Uma leitura simplista do texto da liturgia da palavra de
hoje induzirá o leitor a erro. Ele poderia ser levado a pensar que o que ele
deseja e pede Deus lhe concederá tal e qual; ou, então, se ele pedir com fé
Deus lhe dará. A mensagem do texto é bem outra. Nossa perícope, parte do longo
sermão da montanha, utiliza repetidas vezes o verbo “pedir” (vv. 7.8.9.10.11).
Deus sabe do que necessitamos (cf. Sl 138). Por que pedir? Em primeiro lugar,
para reconhecer que tudo o que é bom procede do Pai (v. 11). Em segundo lugar,
porque a súplica em favor das necessidades dos outros e as suas próprias abre a
pessoa de fé para a relação filial com Deus Pai, que é a fonte de todo
verdadeiro bem. A regra de ouro citada no v. 12 é não somente conclusão do
trecho em questão, mas de toda a seção do Sermão da Montanha que trata da
conduta a ser adotada em relação ao próximo. A regra de ouro é uma regra de
solidariedade, que possibilita a convivência pacífica e respeitosa, anterior ao
nosso texto e conhecida no mundo pagão. Um exemplo de aplicação prática e
adaptação dessa regra encontra-se, por exemplo, em Eclo 31,14-15.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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