Hoje, ao comemorarmos o início do ano civil, celebramos a
solenidade litúrgica de Santa Maria, Mãe de Deus. A expressão “mãe de Deus” é,
num primeiro momento, ambígua, pois poderia afirmar a precedência de Maria em
relação ao Verbo eterno de Deus. No entanto, o Concílio de Éfeso (431) declara
que Maria é a theotókos (mãe de Deus) “segundo a carne”. A cada Ave-Maria,
repetimos a afirmação da maternidade divina de Maria ao dizermos: “Santa Maria,
mãe de Deus”. Nesse sentido, o dogma da maternidade divina de Maria é um apoio
para a afirmação de que o Verbo assumiu a nossa humanidade (cf. Jo 1,14). O
texto do evangelho deste dia é parte dos assim chamados relatos da infância (Lc
1–2), dos últimos relatos evangélicos a serem escritos. A menção dos “pastores”
destinatários do anúncio dos anjos, que “às pressas” vão à Belém, é um modo de
afirmar a universalidade da salvação de Deus e, por isso, que ninguém está
excluído dessa graça oferecida no Verbo encarnado, nascido para a vida de todo
ser humano. A atitude de Maria, modelo do discípulo, nos põe diante da
exigência do seguimento de Jesus Cristo: contemplação e escuta do Mistério de
Deus são condições indispensáveis para fazer a vontade de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
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