Jesus é um Messias itinerante, sempre a caminho. Não há quem
Jesus não acolha, a todos dá ouvidos e os socorre em suas aflições. Jesus
atende à súplica de Jairo e, no caminho até a casa do chefe da sinagoga,
acompanhado de uma multidão que o comprimia, encontra-se com aquela mulher
anônima, impura, pois sofria de um fluxo de sangue; sua vida se esvaía no
sangue que ela, desde há muito tempo, perdia. A prontidão de atender Jairo não
o impede de procurar a mulher que o toca. Dele saiu uma “força”, um modo do
dizer do Espírito Santo (cf. At 1,8), que a tirou de sua longa enfermidade. O
tema que perpassa toda a nossa perícope é o da fé: à mulher, Jesus diz: “Filha,
a tua fé te salvou”; a Jairo Jesus recomenda: “Crê!” (v. 36). A fé é a condição
para receber a vida como dom de Deus, e necessária para reconhecer Jesus como o
Senhor da vida. Arautos da desgraça, os encontraremos sempre. É preciso, porém,
não deixar que suas vozes insistentes penetrem em nós e nos impeçam de ouvir a
voz de nossa salvação: “Não temas, crê somente!”.
Carlos Alberto Contieri, sj
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