmente os ritos.<br />
A propósito da purificação do copo e do prato, Jesus fala da pureza do coração do homem. A higiene evangélica exige a exclusão da ganância e do egoísmo, que geram «rapina e maldade» (v. 39). O que garante a pureza do coração é a caridade. Da caridade vem a generosidade, que sabe dar esmolas, quando reconhece ter recebido tudo de Deus (v. 41). Confronte o texto paralelo de Mateus (7, 15.21-23), onde Jesus dá mais explicações sobre a pureza do coração.<br />
Meditatio<br />
Tanto a primeira leitura como o evangelho nos dizem que a única coisa verdadeiramente importante é apoiar-nos em Jesus pela fé. A fonte da caridade não está em nós, mas em Jesus, fonte da vida, do bem, da caridade que nos arranca do egoísmo e nos leva a dar-nos aos outros, “purificados” pelo amor. Os Mandamentos da Lei de Deus, e todas as leis e prescrições – incluindo as da Igreja – têm sentido e valor na medida em que nos chamam a atenção para as más inclinações e para os instintos perversos que se escondem dentro de nós. Mas não são eles que definem ou realizam o grau de pureza a que a santidade de Deus nos chama e deseja de nós. A raiz do pecado desenvolve-se dentro de nós, ainda que Deus nos tenha feito bons e nos queira tais. Por isso, não serve para nada, e é mesmo nocivo, confiar-nos a uma fiel observância fingida, a um perfeccionismo exterior. O mais importante é permanecermos unidos a Cristo, para sermos alimentados pelo seu Espírito, que em nós produz os seus frutos, a começar pela caridade. É o Espírito de Cristo que nos permite pôr em acção «a fé que actua por meio da caridade», para darmos «em esmola o que temos dentro», e queimarmos na caridade tudo quanto acabaria por apodrecer, se ficasse encerrado no egoísmo. Só então «tudo estará limpo». Só então poderemos receber «da fé a justificação que esperamos».<br />
A verdadeira pureza de coração não vem de ritos exteriores, mas da união a Cristo e da vivência da fé e da caridade. S. João aponta essa regra na sua Primeira Carta, onde encontramos óptimo fundamento para uma verdadeira espiritualidade e mística da acção. “Conhecemos” verdadeiramente Deus, fazemos d´Ele experiência de vida e vivemos em comunhão com Ele, «se observarmos os Seus mandamentos…» Mas o seu mandamento é que acreditemos no nome do Seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros (cf. 1 Jo 3, 22-23). A vivência da fé torna consistente e autêntica a observância. A observância centra-se no mandamento do amor. Só se amarmos os irmãos (por meio do nosso apostolado e da acção social) o amor de Deus é perfeito em nós. «Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o Seu amor é perfeito em nós» (1 Jo 4, 12). A circularidade do amor é completa. Como podes dizer que amas a Deus que não vês, se não amas o irmão que vês? (cf. 1 Jo 4, 20). Assim realizamos, com autenticidade, toda a Lei e os Profetas, o amor de Deus e o amor do próximo.<br />
Oratio<br />
Senhor, faz-me compreender que, o que verdadeiramente conta, é «a fé que actua por meio da caridade», é estar unido a Ti, apoiar-me em Ti. Faz-me compreender que a nascente da caridade não está em mim, mas em Ti, no teu Coração aberto. Livra-me da ilusão de pretender amar só por mim, porque, só Tu és a fonte da vida, do bem, do amor. Só Tu me arrancas ao egoísmo, para me dar aos outros, «puro» pelo amor.<br />
Peço-te para mim, e para todos os meus irmãos, o grande dom da fé, que faz de Ti o grande fundamento da nossa vida e a transforma pela caridade, que já nos foi dada e que o Espírito torna operante em nós. Amen.<br />
Contemplatio<br />
Se amais Nosso Senhor, os pen<br />
samentos e as intenções do vosso espírito terão principalmente por objecto tudo o que lhe concerne. Ocupar-vos-eis de boamente d’ Ele, d’ Ele falareis com prazer. Haveis de alimentar em vós a sua santa presença. Afastareis todo o pensamento inútil, e considerareis como tais os que vos dissipam e vos desviam d’ Ele, seja que vos afectem vivamente, seja que mais não façam senão divertir-vos.<br />
Se O amais sinceramente, os desejos e os sentimentos do vosso coração ser-lhe-ão consagrados; não consentireis nada no vosso coração que o partilhe; não vos agarrareis a nada contra a vontade de Nosso Senhor, a nada que enfraqueça ou que mantenha desocupado em vós o hábito da santa caridade, a nada que não contribua para afirmá-lo e aumentá-lo. Observai estes três graus: o primeiro inspira-vos aversão por todo o apego mau ou perigoso; o segundo afasta-vos de todo o apego frívolo e inútil; o terceiro eleva-vos até a santificar pela caridade todo o apego legítimo e permitido.<br />
Se amais sinceramente a Nosso Senhor, não formareis nenhum projecto que não tenda directa ou indirectamente ao seu reino e à sua glória. Não fareis nenhuma acção que possa desagradar-lhe; pelo contrário, procurareis não fazer nenhuma que não tenha por objecto senão agradar-lhe. Pode o amor divino estar em vós, se não for senhor de tudo, se não regular e governar tudo, se tudo não partir dele como do seu princípio e a ele não regressar como o seu fim? Diz o Salvador: não posso de facto ter por amor sincero o simples hábito da caridade, que não é senão uma disposição para amar. A criança tem-na pelo baptismo e não ama por isso. Aguardo o exercício desta caridade. Se a não exercerdes, não amais; se a exerceis pouco, amais pouco. Quando começais a exercê-la muitas vezes, desejando sempre exercê-la mais, e não estando nunca contentes neste ponto, amais muito; e se continuais, havereis de amar sempre mais. (Leão Dehon, OSP 2, p. 60)<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:<br />
«A fé actua por meio da caridade» (cf. Gl 5, 6).<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-64720824991831540932016-10-08T04:34:00.001-07:002016-10-08T04:34:12.394-07:00XXVIII Semana – Segunda-feira – Tempo Comum – Anos Pares 10 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-3d110a7f-a412-015c-fbed-0ddf67a3d237"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXVIII Semana – Segunda-feira<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Gálatas 4, 22-24.26-27.31-5,1<br />
Irmãos: 22Como está escrito, Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da mulher livre. 23Mas, enquanto o da escrava foi gerado segundo a carne, o da mulher livre foi gerado por causa da promessa. 24Isto está dito em alegoria; pois elas representam duas alianças: uma, a do monte Sinai, foi a que gerou para a escravidão; essa é Agar. 26Mas a Jerusalém do alto é livre; essa é a nossa mãe, 27pois está escrito:Alegra-te, ó estéril, que não dás à luz; rejubila e grita, tu que não sentes as dores de parto; pois são muitos os filhos da abandonada, mais do que os daquela que tem marido! 31Por isso, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da mulher livre. 1Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão.<br />
Depois de se ter apresentado, para defender o evangelho que prega, Paulo repreende aqueles que se deixam seduzir pela doutrina dos judaizantes, defensores da circuncisão e da lei moisaica. A justificação não vem da Lei, mas da graça de Cristo. O Apóstolo antecipa um tema que desenvolverá na carta aos Romanos. Na alegoria das duas mulheres que geram filhos a Abraão, são confrontadas a economia da Lei e a economia da Fé. Agar, que é escrava, gera o seu filho na escravidão da carne; a antiga Aliança, representada por Agar, é um jugo de escravidão. Sara, a mulher livre, gera Isaac, o filho da promessa: em Cristo, tornámo-nos filhos de Deus, tornámo-nos livres porque nele a promessa foi plenamente realizada. Tendo por horizonte as duas mulheres, estão duas montanhas, também elas simbólicas: por detrás de Agar, divisa-se o Sinai, onde, no meio de relâmpagos e trovões, Moisés recebeu as tábuas da Lei. Sobre essa Lei é que se fundou a antiga Aliança entre Deus e o seu povo. Deus foi fiel ao seu amor, comparado ao do esposo pela esposa; mas o povo, em breve se esqueceu da promessa de cumprir a Lei, tornando-se semelhante a uma esposa infiel. Por detrás de Sara, brilha o monte de Sião, a cidade de Jerusalém que «qual noiva adornada para o seu esposo» (Ap 21, 2) para conduzir a Deus os filhos da Nova Aliança. A «Jerusalém do alto» (Gl 4, 26) pode alegrar-se porque regenerou muitos filhos para a vida nova em Cristo.<br />
Evangelho: Lucas 11, 29-32<br />
Naquele tempo, 29Como as multidões afluíssem em massa à volta de Jesus, Ele começou a dizer:«Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas.<br />
30Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração. 31A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão! 32Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem é maior do que Jonas.»<br />
Jesus prossegue a viagem para Jerusalém, onde vai consumar o seu mistério pascal. Lucas põe-lhe na boca uma série de ensinamentos, exortações, respostas e repreensões. No texto de hoje, Jesus repreende uma multidão desse povo de cabeça dura, que tem dificuldade em acolher a Palavra de Deus. O povo pede sinais que garantam a autenticidade daquele Messias. Que sinal? Esta multidão é muito semelhante aos ninivitas que não eram capazes de distinguir a mão direita da mão esquerda; é muito semelhante aos pagãos, que há pouco chegaram à fé, e aos quais Lucas se dirige; é muito semelhante a nós, que andamos sempre à busca de coisas extraordinárias e imediatas.<br />
Jesus responde falando de juízo e de condenação. Mas, ao lembrar a salvação de Jonas, símbolo da sua morte e ressurreição, Jesus acentua a misericórdia salvífica de Deus. Essa misericórdia foi oferecida aos ninivitas em troca da sua conversão, e à rainha do Sul pela busca generosa da sabedoria. Aos Judeus e Gregos é pedido um espírito aberto: «Felizes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 11, 28). Esta bem-aventurança contrasta ainda mais com as palavras de juízo e de condenação. Só é julgado e condenado quem recebeu o tesouro da palavra revelada e, permanecendo escravo de uma falsa fidelidade à Lei, não sabe reconhecer os sinais da presença do Salvador. São também para quem não sabe aceitar a dura linguagem da cruz e não ousa esperar a ressurreição.<br />
Meditatio<br />
Aparentando tratar de problemas do passado, as leituras de hoje oferecem-nos uma mensagem actual. De facto, é sempre actual a tentação de nos agarrarmos a ideias fixas sobre as propostas de Deus e sobre as condições para nos justificarmos diante d´Ele. Mas Deus quer respostas livres e atitudes de confiança filial. Se, quase sempre, nos é necessário exercitar a fé e acreditar para além das evidências, somente a certeza de que Deus nos ama, acima de todas as nossas expectativas, é capaz de rasgar os horizontes reduzidos do legalismo e do lucro. É triste que, passados dois mil anos, desde que Jesus Cristo nos ofereceu um sinal bem mais eloquente e eficaz que o de Jonas, ainda se corra à busca de sinais e de provas em astrólogos, cartomantes, bruxas ou nas fantasias de seitas pseudo-religiosas. Parece bem mais simples acreditar no amor e abandonar-se como filhos nos braços do Pai.<br />
No evangelho de S. João, o sinal, mais do que uma prova, é uma luz lançada sobre o mistério da Pessoa e da Missão de Jesus, por meio de realidades simbólicas naturais (água, pão, videira, vinho, luz, etc.) e de realidades bíblicas (serpente de bronze, maná, rocha, etc.), e por meio de acontecimentos, factos e gestos de Jesus (caminhar sobre as águas, unção em Betânia, lava-pés, coroação de espinhos, divisão das vestes, transfixão do Lado…).<br />
«O testemunho de João, por meio destes sinais, visa a natureza íntima de Jesus, que estes sinais fazem conhecer. Por meio deles, o Evangelista refere-se directamente ao segredo do ser de Jesus, ao mistério da Sua Pessoa» (De la Potterie, La Verité en S. Jean, Rome 1977, I, 80).<br />
No universo dos sinais, para além do sinal eminente da Ressurreição, e das aparições do Ressuscitado, temos, em S. João, o sinal da Transfixão do Lado, que é o último sinal da vida de Jesus. Não foi Jesus que o realizou, porque já tinha exalado o último suspiro (Jo 19, 30), mas foi um soldado; misteriosamente, foi o Pai que abriu no Seu Corpo, o «lugar da presença e da manifestação de Deus no meio dos homens&raqu<br />
o;, especialmente no brotar do sangue e da água.<br />
Lemos nas Constituições: «Sequiosos de intimidade com o Senhor, procuramos os sinais da sua presença na vida dos homens, onde actua o seu amor salvador» (n. 28). Queremos e devemos descobrir «os sinais da sua presença» (Cst. 28) também em homens que não são “dos nossos”: «Mestre, vimos alguém a expulsar demónios em Teu nome, sem que nos siga, e proibimos-lho». Assim fala João a Jesus (Mc 9, 38), e Jesus responde: «Não lho proibais… Quem não é contra nós é por nós» (Mc 9, 39-40). Pode até acontecer que os mais afastados sejam os mais próximos do Senhor. Assim aconteceu na vida de Jesus: Nicodemos e os judeus de Jerusalém são entusiastas dos sinais que Jesus realiza, acreditam n´Ele e reconhecem-n´O como enviado de Deus, e todavia não chegam à fé perfeita e Jesus não Se fia neles, porque sabe o que há no coração do homem (cf. Jo 2, 23-25; 3, 1-10). Chegam, pelo contrário, à fé os desprezados, os cismáticos samaritanos: «Este é, na verdade, o salvador do mundo» (Jo 4, 42) e mais ainda o pagão funcionário real, que acredita à palavra de Jesus: «Vai, o teu filho está salvo. Aquele homem acreditou na palavra de Jesus e pôs-se a caminho» (Jo 4, 50). O seu filho estava verdadeiramente curado: «Acreditou ele e toda a sua família» (Jo 4, 53).<br />
Pois bem, onde actua o “amor que salva” de Jesus, também nós queremos estar presentes, unidos «no seu amor pelo Pai e pelos homens» (Cst. 17), especialmente pelos pequenos e pelos pobres (Cst. 28), porque «Cristo se identificou» com eles (Cst. 28; cf. Mt 25, 40<br />
Oratio<br />
Senhor Jesus Cristo, Tu és o verdadeiro Filho da promessa, o Filho livre que nos tornas livres. Quero pedir-Te, hoje, a tua graça, para que possa crescer na liberdade, seguir-Te e acreditar em Ti, que és o Sinal enviado pelo Pai, para nos manifestar o seu amor. Que eu saiba dispensar todos os outros sinais, fixando-me só n´Aquele que o Pai nos quis dar: Tu mesmo, Crucificado de Lado aberto e ressuscitado para nossa justificação. Que na união contigo eu saiba também descobrir os sinais da tua presença na vida dos homens e do mundo. Amen.<br />
Contemplatio<br />
Como Nosso Senhor é bom e condescendente! Vendo-os ainda hesitantes, pede-lhes de comer, para bem os certificar acerca da sua presença material e real. Oferecem-lhe peixe grelhado e mel. Come com eles. Então deixam-se convencer, e a alegria sucede à perturbação. Dirige-lhes apenas uma censura paterna: «Depois de tantos testemunhos, porque é que não acreditaram! Porque estais na dúvida e no medo? Como sois lentos para acreditar!».<br />
Entregam-se então à efusão da alegria e da piedade filial! Começam a compreender as profecias.<br />
Alegremo-nos com eles. Bendigamos a Providência que permitiu as suas dúvidas e a sua lentidão em acreditar. Quiseram provas, sinais peremptórios da ressurreição do Salvador, tocaram nas suas chagas, comeram com ele. As suas dúvidas aproveitam para a nossa fé.<br />
Se tivessem sido mais fáceis em acreditar, teríamos podido pôr em dúvida a sua prudência. Teríamos podido suspeitar que se tivessem deixado seduzir pela sua imaginação e de tomarem os seus desejos por realidades. Ah! Mas não foi isto que aconteceu. Não tinham sequer imaginação. Mostraram-se cépticos e positivistas. Foram obrigados a renderem-se, apesar disso, à evidência do milagre. Eles permanecem para nós as testemunhas irrecusáveis do grande facto sobre o qual repousa a credibilidade do Evangelho.(Leão Dehon, OSP 3, p. 385s.)<br />
Actio<br />
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:<br />
«Foi para a liberdade que Cristo nos libertou.» (Gal 5, 1)<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-29078686787267294052016-10-08T04:28:00.004-07:002016-10-08T04:28:59.153-07:0028º Domingo do Tempo Comum – Ano C 9 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-3d110a7f-a40d-038b-828c-49077e7a9be3"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
ANO C<br />
28º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Tema do 28º Domingo do Tempo Comum<br />
A liturgia deste domingo mostra-nos, com exemplos concretos, como Deus tem um projecto de salvação para oferecer a todos os homens, sem excepção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição para vencer a alienação, o sofrimento, o afastamento de Deus e dos irmãos e chegar à vida plena.<br />
A primeira leitura apresenta-nos a história de um leproso (o sírio Naamã). O episódio revela que só Jahwéh oferece ao homem a vida e a salvação, sem limites nem excepções; ao homem resta acolher o dom de Deus, reconhecê-l’O como o único salvador e manifestar-Lhe gratidão.<br />
O Evangelho apresenta-nos um grupo de leprosos que se encontram com Jesus e que através de Jesus descobrem a misericórdia e o amor de Deus. Eles representam toda a humanidade, envolvida pela miséria e pelo sofrimento, sobre quem Deus derrama a sua bondade, o seu amor, a sua salvação. Também aqui se chama a atenção para a resposta do homem ao dom de Deus: todos os que experimentam a salvação que Deus oferece devem reconhecer o dom, acolhê-lo e manifestar a Deus a sua gratidão.<br />
A segunda leitura define a existência cristã como identificação com Cristo. Quem acolhe o dom de Deus torna-se discípulo: identifica-se com Cristo, vive no amor e na entrega aos irmãos e chega à vida nova da ressurreição.<br />
LEITURA I – 2 Reis 5,14-17<br />
Leitura do Segundo Livro dos Reis<br />
Naqueles dias,<br />
o general sírio Naamã desceu ao Jordão<br />
e aí mergulhou sete vezes,<br />
como lhe mandara Eliseu, o homem de Deus.<br />
A sua carne tornou-se tenra como a de uma criança<br />
e ficou purificado da lepra.<br />
Naamã foi ter novamente com o homem de Deus,<br />
acompanhado de toda a sua comitiva.<br />
Ao chegar diante dele, exclamou:<br />
«Agora reconheço que em toda a terra<br />
não há outro Deus senão o de Israel.<br />
Peço-te que aceites um presente deste teu servo».<br />
Eliseu respondeu-lhe:<br />
«Pela vida do Senhor que eu sirvo,<br />
nada aceitarei».<br />
E apesar das insistências, ele recusou.<br />
Disse então Naamã:<br />
«Se não aceitas,<br />
permite ao menos que se dê a este teu servo<br />
uma porção de terra para um altar,<br />
tanto quanto possa carregar uma parelha de mulas,<br />
porque o teu servo nunca mais há-de oferecer<br />
holocausto ou sacrifício a quaisquer outros deuses,<br />
mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».<br />
AMBIENTE<br />
A primeira leitura deste domingo situa-nos no reino do Norte (Israel), durante o reinado de Jorão (853-842 a.C.). Os reis de Israel – preocupados em fazer do seu país um estado moderno e em marcar o seu lugar no xadrez político do antigo Médio Oriente – mantêm, por esta altura, um intercâmbio muito vivo com os povos da zona. Em termos religiosos, essa política traduz-se numa invasão de deuses, de cultos e de valores estrangeiros, que ameaçam a integridade da fé jahwista. Apesar de Jorão ter tirado “as estátuas que seu pai tinha erigido a Baal” (2 Re 3,2), é uma época em que os deuses cananeus assumem um grande protagonismo e Baal substitui Jahwéh no coração e na vida de muitos israelitas.<br />
Nesta fase, o profeta Eliseu assume-se como o grande defensor da fé jahwista continuando, aliás, a obra do seu antecessor Elias. Eliseu fazia parte de uma comunidade de “filhos dos profetas” (2 Re 2,3; 4,1)… Trata-se, provavelmente, de um círculo profético cujos membros eram os seguidores incondicionais de Jahwéh e aqueles em quem o Povo buscava apoio, face aos abusos dos poderosos.<br />
No capítulo 5 do segundo Livro dos Reis, os autores deuteronomistas contam-nos a história do general sírio Naamã: considerado um dos heróis da Síria, era leproso; mas, informado por uma serva de que em Israel havia um profeta que podia curá-lo do seu mal, veio ao encontro de Eliseu, carregado de presentes. Eliseu mandou, apenas, que Naamã se banhasse sete vezes no rio Jordão (cf. 2 Re 5,1-13).<br />
MENSAGEM<br />
A leitura que nos é proposta descreve a cura do sírio Naamã e as reacções das várias personagens envolvidas; mas, mais do que apresentar uma reportagem do acontecimento, os autores deuteronomistas quiseram tecer algumas considerações de carácter teológico e catequético, que ajudassem os israelitas (seduzidos pelo culto de Baal) a redescobrir os fundamentos da sua fé.<br />
Em primeiro lugar, os catequistas de Israel quiseram deixar claro que Jahwéh é o Senhor da vida, que Ele tem um projecto de libertação para o homem e que só Ele pode salvar aquele que parece condenado à morte. Deus até Se pode servir de homens para actuar no mundo; mas é d’Ele – e apenas d’Ele – que brotam a salvação e a vida; é preciso que os israelitas reconheçam isto, como o sírio Naamã o reconheceu.<br />
Em segundo lugar, os catequistas de Israel quiseram mostrar que a intervenção salvadora de Jahwéh não é uma acção meramente circunstancial, que apenas resolve os problemas externos, mas é uma acção que actua a um nível profundo e que transforma radicalmente a vida do homem… Naamã não ficou só curado de uma doença física que punha em risco a sua vida; mas a intervenção de Deus saldou-se numa transformação espiritual que fez do sírio Naamã um homem novo e o levou a deixar os ídolos para servir o verdadeiro e único Deus… A expressão dessa mudança radical é a afirmação de Naamã de que “não há outro Deus em toda a terra senão o de Israel” (vers. 15) e que nunca mais irá “oferecer holocausto ou sacrifício a quaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel” (vers. 17).<br />
Em terceiro lugar, a história deixa claro que a oferta da salvação não é um dom exclusivo, reservado a alguns privilegiados ou a uma raça especial: Naamã é sírio e, portanto, um inimigo tradicional do Povo de Deus… Mas Deus não faz distinção de pessoas e oferece a todos, sem excepção, a sua graça. O que é decisivo é o acolher o dom de Deus e aceitar deixar-se transformar por Ele.<br />
Em quarto lugar, a catequese deuteronomista sublinha a “gratidão” de Naamã. Liberto dos males que o apoquentavam, ele quis agradecer a sua cura cumulando Eliseu de presentes; mas depressa percebeu (por acção de Eliseu, que o ajudou a ver claro) que não era a um homem que tinha de agradecer o dom da vida, mas sim a Deus… E a sua gratidão manifestou-se numa adesão total a Jahwéh. Os catequistas de Israel sugerem que é essa a resposta que Deus espera do homem.<br />
Em quinto lugar, atente-se na atitude de Eliseu que nunca manifestou qualquer vontade de se aproveitar da intervenção de Deus em favor de Naamã para benefício próprio. Ao recusar aceitar qualquer presente das mãos de Naamã, Eliseu dá a entender que não é a ele mas a Jahwéh que o general sírio deve agradecer a cura. É provável que haja aqui uma denúncia irónica da atitude dos líderes religiosos da época, sempre preocupados em utilizar Deus em benefício dos seus esquemas egoístas…<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão e partilha podem fazer-se considerando os seguintes dados:<br />
• A leitura convida-nos, antes de mais, a tomar consciência de que é de Deus – desse Deus que tem um projecto de salvação para o homem – que recebemos a vida plena. A constatação desse facto atinge uma importância primordial, numa época em que somos diariamente convidados a colocar a nossa esperança e a nossa segurança em ídolos de pés de barro (para alguns, podem ser o “poderoso médium” ou a “vidente/taróloga/espírita” que garantem a solução para o mau olhado, a inveja, os males de amor, o insucesso nos negócios, etc.; para a maioria, são o dinheiro, o poder, a moda, o comodismo, o êxito, a casa com piscina, o Ferrari ou o último programa de televisão que faz ganhar vinte mil contos e abrir a janela da fama…). É em Deus que eu coloco a minha esperança de vida plena, ou há outros deuses que me seduzem, que dirigem a minha vida e que são a minha esperança de realização e de felicidade?<br />
• Convém também não esquecer que a proposta de salvação que Deus faz se destina a todos os homens e mulheres, sem excepção. O nosso Deus não é um Deus dos “bonzinhos”, dos bem comportados, dos brancos, dos politicamente correctos ou dos que têm o nome no livro de registos da paróquia… O nosso Deus é o Deus que oferece a vida a todos e que a todos ama como filhos; o que é decisivo é aceitar a sua oferta de salvação e acolher o seu dom. Daqui resultam duas coisas importantes: a primeira é que não basta ser baptizado (e depois prescindir d’Ele e viver à margem das suas propostas); a segunda é que não podemos marginalizar ou excluir qualquer irmão nosso.<br />
• A história do sírio Naamã levanta, ainda, a questão da gratidão… É preciso que nos apercebamos que tudo é dom do amor de Deus e não uma conquista nossa ou a recompensa pelos nossos méritos ou pelas nossas boas obras. Estou consciente de que é de Deus que recebo tudo e manifesto-Lhe a minha gratidão pela sua presença, pelos seus dons, pelo seu amor?<br />
• Aqueles que recebem de Deus carismas para pôr ao serviço dos irmãos: sentem-se apenas instrumentos de Deus e procuram dirigir os olhares e a gratidão dos irmãos para Deus, ou estão preocupados em sublinhar os seus méritos e em concentrar em si próprios a gratidão que brota dos corações daqueles a quem servem?<br />
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 97 (98)<br />
Refrão 1: O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.<br />
Refrão 2: Diante dos povos manifestou Deus a salvação.<br />
Cantai ao Senhor um cântico novo<br />
pelas maravilhas que Ele operou.<br />
A sua mão e o seu santo braço<br />
Lhe deram a vitória.<br />
O Senhor deu a conhecer a salvação,<br />
revelou aos olhos das nações a sua justiça.<br />
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade<br />
em favor da casa de Israel.<br />
Os confins da terra puderam ver<br />
a salvação do nosso Deus.<br />
Aclamai o Senhor, terra inteira,<br />
exultai de alegria e cantai.<br />
LEITURA II – 2 Tim 2,8-13<br />
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo a Timóteo<br />
Caríssimo:<br />
Lembra-te de que Jesus Cristo, descendente de David,<br />
ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho,<br />
pelo qual eu sofro,<br />
até ao ponto de estar preso a estas cadeias como um malfeitor.<br />
Mas a palavra de Deus não está encadeada.<br />
Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos,<br />
para que obtenham a salvação que está em Cristo Jesus,<br />
com a glória eterna.<br />
É digna de fé esta palavra:<br />
Se morremos com Cristo, também com Ele viveremos;<br />
se sofremos com Cristo, também com ele reinaremos;<br />
se O negarmos, também Ele nos negará;<br />
se Lhe formos infiéis, Ele permanece fiel,<br />
porque não pode negar-Se a Si mesmo.<br />
AMBIENTE<br />
Continuamos a ler a segunda Carta a Timóteo… Para percebermos a mensagem que o texto nos propõe, convém recordar que esta carta (escrita por um autor desconhecido que, no entanto, se identifica com o apóstolo Paulo) nos coloca, provavelmente, no contexto dos finais do séc. I ou inícios do séc. II, numa altura em as comunidades cristãs sentiam arrefecido o entusiasmo dos inícios, conheciam a perseguição e estavam a ser perturbadas pelas heresias e pelas falsas doutrinas. O autor exorta Timóteo (e, na pessoa de Timóteo, todos os crentes, em geral) a perseverar na fé, a conservar a sã doutrina recebida de Jesus e a dedicar-se totalmente ao serviço do Evangelho.<br />
MENSAGEM<br />
Depois de exortar Timóteo a uma dedicação total ao ministério (cf. 2 Tim 2,1-7), o autor da carta apresenta o motivo supremo que justifica essa entrega: o exemplo de Cristo, que chegou à glória da ressurreição pelo caminho da cruz e do dom da vida… O próprio Paulo seguiu esse duro caminho e é por isso que está preso; mas não está preocupado, pois o essencial é que a Palavra de Deus continue a transformar o mundo. Aliás, é preciso que alguns entreguem a própria vida para que a proposta libertadora de Jesus chegue a todos os homens… Vale a pena sofrer, a fim de que este objectivo se concretize.<br />
O parágrafo final (vers. 11-13) corrobora e clarifica as afirmações precedentes. O cristão é chamado a identificar-se com Cristo na entrega da vida e no serviço aos irmãos; essa entrega não termina no fracasso e no sem sentido, mas – a exemplo de Cristo – na ressurreição, na vida nova. O cristão não pode é recusar fazer da sua vida um dom de amor, se quiser identificar-se com Cristo.<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
Considerar os seguintes dados para a reflexão e partilha:<br />
• O autor da Segunda Carta a Timóteo recorda, aqui, algo de central para a experiência cristã: a essência do cristianismo é a identificação de cada crente com Cristo. Isto traduz-se, concretamente, no entregar a própria vida em favor dos irmãos, se necessário até ao dom total. Identifico-me de tal forma com Cristo que sou capaz de O seguir no caminho do amor e da entrega?<br />
• A opinião pública do nosso tempo está convencida de que uma vida gasta no serviço simples e humilde em favor dos irmãos é uma vida fracassada; mas o autor da Segunda Carta a Timóteo garante que uma vida de amor e de serviço é uma vida plenamente realizada, pois no final da caminhada espera-nos a ressurreição, a vida plena (são os efeitos da nossa identificação com Cristo). O que é que, para mim, faz mais sentido? No meu dia a dia domina o egoísmo e a auto-suficiência, ou o amor, a partilha, o dom da vida?<br />
ALELUIA – cf. 1Tes 5,18<br />
Aleluia. Aleluia.<br />
Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,<br />
porque esta é a sua vontade a vosso respeito em Cristo Jesus.<br />
EVANGELHO – Lc 17,11-19<br />
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas<br />
Naquele tempo,<br />
indo Jesus a caminho de Jerusalém,<br />
passava entre a Samaria e a Galileia.<br />
Ao entrar numa povoação,<br />
vieram ao seu encontro dez leprosos.<br />
Conservando-se a distância, disseram em alta voz:<br />
«Jesus, Mestre, tem compaixão de nós».<br />
Ao vê-los, Jesus disse-lhes:<br />
«Ide mostrar-vos aos sacerdotes».<br />
E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra.<br />
Um deles, ao ver-se curado,<br />
voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz,<br />
e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus<br />
para Lhe agradecer.<br />
Era um samaritano.<br />
Jesus, tomando a palavra, disse:<br />
«Não foram dez que ficaram curados?<br />
Onde estão os outros nove?<br />
Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus<br />
senão este estrangeiro?»<br />
E disse ao homem:<br />
«Levanta-te e segue o teu caminho;<br />
a tua fé te salvou».<br />
AMBIENTE<br />
Mais uma vez Lucas apresenta um episódio situado no “caminho de Jerusalém” (esse “caminho espiritual”, ao longo do qual os discípulos vão aprendendo e interiorizando os valores e a realidade do “Reino”).<br />
No “caminho” de Jesus e dos discípulos aparecem, portanto, dez leprosos. O leproso é, no tempo de Jesus, o protótipo do marginalizado… Além de causar naturalmente repugnância pela sua aparência e de infundir medo de contágio, o leproso é um impuro ritual (cf. Lev 13-14), a quem a teologia oficial atribuía pecados especialmente gravosos (a lepra era o castigo de Deus para esses pecados); por isso, o leproso não podia sequer entrar na cidade de Jerusalém, a fim de não despurificar a cidade santa. Devia afastar-se de qualquer convívio humano para que não contaminasse os outros com a sua impureza física e religiosa. Em caso de cura, devia apresentar-se diante de um sacerdote, a fim de que ele comprovasse a cura e lhe permitisse a reintegração na vida normal (cf. Lev 14). Podia, então, voltar a participar nas celebrações do culto.<br />
Um dos leprosos (precisamente aquele que vai desempenhar o papel principal, neste episódio) é samaritano. Os samaritanos eram desprezados pelos judeus de Jerusalém, por causa do seu sincretismo religioso. A desconfiança religiosa dos judeus em relação aos samaritanos começou quando, em 721 a.C. (após a queda do reino do Norte), os colonos assírios invadiram a Samaria e começaram a misturar-se com a população local. Para os judeus, os habitantes da Samaria começaram, então, a paganizar-se… Após o regresso do exílio da Babilónia, os habitantes de Jerusalém recusaram qualquer ajuda dos samaritanos na reconstrução do Templo e evitaram os contactos com esses hereges, “raça misturada com pagãos”. A construção de um santuário samaritano no monte Garizim consumou a separação e, na perspectiva judaica, lançou definitivamente os samaritanos nos caminhos da infidelidade a Jahwéh. Algumas picardias mútuas nos séculos seguintes consolidaram a inimizade entre judeus e samaritanos. Na época de Jesus, a relação entre as duas comunidades era marcada por uma grande hostilidade.<br />
MENSAGEM<br />
O episódio dos dez leprosos (que é exclusivo de Lucas) insere-se perfeitamente na óptica teológica de um evangelho cujo objectivo fundamental é apresentar Jesus como o Deus que Se fez pessoa para trazer, com gestos concretos, a salvação/libertação a todos os homens, particularmente aos oprimidos e marginalizados.<br />
É esse o ponto de partida da história que Lucas nos conta: ele mostra que Deus tem uma proposta de vida nova e de libertação para oferecer a todos os homens. O número dez tem, certamente, um significado simbólico: significa “totalidade” (o judaísmo considerava necessário que pelo menos dez homens estivessem presentes, a fim de que a oração comunitária pudesse ter lugar, porque o “dez” representa a totalidade da comunidade). A presença de um samaritano no grupo indica, contudo, que essa salvação oferecida por Deus, em Jesus, não se destina apenas à comunidade do “Povo eleito”, mas se destina a todos os homens, sem excepção, mesmo àqueles que o judaísmo oficial considerava definitivamente afastados da salvação.<br />
Contudo, o acento do episódio de hoje é posto – mais do que no episódio da cura em si – no facto de que, dos dez leprosos curados, só um tenha voltado para trás para agradecer a Jesus e no facto de este ser um samaritano. Lucas está interessado em mostrar que quem recebe a salvação deve reconhecer o dom de Deus e deve estar agradecido… E avisa que, com frequência, são os hereges, os marginais, os desprezados, aqueles que a teologia oficial considera à margem da salvação, que estão mais atentos aos dons de Deus. Haverá aqui, certamente, uma alusão à auto-suficiência dos judeus que, por se sentirem “Povo eleito”, achavam natural que Deus os cumulasse dos seus dons; no entanto, não reconheceram a proposta de salvação que, através de Jesus, Deus lhes ofereceu… Certamente haverá aqui, também, um apelo aos discípulos de Jesus, para que não ignorem o dom de Deus e saibam responder-Lhe com a gratidão e a fé (entendida como adesão a Jesus e à sua proposta de salvação).<br />
ACTUALIZAÇÃO<br />
A reflexão e partilha podem tocar as seguintes questões:<br />
• A “lepra” que rouba a vida a esses “dez” homens que a leitura de hoje nos apresenta representa o infortúnio que atinge a totalidade da humanidade e que gera exclusão, marginalidade, opressão, injustiça. É a condição de uma humanidade marcada pelo sofrimento, pela miséria, pelo afastamento de Deus e dos irmãos, que aqui nos é pintada… Lucas garante, no entanto, que Deus tem um projecto de salvação para todos os homens, sem excepção; e que é em Jesus e através de Jesus que esse projecto atinge todos os que se sentem “leprosos” e os faz encontrar a vida plena, a reintegração total na família de Deus e na comunidade humana.<br />
• É preciso ter uma resposta de gratidão e de adesão à proposta de salvação que Deus faz. Atenção: muitas vezes são aqueles que parecem mais fora da órbita de Deus que primeiro reconhecem o seu dom, que o acolhem e que aderem à proposta de vida nova que lhes é feita. Às vezes, aqueles que lidam diariamente com o mundo do sagrado estão demasiado cheios de auto-suficiência e de orgulho para acolherem com humildade e simplicidade os dons de Deus, para manifestarem gratidão e para aceitarem ser transformados pela graça… Convém pensar na atitude que, dia a dia, eu assumo diante de Deus: se é uma atitude de auto-suficiência, ou se é uma atitude de adesão humilde e de gratidão.<br />
• Como lidamos com aqueles que a sociedade de hoje considera “leprosos” e que, muitas vezes, se encontram numa situação de exclusão e de marginalidade (os sem abrigo, os drogados, os deficientes, os doentes terminais, os idosos abandonados em lares, os analfabetos, os que vivem abaixo do limiar da pobreza, os que não têm telemóvel nem internet, os que não vestem de acordo com a moda, os que não pactuam com certos valores politicamente correctos, os que não consomem produtos “light” e não têm uma silhueta moderna, os que não frequentam as festas sociais nem aparecem nos programas televisivos de sucesso…): com desprezo, com indiferença, com medo de ficar contaminados ou como testemunhas da bondade e do amor de Deus?<br />
• Curiosamente, os dez “leprosos” não são curados imediatamente por Jesus, mas a “lepra” desaparece “no caminho”, quando iam mostrar-se aos sacerdotes. Isto sugere que a acção libertadora de Jesus não é uma acção mágica, caída repentinamente do céu, mas um processo progressivo (o “caminho” define, neste contexto, a caminhada cristã), no qual o crente vai descobrindo e interiorizando os valores de Jesus, até à adesão plena às suas propostas e à efectiva transformação do coração. Assim, a nossa “cura” não é um momento mágico que acontece quando somos baptizados, ou fazemos a primeira comunhão ou nos crismamos; mas é uma caminhada progressiva, durante a qual descobrimos Cristo e nascemos para a vida nova.<br />
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM<br />
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)<br />
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.<br />
Ao longo dos dias da semana anterior ao 28º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.<br />
2. PALAVRA CELEBRADA NA EUCARISTIA.<br />
A Palavra de Deus não se limita ao tempo da proclamação e da escuta da Palavra. Na preparação da celebração, procurar que algumas expressões da liturgia da Palavra estejam presentes no momento penitencial, nalguma intenção da oração dos fiéis, num momento de acção de graças… Hoje, a liturgia da Palavra está unificada à volta do tema da salvação e tem um sentido dialogal: Deus dá a graça, nós damos graças pelo dom da salvação, o dom do seu amor.<br />
3. BILHETE DE EVANGELHO.<br />
É preciso ser um samaritano, um dos habitantes da Samaria com os quais os Judeus não querem ter nada em comum, a vir até Jesus após a sua cura, para ter um acto de reconhecimento. Sim, ele reconhece que Deus o curou pois ele glorifica-O, enquanto Jesus reconhecerá que a sua fé o salvou. Ele é salvo precisamente porque reconhece Aquele que o salva. Tal é a diferença em relação aos outros nove leprosos curados que não reconhecem Aquele que os purificou. Enfim, o leproso samaritano faz acto de reconhecimento vindo agradecer: lança o rosto por terra aos pés de Jesus dando-Lhe graças. O homem pode levantar-se porque está totalmente salvo: não apenas o seu corpo é purificado mas, ao vir glorificar Deus e dar-Lhe graças, pode aproximar-se de Jesus, o verdadeiro Salvador, que salva o homem e dele espera a caminhada da fé.<br />
4. À ESCUTA DA PALAVRA.<br />
Todos os pais têm a preocupação em ensinar aos seus filhos “se faz favor” e “obrigado”. Isso faz parte da boa educação. Mas estas duas palavras estão carregadas de um sentido que a criança deve descobrir progressivamente: ninguém consegue sozinho, todos temos necessidade dos outros. Reconhecer que, sozinho, não posso fazer tudo; tenho necessidade de receber, de pedir. E dizendo obrigado aos outros, reconheço que me fizeram bem. Enfim, estas palavras, que parecem tão banais, exprimem a dimensão social do ser humano. A comunidade humana e a comunidade cristã constroem-se através destas relações, destes contactos quotidianos nos quais cada um se reconhece, em todos os sentidos desta palavra. Hoje, Jesus convida-nos a recordar tudo isso na nossa relação com Deus. Os dez leprosos vieram até Ele porque reconheciam n’Ele um mestre, um enviado de Deus. Ousam pedir o que ninguém podia dar naquela época: a cura da lepra. Pedem um favor que ultrapassa as forças humanas. É a Deus que se dirigem através de Jesus. Pedem a Jesus e Ele cura-os. Mas um só vem dizer “obrigado”. Um estrangeiro, um samaritano. Talvez os outros pensassem que tinham o direito de serem curados por serem judeus… O estrangeiro, esse, reconhece que a sua cura é dom gratuito da bondade de Deus. Volta junto de Jesus para “reconhecer” este dom. Entra numa relação plena com Deus. Veio com a sua pobreza, para pedir; regressa, com a sua gratidão, para reconhecer que Jesus respondeu ao seu pedido. O acto central, fonte e cume da vida cristã, a Eucaristia, significa “acção de graças”. Eis o pedido supremo que podemos dirigir a Deus: que nos dê a sua presença em Jesus ressuscitado e o nosso “obrigado”, o mais perfeito possível que possamos dizer a Deus. Aí, estamos bem no coração da nossa fé e do nosso amor.<br />
5. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.<br />
Pode-se escolher a Oração Eucarística III para as Assembleias com Crianças, que exprime muito simplesmente o obrigado, a acção de graças; rezá-la bem, com calma…<br />
6. PALAVRA PARA O CAMINHO DA VIDA…<br />
Levar a Palavra de Deus como luz para mais uma semana de trabalho, de estudo… Ao longo dos dias da semana que se segue, procurar rezar e meditar algumas frases da Palavra de Deus: “Cantai ao Senhor um cântico novo”…; “A Palavra de Deus não está encadeada”…; “Se morremos com Cristo, também com Ele viveremos”…; “Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou”… Procurar transformá-las em atitudes e em gestos de verdadeiro encontro com Deus e com os próximos que formos encontrando nos caminhos percorridos da vida…<br />
<br />
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS<br />
PROPOSTA PARA<br />
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS<br />
Grupo Dinamizador:<br />
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho<br />
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)<br />
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal<br />
Tel. 218540900 – Fax: 218540909<br />
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org</div>
LITURGIA DA PALAVRAhttp://www.blogger.com/profile/08375568949891464071noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8743065833189357925.post-70671512126025138492016-10-08T04:23:00.003-07:002016-10-08T04:23:35.954-07:00XXVII Semana – Sábado – Tempo Comum – Anos Pares 8 Outubro 2016<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-5pG-7RSEz2k/Vxt2ZKRp6fI/AAAAAAABCpg/iPOAbkEYqmcUhW7slav7JXL9FBulMcR3QCPcB/s1600/ALITURGIA%2BDA%2BPALAVRA%2BLOGO%2BP.jpg" /></a></div>
<span id="docs-internal-guid-3d110a7f-a408-3f11-4112-09fa389e5c69"><a href="http://www.liturgiadapalavra.com/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: white; color: #1155cc; font-family: Arial; font-size: 14.6667px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Leia também: LITURGIA DA PALAVRA</span></a></span><br />
Tempo Comum – Anos Pares<br />
XXVII Semana – Sábado<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s1600/dehodianos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://2.bp.blogspot.com/-fg5uX7ppmTg/U_vEUw2XUSI/AAAAAAAARt4/TM8w6g46S2oidZcnJiq24M6XqstMofy-QCPcB/s320/dehodianos.jpg" width="320" /></a></div>
Lectio<br />
Primeira leitura: Gálatas 3, 21-29<br />
Irmãos: 22ª Escritura tudo fechou sob o pecado, para que a promessa fosse dada aos crentes pela fé em Jesus Cristo. 23Antes, porém, de chegar a fé, estávamos prisioneiros da Lei, estávamos fechados, até à fé que havia de revelar-se. 24Deste modo, a Lei tornou-se nosso pedagogo até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. 25Uma vez, porém, chegado o tempo da fé, já não estamos sob o domínio do pedagogo. 26É que todos vós sois filhos de Deus em Cristo Jesus, mediante a fé; 27pois todos os que fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo mediante a fé. 28Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus. 29E se sois de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.<br />
Paulo ao argumentar sobre a economia do amor gratuito de Deus, a que se acede pela fé, não deixa de esclarecer também a função da Lei. No plano de Deus, a Lei serve para levar o homem a compreender que, por si só, não pode cumpri-la e que, portanto, o pecado é inevitável (v. 23; cf. Rm 7, 7-25). A Lei teve o papel de «pedagogo» (vv. 24ss.). Na cultura greco-romana, o pedagogo custodiava as crianças, usando a vara e as repreensões, e não o amor. Com esta imagem, Paulo quer levar-nos a compreender a força libertadora da fé: «Uma vez, porém, chegado o tempo da fé, já não estamos sob o domínio do pedagogo. É que todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus» (vv. 25.26). A beleza deste novo tempo é expressa com dois conceitos. O primeiro refere-se ao salto qualitativo do nosso “ser”, no momento do baptismo e que consiste no facto de podermos participar na vida de Cristo: «todos os que fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo», (v. 27) é a metáfora usada por Paulo. Não se trata de um revestimento exterior, mas de união profunda a Cristo (cf. Rm 6, 5).<br />
O segundo conceito refere-se à absoluta novidade do ser em Cristo, que destrói toda a discriminação de tipo racial, social, sexual. Ser «um só em Cristo Jesus» (v. 28) significa, não só que os crentes formam uma só pessoa em Cristo (é o conceito da Igreja como Corpo Místico), mas que, formando um todo com Cristo, a unidade não se realiza na exterioridade da Lei, em no próprio Cristo, na fé n´Ele que, se for autêntica, muda a vida, informando-a de sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, etc. (cf. Gl 3, 12).<br />
Evangelho: Lucas 11, 27-28<br />
Naquele tempo, 27Enquanto Jesus falava, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!» 28Ele, porém, retorquiu: «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»<br />
Depois do discurso sobre o Demónio, Lucas insere a “bem-aventurança” pronunciada por uma ouvinte desconhecida e que se podia resumir assim: «Bem-aventurada a mãe que tem um filho como Jesus». A ouvinte pensaria certamente na força da sua palavra que introduzia no mistério das realidades espirituais. Mas, para Jesus, “bem-aventurado” é aquele que escuta a palavra de Deus e a põe em prática. O “antes” parece contradizer as palavras da mulher, e relegar Maria para a sombra.<br />
Mas, se aprofundarmos esta perícopa, lendo-a à luz de outras, damo-nos conta de que é exactamente o contrário. De facto, a Mãe de Jesus, em Lc 1, 42-45, é proclamada “feliz” porque acreditou e obedeceu à Palavra (cf. 1, 38). No Magnificat, a própria Virgem profetiza que todas as gerações a proclamarão “bem-aventurada” por se ter rendido totalmente à Palavra que compromete a sua fé e a sua vida.<br />
Por outro lado, já noutra ocasião, Jesus aproveitara o facto de sua mãe e os seus parentes terem ido à procura d´Ele para proclamar que sua mãe e seus irmãos são aqueles «que escutam a palavra de Deus e a vivem» (cf. Lc 8, 19-21). Esta é, portanto, a identidade profunda de Maria que também a nós é proposta. Escutar a palavra de Jesus, que é o Verbo, a substancial palavra do Deus vivo, é o segredo para ser bem-aventurado.<br />
Meditatio<br />
Ser “bem-aventurados”, ser “felizes”, alcançar a pacificação e a alegria de coração, é possível. Dizem-no os textos que lemos. Mas a “bem-aventurança”, ou a “felicidade”, não se alcançam pelo papel que desempenhamos ou pelas coisas que pensamos fazer para cumprir deveres ou alcançar determinadas situações de primazia.<br />
Ser “feliz” é deixar que os nossos dias, ainda que preenchidos no cumprimento de diversos compromissos e na realização de várias actividades, sejam unificados pelo primado da escuta da palavra de Deus. Mas, esta escuta, deve tender a tornar-se vida, evangelho vivido. Lucas recorda-nos que só a escuta, transformada em vida segundo Cristo, nos dá solidez semelhante à da casa construída sobre a rocha. Pelo contrário, ouvir e não pôr em prática é construir sobre a areia. Quem assim faz, logo que soprarem os ventos da dificuldade, ou irrompa a tempestade das tentações, soçobra (cf. Lc 6, 46-48). Conforta-nos ser baptizados. O baptismo é uma realidade activa na nossa existência, uma vida nova, a própria vida de Cristo que, pouco a pouco, penetra em nós e nos reveste interiormente, permitindo-nos “mudar de veste” interiormente.<br />
A prioridade da escuta leva-nos a isto. A veste do homem velho que somos leva-nos ao egocentrismo, a preocupar-nos mais com aparecer do que ser, mais com o que pensam os outros do que com atitudes de benevolência, de compreensão, de paciência, de humilde gratuidade em que se manifesta o nosso ser, e ser-amor e dom para os outros. A verdade de um mundo cristão passa pela aceitação do primado de uma escuta que de nós pessoas fortalecidas no homem interior, porque “revestidas de Cristo”, da sua mentalidade, do seu estilo de amor (cf. Gl 3, 25).<br />
«Escutamos com frequência a Palavra de Deus», dizem as nossas Constituições (n. 77). A escuta da Palavra é um excelente meio para «descobrir, cada vez mais, a Pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração e a anunciar o seu amor que excede todo o conhecimento» (Cst 17). Sublinhamos a expressão “com frequência”. Não se trata só da escuta da palavra de Deus na Missa ou em eventuais paraliturgias; trata-se de acolher, na nossa vida, a Palavra, o Verbo eterno de Deus feito carne, conforme a exortação do Pai na Transfiguração: «Este é o Meu Filho muito amado, em Quem pus as minhas complacências: Escutai-O» (Mt 17, 5).<br />
Este convite à “escuta” já estava expresso na famosa “shemá” (“escuta…”), com qu<br />
e o piedoso israelita manifestava a Deus a sua fé, a adesão da sua vontade e a oblação da sua própria vida, cumprindo a Palavra de Deus: «Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda as tuas forças. Estes mandamentos que hoje te imponho, serão gravados no teu coração. Ensiná-los-ás aos teus filhos…» (Dt 6, 4-7).<br />
Assim Deus Se revelava na vida do piedoso israelita como Jahvé: «Eu sou aquele que sou» (Ex 3, 14). A presença da Palavra era a presença da Pessoa. Com maior razão tudo isto se realiza em Jesus, que é a Palavra, o Verbo de Deus feito carne: «Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha…» (Mt 7, 24). “Rocha”, “Rochedo” são as imagens típicas de Deus que exprimem solidez, segurança e, portanto, fé, adesão completa: «Deus é a rocha da minha defesa…» (Sl 62(61), 3): «Vós sois, meu Deus, a rocha da minha salvação…» (Sl 89(88), 27).<br />
Jesus afirma: «A minha mãe e os meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática» (Lc 8, 21); «Quem escuta a minha palavra e acredita n´Aquele que Me enviou, tem a vida eterna…» (Jo 5, 24); «Quem é da verdade, escuta a minha palavra» (Jo 18, 35). Segundo S. João, Jesus é a Palavra ou «Verbo (logos) feito carne» (Jo 1, 14) e o autor da Carta aos Hebreus, depois de ter recordado as palavras dos profetas, afirma: «Deus… nestes últimos tempos, falou-nos, por meio do Filho”…, que é “resplendor da… glória (do Pai)… imagem da sua substância e sustendo todas as coisas pela Sua Palavra poderosa…» (1, 1-3).<br />
Portanto, nas palavras (remata) dos profetas e de Jesus escutamos a Palavra (Logos) de Deus. Desta Palavra, de Quem «veremos a… glória (amor), glória como de unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade» (Jo 1, 14). Esta é a compreensão plena do texto das Cst. Que nos convida à «escuta da Palavra (n. 17; cf. n. 17), para «descobrir, cada vez mais, a Pessoa de Cristo e o mistério do seu Coração e… anunciar o seu amor que excede todo o conhecimento» (n. 17).<br />
Maria é o modelo de como se escuta e acolhe na vida a Palavra e: «Feliz d´Aquele que acreditou no cumprimento das palavras do Senhor…» (Lc 1, 45<br />
“Escutar”, em sentido bíblico, é “compreender”, “acolher” na vida, “ir a Jesus”; é “acreditar”, “guardar no coração”; é “obedecer” e “fazer”. A verdadeira «escuta da Palavra» realiza-se quando se ama, não por palavras, mas “com obras e em verdade” (1 Jo 3, 18).<br />
O «Ecce venio» de Jesus, «para fazer a Tua vontade» (Heb 10, 7) pertence a este tipo de escuta. Esta escuta do Pai é, para Jesus, o “lugar” da Sua união de amor com o Pai: «Guardei os mandamentos de Meu Pai e permaneço no Seu amor» (Jo 15, 10). O mesmo devemos dizer do «Ecce ancilla» de Maria.<br />
Oratio<br />
Criaste-nos para Ti, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousa em Ti. Criaste-nos para a alegria. Mas, Tu és a alegria! A tua palavra enche-nos de alegria. Dá-me a graça da escuta. Que a tua Palavra seja o meu principal interesse de todos os dias. Concede à minha boca e ao meu coração o silêncio necessário para acolher a tua Palavra, meditá-la, rezá-la. Que o teu Espírito me ajude a torná-la vida da minha vida.<br />
Que a tua vida me revista interiormente, para que aprenda a amar como Tu amaste, sem qualquer tipo de discriminação. Nasça em mim a «nova criatura», capaz de actuar para que, à minha volta, surjam outras novas criaturas. Que todos, ricos e pobres, novos e velhos, brancos e negros, europeus ou asiáticos, sejam alvo do meu interesse, vendo neles unicamente um filho teu muito amado, e um irmão ou irmã que devo amar. Amen.<br />
Contemplatio<br />
A união íntima (com Nosso Senhor), começada aqui em baixo pela fé e pelo amor, deve ter a sua perfeição, a sua consumação no céu. – «Meu Pai, dizia Nosso Senhor na sua oração, aqueles que me destes, quero que onde eu estiver eles também estejam comigo, para que vejam a glória que me destes. Reconheceram que me enviastes. Dei-lhes a conhecer o vosso nome, as vossas divinas perfeições, a vossa santidade, a vossa misericórdia, o vosso amor inefável, e pelo dom do Espírito Santo dá-los-ei a conhecer ainda mais, para que vos conheçam melhor, vos amem mais e se tornem sempre mais dignos do vosso amor e assim o amor com o qual me amastes esteja neles e ameis neles as imagens do vosso Filho bem-amado, os membros do corpo místico do qual sou o chefe…»<br />
Nesta oração ao seu Pai, Nosso Senhor indicava toda a união que devemos ter com a santíssima Trindade e particularmente com Ele.<br />
Por seu lado, Ele está unido a nós: deu-nos a conhecer o seu Pai, o Deus do amor, manifestavi nomem tuum hominibus, quos dedisti mihi de mundo. Comunicou-nos a palavra de seu Pai, a revelação divina, os segredos do seu conselho divino, Verba quae dedisti mihi, dedi eis.<br />
Nós também estamos unidos a Ele. Como seus discípulos, recebemos a sua palavra e conservámo-la nos nossos corações com fidelidade, sermonem tuum acceperunt et servaverunt.<br />
Reconhecemos que a sua palavra era a palavra do próprio Deus. Acreditámos na sua natureza divina e na sua missão, cognoverunt quia a te exivi et crediderunt quia tu me misisti (Jo 17). Esta união consumar-se-á no céu. (Leão Dehon, OSP 3, p.486s.)<br />
Actio<br />
Repete muitas vezes e vive hoje a palavra:<br />
«Felizes os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.»<br />
| Fernando Fonseca, scj |<br />
Fonte http://www.dehonianos.pt/</div>
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