Ante a necessidade ingente da missão (9,37), Jesus dá aos
doze discípulos que ele envia o seu próprio poder. Em primeiro lugar, é preciso
compreender que a missão é de Jesus e que os discípulos são seus colaboradores.
Nossa missão como cristãos é colaboração na missão de Cristo. Daí a necessidade
de bem compreender, através dos evangelhos, aquelas passagens em que Jesus
mesmo explicita sua missão. Em segundo lugar, é fundamental ter presente que o
poder conferido pelo Senhor aos seus discípulos não está relacionado a um
cargo, mas à condição mesma de discípulo. Trata-se, aqui, do Espírito Santo;
ele é o poder de Deus dado para a missão (cf. At 1,8). Esse poder de Deus que
faz falar (At 2,1-11) e agir à imitação de Cristo é dom de Deus. A lista com o
nome dos doze Apóstolos não tem por finalidade limitar a missão a eles, mas
dizer à Igreja do futuro que a missão tem de estar enraizada no testemunho
daqueles que foram testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou. Por
razões apologéticas, Mateus retém a observação de que o anúncio da proximidade
do Reino de Deus deve ser feito em primeiro lugar, mas não exclusivamente, às
ovelhas perdidas da casa de Israel. Pouco a pouco o evangelho vai se abrindo
para os pagãos.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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