Lucas relaciona o anúncio do nascimento de Jesus à gravidez
de Isabel: “... no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus... a uma
virgem…” (v. 26). Esta relação é explicável pelo paralelismo com o qual os
relatos da infância são redigidos: Jesus é maior que João Batista.
Maria é apresentada como a que recebeu o favor de Deus (cf.
v. 28). O favor de Deus a Maria se manifesta na sua eleição para ser a mãe do
Filho de Deus. A iniciativa de Deus na encarnação do Verbo conta com a
colaboração humana: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem?” (v. 34).
Se a idade e a esterilidade de Isabel e Zacarias foram superadas pela
intervenção de Deus, a dificuldade humana da virgindade de Maria deve ser
superada pelo poder divino na concepção de Jesus. Esta superação se dá pela
intervenção do “poder do Altíssimo” (v. 35). “Eis, aqui, a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38). Na visita a Isabel, Maria será
caracterizada por aquela que creu: “Bendita aquele que creu: o que lhe foi dito
da parte do Senhor se cumprirá” (v. 45).
Carlos Alberto Contieri, sj
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