Há uma tristeza que imobiliza e impede de dar o salto da fé.
As lágrimas impedem de ver com clareza a realidade própria da fé. Este relato
deve ser a expressão da experiência feita do Cristo Ressuscitado, do itinerário
pelo qual se chega à fé na ressurreição. Maria Madalena, que corre desesperada
ao encontro de Simão Pedro e do discípulo que Jesus amava, tem razão de dizer
que tiraram o Senhor do sepulcro e que ele não está lá (v. 2). O túmulo vazio
não é prova da ressurreição de Jesus, e os sinais da presença do Ressuscitado
não são evidentes, precisam ser sempre discernidos. Simão Pedro e o discípulo
amado correm para o sepulcro; Pedro tem precedência, entra primeiro, depois
entra o outro discípulo. Ambos viram a mesma realidade, mas ela não teve para
os dois o mesmo significado, pois do discípulo que Jesus amava o narrador do
evangelho diz que “viu e creu” (v. 8).
Carlos Alberto Contieri, sj
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