Trata-se de uma controvérsia entre os fariseus e os escribas, de uma parte, e Jesus de outra. Objeto da controvérsia é a regra de pureza que os discípulos de Jesus não cumprem ao comer sem lavar as mãos. “Tradição dos antigos” refere-se aos costumes que se pretende fazer remontar aos tempos de Moisés e cuja codificação escrita se dará por volta do ano 200 d.C., na Mishnah. Lavar as mãos não era uma questão de higiene pessoal, mas um gesto de purificação ritual com a finalidade de eliminar eventuais impurezas contraídas do contato com coisas imundas. Ao invés de responder diretamente a questão posta por seus opositores, Jesus interpela a multidão a compreender o essencial: não é a pureza ritual, externa, que importa, mas a pureza moral, o coração, a coerência da vida e da prática da religião. O v. 13, inspirado por Is 60,21, é um convite à paciência (cf. Mt 13,24-30), pois o que não é de Deus não permanecerá. O apego à tradição dos antigos, com a convicção de que isso os salvaria, faz dos fariseus guias cegos. Essa crítica Deus já fazia contra os responsáveis do povo (Is 29,9-12). A cegueira é falta de compreensão do desígnio salvífico de Deus.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
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