As seis antíteses, em que é apresentada a “justiça maior”
que a dos escribas e fariseus e que deve caracterizar a vida dos discípulos,
são, de algum modo, uma explicitação das bem-aventuranças (Mt 5,1-12). A
segunda antítese sobre o adultério (Ex 20,14; Dt 5,18) é um exemplo do que
significa ser puro de coração. Não se trata simplesmente de ter relações
sexuais com uma mulher casada, rompendo a união do lar do semelhante. Para a
justiça cristã não está permitido sequer deixar nascer o desejo de provocar
essa ruptura. A integridade do lar do outro é tão importante, podemos mesmo
dizer, tão sagrada, que ela incide sobre a integridade física, tão cara ao ser
humano. Para Mateus, o repúdio da mulher por parte do homem expõe a mulher ao adultério.
A terceira antítese diz respeito à capacidade de fidelidade e de reconciliação.
O repúdio da mulher acontece por dois motivos: o coração está dividido por
outra mulher ou o mal escondido mina a união, o amor, o respeito mútuo. O
repúdio acontece quando não há capacidade de perdão e reconciliação. O texto é
um forte apelo ao perdão, que é exigência intrínseca ao amor.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
Nenhum comentário:
Postar um comentário