Há no evangelho segundo Mateus cinco grandes discursos: 5–7;
10; 13; 18 e 24–25. A perícope do evangelho de hoje é parte do discurso
missionário (c. 10), sequência do envio dos Doze em missão (v. 5). Trata-se de
uma série de recomendações dadas aos discípulos que Jesus envia. O anúncio da
proximidade do Reino de Deus deve ser acompanhado de gestos que libertam as
pessoas do mal que as aprisiona e escraviza. Esse mal, presente no coração do
ser humano, impede reconhecer a irrupção do Reino de Deus na pessoa de Jesus,
nos seus gestos e nas suas palavras. O mal que desfigura o ser humano impede o
homem de resplandecer como reflexo da luz divina. A confiança necessária para a
realização da missão não deve estar nos meios, mas na pessoa de Jesus que está
sempre presente onde quer que os discípulos possam ser enviados (cf. Mt 28,20).
Daí que o despojamento deve caracterizar a vida daquele que aceita seguir o
Senhor e ser enviado em missão por ele. A paz é a saudação característica do
mensageiro de Deus (cf. Is 52,7). Essa paz deve ser oferecida, e não imposta
(cf. v. 12). A aceitação ou a recusa dessa paz é o sinal de o dono da casa ser
digno ou não, e de o missionário dever ou não permanecer naquela casa.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
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