A incompreensão dos discípulos progride. Somente a
experiência do mistério pascal dará a eles a graça da compreensão do mistério
de Jesus Cristo e da sua condição de discípulos. Aqui aparece um novo tema da
incompreensão dos discípulos. O porta-voz do grupo dos discípulos, aqui, é
João, um dos filhos de Zebedeu (cf. Mc 1,19), talvez por seu caráter
pretensioso, o que aparecerá com maior clareza mais adiante no relato (Mc
10,35-40). Os discípulos pretendem que nenhum exorcismo possa ser praticado em
nome de Jesus, se a pessoa que o pratica não participa do grupo dos discípulos.
Por isso, eles impediram aquele anônimo de praticar o exorcismo (cf. v. 38).
Atitude que Jesus reprova, pois o seu nome e o bem que por ele se realiza não é
monopólio da comunidade nem de qualquer outro grupo. Onde há o bem realizado,
Deus aí está. Deus está na origem de toda iniciativa que promove e protege a
vida; Deus é a fonte de todo esforço sincero e verdadeiro de arrancar das
forças do mal o ser humano. Os discípulos, e o leitor com eles, devem
compreender que o bem não é propriedade de nenhum grupo e que, onde o mal é
vencido, essa vitória é fruto do poder de Jesus Cristo, dado ao ser humano pela
graça do Espírito Santo.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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