A festa de Corpus Christi é uma festa devocional.
Inicialmente, o acento dessa festa era posto sobre as espécies eucarísticas e,
particularmente, sobre a hóstia consagrada. Esse aspecto da festa predomina em
muitíssimos lugares. No entanto, é preciso superar essa visão, fruto de uma
época, para dar à Eucaristia o seu valor eclesial: “a Eucaristia faz a Igreja e
a Igreja, Corpo de Cristo (1Cor 12,12-31), faz a Eucaristia”. O mistério pascal
de Jesus Cristo é o sustento, o verdadeiro alimento do seu povo em marcha. Os
judeus não compreendem o ensinamento de Jesus; as palavras de Jesus são para
eles um enigma, pois não conseguem transpor o nível puramente racional e
penetrar no sentido da afirmação de Jesus. Para o leitor do evangelho, no
entanto, o discurso sobre o pão da vida é uma catequese sobre o sentido da
Eucaristia. “Comer a carne” e “beber o sangue” remete a outra realidade,
diversa do que primeiramente pode parecer. “Comer a carne” significa acolher,
na fé, a existência humana e terrena de Jesus; “beber o sangue” é aceitar que
no sacrifício da entrega do Senhor nos é dada a vida. Dito de outra maneira,
para viver plenamente, é preciso uma adesão livre a Jesus, enviado do Pai. É
pela fé que o discípulo participa da vida do Filho unigênito de Deus. Quem
aceita esse alimento espiritual vive em comunhão com o Senhor. A plenitude
dessa vida será dada na ressurreição da qual o Senhor nos fez seus herdeiros.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
Nenhum comentário:
Postar um comentário