Nossa primeira leitura é um trecho do último capítulo do Dêutero-Isaías (40–55). O tema dominante dessa segunda parte do livro de Isaías é o novo êxodo, a volta dos exilados da Babilônia para a terra de Israel. O trecho de hoje nos faz imaginar um vendedor ambulante que sai à rua gritando os seus produtos. O que ele oferece é uma mercadoria abundante e de boa qualidade. A novidade da oferta: tudo de graça! O que ele dá de graça são os bens necessários da vida (trigo, vinho, leite) e, enfim, a vida mesma (v. 3a). O último versículo do nosso texto nos ajuda a compreender que esse alimento abundante e gratuito é a Palavra de Deus. Como não ver, aqui, uma evocação de Dt 8,3? O sustento da vida humana não está unicamente no alimento material. A palavra e os mandamentos de Deus é que fazem viver (Dt 30,15-16). A Palavra de Deus ilumina, sustenta a vida na esperança, dá sentido a todas as coisas.
De Nazaré Jesus volta para as margens do Mar da Galileia e de lá para um lugar afastado, para estar a sós. Essa observação é importante: Jesus toma distância das muitas atividades. E ainda que o texto não o diga, podemos considerar que é para rezar; sua oração é sempre apostólica, pois o seu alimento é fazer a vontade daquele que o enviou (Jo 4,34). Mesmo se retirando, Jesus não se recusa a receber as multidões que o procuram e vão até ele. Compadecido, cura os doentes. A compaixão é um sentimento divino que leva Jesus a socorrer as pessoas em suas necessidades. A sugestão dos discípulos de despedir a multidão é razoável: o lugar é distante, a hora avançada e não há o suficiente para alimentar tanta gente. Jesus, no entanto, se recusa a fazê-lo. É ocasião para que o próprio leitor do evangelho compreenda que o alimento do povo que o Cristo reúne é de outra natureza. O texto da multiplicação dos pães tem uma forte conotação eucarística. A vida do Senhor entregue para a salvação de todos é o alimento espiritual que sustenta o povo de Deus em marcha. O alimento material remete ao alimento espiritual. Esse é o alimento que sustenta abundantemente, não se compra nem se vende e é dado gratuitamente para a vida do mundo.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
De Nazaré Jesus volta para as margens do Mar da Galileia e de lá para um lugar afastado, para estar a sós. Essa observação é importante: Jesus toma distância das muitas atividades. E ainda que o texto não o diga, podemos considerar que é para rezar; sua oração é sempre apostólica, pois o seu alimento é fazer a vontade daquele que o enviou (Jo 4,34). Mesmo se retirando, Jesus não se recusa a receber as multidões que o procuram e vão até ele. Compadecido, cura os doentes. A compaixão é um sentimento divino que leva Jesus a socorrer as pessoas em suas necessidades. A sugestão dos discípulos de despedir a multidão é razoável: o lugar é distante, a hora avançada e não há o suficiente para alimentar tanta gente. Jesus, no entanto, se recusa a fazê-lo. É ocasião para que o próprio leitor do evangelho compreenda que o alimento do povo que o Cristo reúne é de outra natureza. O texto da multiplicação dos pães tem uma forte conotação eucarística. A vida do Senhor entregue para a salvação de todos é o alimento espiritual que sustenta o povo de Deus em marcha. O alimento material remete ao alimento espiritual. Esse é o alimento que sustenta abundantemente, não se compra nem se vende e é dado gratuitamente para a vida do mundo.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
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