Trata-se aqui, depois das bodas de Caná, do segundo sinal
(v. 54). O sinal não é evidente por si mesmo, uma vez que ele aponta para outra
realidade. Do ponto de vista do evangelho, o sinal exige discernimento e o
salto da fé. Se o que Jesus realiza é visto como sinal, então, ele conduz à fé
(cf. Jo 2,11; 4,53b; 20,30-31). Jesus é apresentado como Aquele cuja palavra
faz viver. Sua palavra é eficaz, realiza o que diz, assim como a Palavra de Deus
no primeiro relato da criação, em que todo o universo conhece a existência pela
palavra criadora e eficaz de Deus (Gn 1,1–2,4a). Não há nenhum gesto feito por
Jesus. Há uma palavra dita, palavra de Jesus que o funcionário do rei
acreditou. Por essa palavra, o funcionário e todos os de sua casa puderam ver
irromper um tempo novo em que a vida é transfigurada. A confiança na palavra do
Senhor permite viver e constatar que para Deus nada é impossível. Para o leitor
deste relato há um convite à confiança na palavra eficaz de Jesus. Essa
confiança é um caminho que permite experimentar e conhecer a vida como dom de
Deus.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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