A exigência feita ao discípulo de superar a justiça dos
escribas e fariseus, isto é, o modo de praticar a Lei, se explicita em seis
antíteses (vv. 21-26; 27-30; 31-32; 33-37; 38-42; 43-48). Nosso texto de hoje é
a sexta das antíteses. Trata-se de uma exigência primordial de toda a vida de
fé e, em particular, da vida cristã: amar o semelhante, não importa quem seja
nem o que ele fez. A exigência do amor ao próximo e ao inimigo é exigência da
vida em Cristo. É a atitude de quem se experimentou amado por Deus, não
obstante suas próprias faltas, e de quem tira para o seu relacionamento com os
outros as consequências da misericórdia de Deus para com ele (ver: Mt
18,23-35). Essa é a atitude do misericordioso e do “fazedor de paz” (5,7.9), de
quem sabe que o verdadeiro tesouro está em Deus e a sua recompensa nos bens
futuros prometidos por Deus. O último versículo (v. 48) é a conclusão das seis
antíteses. A perfeição consiste na superação do reducionismo legalista da Lei e
na prática do amor fraterno que superam os laços afetivos. A perfeição de Deus
consiste em que ele ama sem fazer acepção de pessoas. “Deus é amor” (1Jo 4,16).
Fonte Carlos Alberto
Contieri,sj - Paulinas
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