Jesus entra no barco seguido por seus discípulos para fazer
uma travessia à outra margem do Lago (cf. v. 18). A travessia é feita de
surpresa, pois ela pode ser dificultada pelos ventos que levantam as ondas, as
quais ameaçam o barco e seus ocupantes (v. 24). No universo simbólico da
tradição bíblica, o mar evoca o mal e a morte. Enquanto Jesus dorme (ver: Jn
1,4-6), os discípulos se apavoram: “Senhor, salva-nos, estamos perecendo!” (v.
25). A menção de que Jesus dormia pode aludir à sua morte. Ao discípulo é
exigida confiança, não importa em que situação: “Por que tanto medo, homens de
pouca fé?” (v. 26). O medo é contrário à fé. E o discípulo só será plenamente
livre quando superar, pela fé, o medo da morte. Jesus repreende o mar como se
estivesse expulsando um demônio (cf. Mc 1,21-28). Sua palavra é eficaz como é
eficaz a Palavra de Deus, que domina sobre as ondas do mar (Sl 68[67],2; Sl
89[88],10). O Senhor acordado do seu sono domina o mal, vence a morte; sua
presença dá segurança, pois a sua vitória permite continuar a travessia, a
peregrinação pela história. Mas “quem é este que até os ventos e o mar
obedecem?” (v. 27). Cabe a cada um que se encontra diante do Senhor responder.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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