Nos versículos anteriores da alegoria da videira verdadeira,
o imperativo para os discípulos era de se deixar “in-habitar” (= permanecer)
pelo amor de Jesus Cristo. O texto do evangelho de hoje é enquadrado pelo tema
principal dessa parte do discurso: o amor fraterno (vv. 12.17). Na origem do
amor do Filho pelos discípulos está o amor de Deus pelo Filho. O Filho é
portador do amor do Pai e, pela sua vida, inclusive a sua vida entregue, ele o
manifesta a todo o mundo. O amor é exigência e condição de uma vida cristã
autêntica, sem hipocrisias. A medida do amor fraterno é a medida do amor de
Jesus pelos seus discípulos. No seu amor pelos seus, ele deu a sua própria vida
(cf. Jo 13,1). Os “amigos”de Jesus são, além dos discípulos, o leitor do
evangelho, nós todos por quem o Senhor entregou a sua vida e revelou a
verdadeira face do Pai. Os relatos de vocação dos Doze, nos quatro evangelhos,
mostram que a iniciativa do chamado é Jesus (v. 16; cf. Mc 1,16-20; 3,13-19; Jo
6,70). Para poder produzir fruto do amor fraterno, os que são escolhidos devem
partir, aceitar serem enviados pelo Senhor para testemunhar o seu amor. Nesse
sentido, toda a comunidade cristã é missionária.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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