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O reconhecimento do messianismo de Jesus e o modo de
realizá-lo têm consequências para a vida dos discípulos. Num primeiro momento,
como podemos notar da perícope precedente, foi frustrante para Pedro a
consciência de que o Messias que tem diante de si não é o que esperava ter
encontrado. A conversão de sua mentalidade exigirá um longo percurso. O seguimento
de Cristo exige entrega total, pois é participação na vida do Senhor. A
condição do seguimento diz respeito a todos, multidão e discípulos. Renunciar a
si mesmo não é a negação do que se é, nem da própria história; é adesão livre e
compromisso de viver a existência no dinamismo da entrega a Deus e aos outros.
Renunciar a si mesmo é reconhecer a vida como dom e aceitar a vocação de fazer
o outro viver, mesmo quando para isso a própria vida é posta em risco, como o
foi para a vida de Jesus. Trata-se, portanto, de não se deixar levar pelo
instinto de preservar a própria vida, mas ser movido pelo sopro de Deus.
Renunciar a si mesmo é desejar e optar por viver a vida do Senhor, sem perder a
própria identidade; é viver o caminho do Senhor como um caminho para a vida.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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