É em relação à parábola precedente que o nosso texto deve
ser compreendido. “Tua Palavra é lâmpada para os meus passos, luz para o meu
caminho”, diz o salmista (Sl 119[118],105). A Palavra de Deus é como a lâmpada.
A luz cumpre a sua função quando ela ilumina, quando faz ver na escuridão. Mas
o Novo Testamento diz que a pessoa também pode ser como a luz. É o caso de João
Batista (cf. Jo 5,35). Jesus é a “luz dos homens” (cf. Jo 1,15ss; 8,12); a
comunidade cristã é luz: “vós sois a luz do mundo…” (Mt 5,14-16). Ora, a luz
simboliza a pessoa, iluminada pela fé, e a sua doutrina, a sua palavra. É de si
mesmo que Jesus fala quando diz que uma lâmpada não pode ficar escondida. O que
ele é se manifesta em seus gestos e palavras, e em tudo o que ele faz, se
manifesta o Reino de Deus. A chamada de atenção dos vv. 24 e 25 é um apelo à
compreensão profunda da palavra que o Senhor anuncia para não se fazer um juízo
equivocado, nem se permanecer no erro. O que é dado por Deus através do
ensinamento de Jesus é para produzir bons frutos.
Carlos Alberto Contieri, sj
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