domingo, 12 de janeiro de 2014

O chamado dos discípulos - 13.01.2014

O início do ministério de Jesus está em continuidade com a pregação de João Batista: é um apelo à conversão. De que se trata quando se fala de conversão? A conversão é crer no Evangelho; é fé na pessoa de Jesus Cristo, ele que é a Boa-Notícia de Deus para a humanidade; é fé na palavra de Jesus, que é portadora de um sopro que faz viver. Sem essa confiança não é possível reconhecer a vida e a vinda do Verbo de Deus como dom, nem acolhê-lo. Em seguida, temos um relato típico de vocação, baseado em 1Rs 19,19-21. O chamado dos quatro primeiros discípulos por Jesus é precedido pelo “olhar” de Jesus. Não há nada de imediatismo, nem de precipitação. É olhar que supõe consideração, conhecimento que ultrapassa a aparência; é uma ação que leva em consideração a dilatação do tempo. Se o chamado é feito sucessivamente às duas duplas de irmãos, ele deve ser considerado na sua unidade como exigência para o seguimento de Jesus: desapego tanto dos laços afetivos pessoais como das coisas. Sem essa liberdade não é possível viver a vida de Cristo. Note-se que se o chamado é feito utilizando-se de um advérbio que supõe o presente e a urgência da resposta, a missão é dada utilizando a forma verbal no futuro. É possível considerar que entre o chamado e o exercício da missão há o discipulado, isto é, o tempo em que se aprende a ser como o Mestre (cf. Mt 10,25).


Carlos Alberto Contieri, sj

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