No início do livro dos Atos dos Apóstolos, antes do relato
da ascensão, Jesus promete o Espírito Santo, como força do alto para o
testemunho. Na lista de lugares em que o Evangelho deve ser anunciado está a
Samaria (At 1,8). A Samaria era desprezada pelos judeus por questões históricas
e culturais. Lá havia outro templo onde os samaritanos adoravam o Deus único e
verdadeiro. É na Samaria, junto ao poço de Jacó, que Jesus tem aquele diálogo
maravilhoso com a mulher samaritana, que se tornou para os seus concidadãos
testemunha de Jesus Cristo (Jo 4,1-41). É para lá que Filipe é enviado para
anunciar Cristo (At 8,5). O seu anúncio corroborado por sua ação fez com que as
pessoas daquela cidade sentissem uma intensa alegria (At 8,8). A intensa
alegria é dom do Ressuscitado.
O amor dos discípulos a Jesus se exprime na prática do
mandamento do amor fraterno. Para poder ajudar a viver o dinamismo desse amor,
Jesus promete pedir ao Pai que envie, quando ele partir, “outro defensor”.
Outro em relação a ele mesmo que, qual um pastor, cuida das ovelhas e as
defende dos seus inimigos. O termo grego para caracterizar o Espírito é
parácletos, que entre vários significados pode ser traduzido por auxiliador,
ajuda, apoio. Assim como Jesus foi um auxílio, um apoio, para viver o amor de
Deus e conhecê-lo, o Espírito continuará e levará a termo a missão do Senhor. O
Espírito é, ainda, considerado “Espírito da Verdade”, pois é sua ação acolhida
na vida do discípulo que faz compreender o sentido da vida de Jesus e o seu
mistério profundo. Assim como Jesus é a verdade porque revela o mistério de
Deus em sua pessoa, o Espírito levará ao conhecimento do Pai e do Filho. O
mundo não é capaz de conhecê-lo porque ele não é apreendido pelo conhecimento
racional. Os discípulos o conhecem, pois o experimentam, uma vez que o Espírito
permanece neles. Pela “in-habitação” do Espírito da Verdade, os discípulos não
sentirão como abandono a ausência de Jesus, pois é por ele que o Senhor
continuará a falar com os seus e a ser contemplado pela fé (cf. At 1,1-2). Pela
fé em Jesus ressuscitado dentre os mortos, os fiéis participam da vida divina.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
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