O nosso texto do evangelho de hoje é um “diálogo didático”,
cuja finalidade é instruir os discípulos a se comportarem em conformidade com
os ensinamentos de Jesus. A questão posta pelos fariseus a Jesus é
mal-intencionada, pois querem colocá-lo à prova (v. 2) e encontrar um motivo
para condená-lo à morte. A questão está baseada em Dt 24,1-3. Recorrendo ao
projeto original de Deus (Mc 10,6-9; cf. Gn 1,27; 2,24; 5,2), Jesus rejeita uma
interpretação em favor do divórcio. A incapacidade de perdoar e de
reconciliação diz respeito à “dureza do coração” que ameaça o povo de Deus.
Jesus põe em pé de igualdade a condição do homem e da mulher. Mas a resposta de
Jesus desconcerta os que queriam colocá-lo à prova, pois ela protege a parte
mais frágil em semelhantes casos. Jesus recentra a questão, não sobre a ordem
jurídica, mas sobre a ordem da criação, sobre o Reino de Deus. Portanto, a
questão fundamental é reconciliar tudo com o ideal do Reino de Deus, com o
ideal cristão. Trata-se de entrar na dinâmica do olhar divino sobre o ser
humano, tal qual pode ser apreendido pelos relatos da criação.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
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