Não é a primeira vez que as crianças entram em cena no evangelho segundo Mateus. No discurso sobre a Igreja, uma criança é símbolo do próprio Cristo, Servo dos servos, e, ao mesmo tempo, símbolo dos que se sentem desprezados e tentados a abandonar a fé, e que devem ser objeto do cuidado preferencial dos outros membros da comunidade (18,1-5). Aqui, no trecho de hoje do evangelho, as crianças são símbolo daqueles que vivem a sua existência na dependência a Deus, assim como as crianças dependem de seus pais para o seu crescimento e amadurecimento. O gesto de imposição das mãos pode significar tanto cura como bênção, ou, ainda, as duas coisas. O relato opõe a atitude de Jesus à atitude dos discípulos. A atitude dos discípulos é compreensível se levarmos em conta a mentalidade da época: as crianças não devem importunar os adultos, sobretudo, um Mestre como Jesus. Mas ninguém pode, no dizer de Jesus, estabelecer uma barreira que impeça não importa quem de se aproximar de Jesus. As crianças são membros do povo de Deus (Js 8,35) e como tal devem ser acolhidas. Podemos tirar do episódio uma dupla mensagem: em primeiro lugar, o Reino de Deus se abre para os que se sabem “pequenos”; em segundo lugar, e como consequência do anteriormente dito, a Igreja deve se abrir para acolher indistintamente a todas as pessoas.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
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