sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A compaixão não se confunde com dó – 08.02.2014

Trata-se da volta dos Doze da missão para a qual foram enviados (cf. Mc 6,6b-12). A indeterminação do período de duração da missão parece querer fazer parecer ao leitor que a missão se estende para além de qualquer circunscrição histórica. Depois da partilha (v. 30), os discípulos são convidados por Jesus a ir a um lugar distante para descansar. O “descanso” permite ver que, em todo o bem feito, é Deus quem está na origem. O descanso é dado para recordar o quanto o Senhor fez por seu povo. A proposta não pôde ser levada a termo em razão do grande número de pessoas que procuram Jesus (cf. tb. Mc 3,20) e do sentimento que move Jesus na realização de sua missão: a “compaixão” (v. 34). A compaixão é um sentimento divino que faz agir em favor das pessoas, socorrendo-as em suas necessidades; não se confunde com simples pena ou dó, mas abre o coração para que a pessoa ofereça o melhor de si mesma em favor dos demais. O abandono do povo por aqueles que deviam cuidar dele, qual pastor cuida do seu rebanho, é a causa da compaixão de Jesus (cf. v. 34; ver: Nm 27,17; 1Rs 22,17). O seu ensinamento orienta e congrega. Nosso texto serve de introdução ao relato da “multiplicação dos pães” (vv. 35-44).


Carlos Alberto Contieri, sj

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