O texto da purificação do Templo encontra-se nos quatro evangelhos
(Mt 21,12-13; Mc 11,11.15-17; Lc 9,45-46; Jo 2,14-16). O que acontece no
Templo, por ocasião da Páscoa, é escandaloso. As pessoas ligadas ao Templo,
aproveitando-se da obrigatoriedade de oferecer sacrifícios e da distância que
os peregrinos percorriam a pé para chegar a Jerusalém, comercializam todo tipo
de animais prescritos pela Lei para o sacrifício. Além disso, havia uma moeda
própria do Templo, por isso devia ser pura, isto é, sem nenhuma efígie; o
câmbio, que todas as pessoas tinham que fazer, acontecia no próprio Templo. O
texto de Lucas se limita dizer que Jesus expulsava os comerciantes do Templo
(cf. v. 45), sem mencionar, ao contrário de João, Marcos e Mateus, como Jesus o
fez. O cuidado do Templo é responsabilidade do rei. Jesus entra em Jerusalém
como rei. O seu ensinamento não é feito somente de palavras; o gesto que ele
acaba de fazer ensina: “Minha casa será casa de oração” (v. 46). O cerco sobre
Jesus vai se fechando; seus adversários querem eliminá-lo (cf. v. 47).
carlos Alberto Contieri,sj
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