O evangelho de hoje é parte do discurso de despedida de
Jesus, que tem sua origem na última ceia (13,31–14,31). Evidentemente, o
anúncio da paixão e morte de Jesus e a predição da traição de Judas deixaram os
discípulos confusos, agitados, assustados. A finalidade do discurso de Jesus é
encorajar os discípulos para que não desanimem nem percam a esperança diante de
sua paixão e da morte injusta, violenta e escandalosa. Efetivamente, o medo, a
perturbação e a frustração põem em risco a unidade e podem levar a abandonar o
seguimento de Jesus e os ideais propostos. No momento da paixão e aos pés da
cruz, somente uns poucos, segundo João, permaneceram: a mãe de Jesus, Maria
Madalena, Maria de Cléofas e o discípulo que Jesus amava (19,25-27). Os demais
fugiram! Só há um modo de vencer o medo, pela fé (cf. v. 1). A fé permite
manter viva a palavra e a promessa do Senhor, mesmo nos momentos dramáticos da
existência humana. Os discípulos são convidados a fazer um novo êxodo: do medo
à fé; da perturbação à paz dada pela confiança na palavra de Jesus. É a
promessa feita pelo Senhor (v. 3) que sustenta essa Páscoa.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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