É durante a última ceia e depois de lavar os pés dos
discípulos que Jesus pronuncia essas palavras que lemos no evangelho de hoje.
Tema semelhante ao enunciado no v. 16 encontramos em Mateus 10,24-25. Um dos
aspectos do discurso de Jesus, depois de lavar os pés de seus discípulos, é
apresentar o específico do discípulo. Em nosso caso há dois aspectos a
ressaltar: o discípulo é servo e, como tal, renuncia a todo desejo de poder e
prestígio. A consciência de sua condição de servo e a vida coerente com essa
vocação é o caminho da felicidade. Na configuração da vida do servo ao seu
Senhor está a felicidade. Para o relato, a predição da traição de Jesus por
parte de um dos discípulos tem por finalidade prevenir os discípulos e, com
isso, o leitor contra o escândalo que pudesse levar a certo esmorecimento, ao
mesmo tempo que dá uma chave de leitura para compreender o fato (cf. Sl 41,10).
É, inclusive, um modo de dizer que a Escritura se cumpre em Jesus. Até mesmo a
traição pode ser ocasião de fé na pessoa de Jesus (cf. v. 19).
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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