Hoje, há um amplo acordo entre os especialistas de João de
que o capítulo 21 é um acréscimo posterior, inserido para legitimar a missão de
Pedro de ser o primeiro entre os iguais e, ainda, para fundar a sua missão num
mandato do Senhor. Pedro não é apresentado ao longo de todo o quarto evangelho
como o exemplo do homem de fé. Ele quer impedir Jesus de lavar-lhe os pés, nega
o Senhor durante a paixão, depende sempre do “discípulo que Jesus amava” para
reconhecê-lo presente e atuante na vida deles. A missão de Pedro, como a missão
de toda a Igreja, está fundada num amor que antecede tudo e todos. Somente o
amor incondicional à pessoa de Jesus, provado pela paixão e morte do Senhor,
experimentado como força de vida, pode permitir que o seguimento e a missão
confiada pelo Senhor de apascentar as ovelhas sejam vividos na gratuidade e na
entrega generosa. Somente a experiência desse amor que perdoa é que pode
conceder a Pedro a disponibilidade de ir aonde quer que o Senhor deseje que ele
vá. Um dos sinais da maturidade da fé é deixar-se conduzir generosamente pelo
Senhor.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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