Ainda que figure nas primeiras páginas do evangelho segundo
Lucas, os relatos da infância, dos quais nosso texto do evangelho de hoje é
parte, foram os últimos escritos do evangelho. Eles são frutos da compreensão e
aprofundamento da fé e, por isso, de uma teologia mais elaborada. O anúncio do
anjo a Maria e o diálogo entre eles visa enfatizar a iniciativa de Deus na
encarnação do Verbo. A iniciativa de Deus, no entanto, quis contar com o
consentimento livre da jovem Maria, que é apresentada como “a que recebeu o
favor de Deus”. O favor, ou a graça de Deus a Maria, consiste no fato da eleição
dela para ser, segundo a carne, a mãe do Filho único de Deus. Nem a
esterilidade de Isabel nem a pouca idade de Maria são obstáculos para que Deus
realize o seu plano de amor em favor de toda a humanidade. A fé não se faz de
certezas, mas em meio a dúvidas e, apesar delas, na confiança inabalável na
Palavra de Deus. Maria é apresentada como aquela que escuta, confia e se engaja
plenamente na realização da vontade de Deus. Nisso ela é modelo do discípulo e
da Igreja.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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