Com essa celebração de caráter penitencial, tem início o
tempo da Quaresma, tempo de graça e reconciliação que nos prepara para a
comemoração anual do mistério pascal de Jesus Cristo. O texto prescrito para a
Quarta-Feira de Cinzas, invariável nos três ciclos litúrgicos, começa por um
alerta (v. 1), cuja exigência prática para a vida do discípulo e de toda a
comunidade cristã é a rejeição da hipocrisia, como se verá nas considerações
das práticas tradicionais de piedade (jejum, esmola e oração), aspectos
importantes da vida religiosa no tempo de Jesus, também recomendadas pela
Igreja. Essas práticas não podem alimentar a vaidade de uma religião puramente
exterior – hoje, diríamos midiática – e se constituir num espetáculo público.
Não podem levar ao autocentramento, mas elas têm por finalidade levar as
pessoas a saírem de si mesmas e voltarem-se para Deus, que vê no segredo do
coração, e se disporem a servir generosamente seus semelhantes. O jejum, a
caridade fraterna e a oração são a expressão do desejo de uma verdadeira
conversão; a conversão não é tarefa de um tempo, mas empenho de toda a vida.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
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