Sexta e última antítese. Trata-se do primado do amor e da
misericórdia. O que é exigido é não limitar o amor àqueles que nos fazem o bem
ou, então, que já amamos. Trata-se da atitude daquele que, vítima do mal de
outrem, permanece fazedor de paz (cf. Mt 5,9), generoso, disposto a perdoar.
Pelo amor aos inimigos é que se mostra que o verdadeiro tesouro da pessoa está
em Deus e o sustento da vida apoiado nas coisas que não passam; o amor não
passa. A vida cristã é um modo de viver. Aderir ao evangelho de Jesus Cristo
supõe aceitar agir como Deus age e se comportar com a confiança e a serenidade
que somente a referência aos bens maiores pode dar. A perfeição de que fala o
nosso texto não diz respeito somente à integridade física e moral; ela diz
respeito, igualmente, à observância e fidelidade aos mandamentos da Lei de Deus
(Sl 119,1). A passagem paralela de Lucas não fala de perfeição, mas põe o
acento sobre a misericórdia de Deus que os discípulos de Jesus devem imitar (Lc
6,36). Propriamente, a “perfeição” consiste em amar como Deus ama, isto é,
indistintamente, oferecendo a todos a graça de seus bens.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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