Jesus envia, pela primeira vez, os Doze que ele havia
escolhido, dois a dois, em missão. No regresso deles, Jesus os convida a um
lugar à parte para descansarem, pois é grande o número de pessoas que acorrem a
eles. Tentativa frustrada, pois a multidão não se furta à ânsia de estar com o
Senhor. Esse é o quadro introdutório do episódio dos pães. A compaixão de Jesus
pela multidão desencadeia uma dupla ação em favor do povo que busca o Senhor:
ensina e alimenta. A compaixão não se confunde com o sentimento de pena; ela é
o movimento interno, provocado pela ação do Espírito, que permite a alguém ver
e socorrer o outro em suas necessidades. É assim que Deus olha o seu povo em
suas aflições. O desamparo da multidão, como ovelhas sem pastor, unida à ordem
de se assentarem na “relva verde”, evoca o Sl 23(22). O texto tem a clara
intenção de apresentar Jesus como Pastor prometido para Israel, cuja palavra e
vida são o verdadeiro sustento espiritual do povo que ele mesmo reúne.
Carlos Alberto Contieri, sj
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