O texto é a sequência da catequese batismal, construída no
diálogo de Jesus com Nicodemos (Jo 3,1-21). É provável que o leitor do
evangelho se surpreenda com a notícia de que Jesus batizava, visto que é a
primeira e única vez que é informado dessa atividade de Jesus. No entanto, o
próprio evangelho de João fará, mais adiante, uma correctio, dizendo que, na
verdade, eram os discípulos de Jesus quem batizavam, e não Jesus, e que
batizavam mais que João Batista (cf. Jo 4,1-2). À primeira vista, parece uma
competição entre dois grupos que reivindicam certa preeminência. Provavelmente,
os discípulos de João Batista não estavam convencidos de que ele não fosse o
Messias. Seja como for, o texto cumpre uma dupla função: dirimir um equívoco e
afirmar e esclarecer o específico da missão de João Batista e de Jesus. João
Batista é o precursor, Jesus é o Cristo. Mais, a atividade de Jesus e seus
discípulos não desperta em João Batista, como parece ser o caso de seus
discípulos, nenhum tipo de ciúme, mas a presença de Cristo, o “noivo”, dá a
João a alegria de ver a promessa realizada.
Carlos Alberto Contieri, sj
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