Com este relato de Zaqueu, próprio de Lucas, o leitor é
convidado a aprender um paradoxo do encontro entre Jesus e Zaqueu: Jesus vinha
procurar e salvar Zaqueu antes mesmo que este buscasse vê-lo e conhecê-lo.
Zaqueu é apresentado em função de Jesus, que devia passar
por lá e que Zaqueu queria ver. O centro de atração de Zaqueu e da multidão é
Jesus. O relato visa, por um lado, à revelação da identidade perdida de Zaqueu,
como homem de fé (“Filho de Abraão – v. 9) e, em segundo lugar, Zaqueu vai
descobrir em Jesus seu Senhor: No v. 3 o narrador diz que Zaqueu procurava ver
quem era Jesus; no v. 8, ele disse ao Senhor: “Pois bem, Senhor…” Esta
transformação foi possível pela iniciativa de Jesus. Jesus, o Senhor, não é só
o ato da transformação, ele a provoca.
Toda a dinâmica do relato vai na direção da identidade
profunda de Zaqueu e Jesus. Procurando ver Jesus, Zaqueu foi visto por ele. O
encontro com Jesus transformou a vida de Zaqueu, inclusive do ponto de vista
ético: “Senhor, a metade dos meus bens eu darei aos pobres, e se prejudiquei
alguém, vou devolver quatro vezes mais.” (v. 8). A salvação vem por Jesus sem
que seja preciso esperar mais: “Hoje aconteceu a salvação para esta casa” (v.
9).
Carlos Alberto Contieri,sj
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