Enquanto sobe para Jerusalém, Jesus vai semeando a vida, não
obstante a resistência de seus opositores. O leitor do evangelho está mais bem
informado que os que fazem oposição a Jesus, pois ele sabe que Jesus foi
revestido do Espírito Santo (cf. 3,21-22; 4,1.18). Por isso, causa estranheza
quando aqueles anônimos fazem a afirmação contrária. O mal que enigmaticamente
age no ser humano distorce a palavra e torna difícil a comunicação. Um exemplo
disso é o relato da torre de babel (Gn 11,1-9). Efetivamente, o mal confunde,
impede de falar bem e de bem falar. A palavra é dada ao homem para a sua
comunicação com seu Criador e com os seus semelhantes. A palavra adquire seu
pleno sentido no bem dizer. O mal interrompe essa comunicação. Jesus
restabelece pela sua presença tal intercâmbio. Na segunda parte de sua obra,
Lucas diz que é o Espírito Santo quem faz falar as maravilhas de Deus (At
2,1-11) e dá à palavra seu verdadeiro sentido. Considerar que é por Beelzebu
que Jesus expulsa os demônios é um juízo equivocado, falta de discernimento. É
confundir o Espírito Santo com Beelzebu. Eis aí o verdadeiro mal!
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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