Esse episódio de Jesus caminhando sobre o mar encontra-se também em Marcos e João, com a particularidade própria de cada evangelista (Mc 6,45-52; Jo 6,16-21). No Antigo Testamento, é Deus quem domina sobre o mar (Sl 89,9-10). Para o imaginário do homem bíblico, o mar é símbolo do mal e da morte. Diante dele o ser humano sente uma força indomável. Recolhido em sua oração, Jesus vê a dificuldade da travessia em razão do vento contrário. Começando o amanhecer, Jesus vai ao encontro deles, caminhando sobre as águas (Jó 9,8). O Senhor não é alheio às dificuldades da vida humana. O novo Pastor de Israel, que sustenta o seu povo pela palavra e por sua vida, é aquele que, como Deus, tem o poder sobre o mal e a morte. A falta de fé, no entanto, impede de reconhecer no episódio dos pães a força e o sustento para viver com fé o tempo da adversidade e da ameaça do mal. A intervenção de Pedro é própria a Mateus e visa mostrar o seu itinerário de fé marcado pela incredulidade e pela confiança. Quando ele fraqueja e afunda, o Senhor o salva.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
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