A impressão que o evangelho nos deixa é que os dias de Jesus
eram marcados por oração, encontros, atividades, deslocamentos de um lugar para
o outro (Mc 3,20-21). Depois da cura de dois cegos (vv. 27-31), vem a cura do
mudo seguida de um sumário. O termo grego kofós pode significar incapacidade de
falar, incapacidade de ouvir ou ambas as coisas, o que parece ser o caso do
nosso texto, pois se diz que, curado, o homem começou a falar (v. 33). Para a
mentalidade da época, a mudez é atribuída a um demônio; por isso, a cura é
precedida de um exorcismo. A cura do mudo é sinal dos tempos messiânicos (Is
35,5-6). O mal, de fato, impede de falar e de falar bem, assim como impede de
escutar o Verbo de Deus. Chama a atenção o contraste entre a reação da multidão
e a dos fariseus. Enquanto a multidão reconhece a novidade e o surpreendente do
acontecido na cura do mudo, os fariseus, ícones da resistência a Jesus, afirmam
que em Jesus não há nada de novo, ao contrário, ele é, na visão deles,
instrumento de satanás. Jesus é um Messias itinerante. Por onde passa, o Senhor
suscita a vida e o gosto de viver.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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