A maternidade de Maria é obra do Espírito Santo (cf. v. 18).
Se em Lucas o anúncio do nascimento de Jesus é feito a Maria, em Mateus, por
razões apologéticas, é feito a José, em sonho (cf. v. 20). Dado o fato da
gravidez de Maria, José, o homem justo, pensa em despedi-la secretamente. A
melhor tradução para o que José pretende fazer é “deixar ir livremente”. A
atitude de José não está motivada pelo medo do juízo dos outros, mas pelo
reconhecimento do que estava acontecendo. Queria, isso sim, se manter distante
do mistério de Deus que ele compreendia estar presente na gravidez de Maria. É
exatamente por isso que o texto diz que ele era justo (cf. v. 19). “não tenhas
receio”, diz o anjo a ele, “o que nela foi gerado vem do Espírito Santo” (v.
20). A palavra do anjo faz José superar a distância do sagrado e do profano:
“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua
esposa” (v. 24).
Carlos Alberto Contieri, sj
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