Depois da sinagoga, acompanhado das duas duplas de irmãos,
Jesus vai à casa de Simão e André, a poucos metros da Sinagoga de Cafarnaum.
Ali, o evangelho nos relata dois episódios: a cura da sogra de Pedro, ainda
durante o descanso sabático, e o resumo da atividade de sucesso de Jesus,
depois do pôr do sol, isto é, tendo passado já o sábado. Os quatro discípulos,
depois os Doze, são testemunhas oculares de tudo o que Jesus fez e ensinou;
testemunhas sobre as quais é construído o relato evangélico (cf. Lc 1,1-4).
Essa diferença temporal, sábado e depois do sábado, juntamente com o
deslocamento espacial, sinagoga e casa, mostra que o Senhor age sempre, em
qualquer tempo e lugar. Sua presença muda a vida das pessoas e essa
transformação é sentida, inclusive, no próprio corpo. É o Senhor da vida que,
com o gesto simbólico de tomar pela mão, como quem arranca alguém do sono,
metáfora da morte, faz a sogra de Pedro se levantar para servir. Não obstante a
fama crescente, Jesus procura os lugares afastados para a sua oração, não se
deixando vencer pela tentação do sucesso nem se deixando aprisionar por
qualquer lugar ou se deixando manipular por quem quer que seja.
Carlos Alkerto Contieri, sj
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