Trata-se da quarta antítese. Pouco a pouco vai sendo
explicitada em que consiste a “justiça maior” a ser vivida pela comunidade
cristã. Essa quarta antítese é explicitação do que significa a pureza de
coração. “Não jurar” (Ex 20,16; Dt 5,20; Lv 19,12) evoca sinceridade, que é
outra forma de pureza de coração. Uma pessoa livre exprime sua liberdade no
modo como fala, na autoridade de suas próprias palavras, sem precisar recorrer
a qualquer outro elemento de atestação. Essa atitude nasce da coerência
interna, da simplicidade, do desapego de si mesmo e das coisas. À diferença das
demais antíteses, essa quarta não se refere propriamente às relações humanas,
mas a um dever em relação a Deus. O juramento é uma promessa acompanhada de uma
invocação da divindade. Se Jesus condena todo tipo de juramento (vv. 34-36; Tg
5,12), é para que a pessoa vença todo tipo de hipocrisia. Para não pronunciar o
nome de Deus, os judeus juravam pelo céu, pela Cidade Santa, pela terra. A
interdição de Lv 19,12, Jesus estende a todo juramento. Se Jesus prescreve a
não jurar por o que quer que seja, é porque o ser humano não pode engajar na
sua própria palavra o que é próprio de Deus. Jurar é uma forma de submeter Deus
ao homem.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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