Na releitura cristã da Escritura predomina o esquema
promessa-cumprimento. Também no interior do evangelho de Lucas esse esquema
aparece com relativa frequência. O que Deus promete, ele o cumpre. É o caso do
evangelho da festa de hoje. Os vizinhos reconhecem a ação de Deus na concepção
e no nascimento de João Batista e se alegram por Isabel, pois o Senhor a tinha
tirado do opróbrio. Essa alegria havia sido objeto de promessa quando o anjo anunciou
o nascimento de João a Zacarias, no Templo de Jerusalém (Lc 1,14). Outro
aspecto é a mudez de Zacarias e o nome imposto ao menino. O nome a ser dado ao
menino é imposição do mensageiro celeste (1,13), uma forma de dizer de sua
eleição divina. A mudez de Zacarias é consequência de sua incredulidade (1,20)
e, ao mesmo tempo, sinal da intervenção de Deus (1,21-22). A língua de Zacarias
se soltará quando da realização da promessa (1,20). O acordo entre Isabel e
Zacarias sobre o nome do menino (vv. 60.63) realiza a promessa e indica que o
nome “João” (= Deus concedeu a sua graça) é de origem divina. Recebendo essa
revelação como Palavra de Deus, a boca de Zacarias se abre e sua língua se
solta para bendizer Deus (v. 67).
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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