Costumou-se, entre nós, rotular Tomé de o homem da dúvida,
teimoso ou incrédulo. Mas a compreensão do relato de Tomé não pode ser
prisioneira da tradição popular que, ainda que legítima, não faz jus à riqueza
da perícope. Cremos que a seguinte pergunta pode nos ajudar a entrar na
mensagem pretendida pelo autor do relato: Como se chega à fé em Jesus Cristo
ressuscitado dentre os mortos? Tomé não crê no testemunho dos discípulos que
fizeram a experiência de que Jesus ressuscitado estava presente no meio deles.
Tomé tinha a pretensão de chegar à fé por si mesmo. Aí reside, de fato, o
problema, pois a fé é, essencialmente, testemunho. Por isso, o Senhor repreende
Tomé e, por ele, o seu Gêmeo, isto é, a comunidade cristã (vv. 27-29). É
através do testemunho que se chega à fé e que se pode experimentar os frutos da
ressurreição do Senhor. A fé é tradição e, como tal, supõe o dinamismo de
recepção e transmissão. Dito em outras palavras, é preciso dar crédito ao
testemunho para poder experimentar o que ele transmite.
Fonte Paulinas
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