O evangelho de hoje é parte do discurso programático de
Jesus (Lc 4,16-30), na sinagoga de Nazaré. Trata-se da resposta de Jesus à
incredulidade e resistência dos seus concidadãos. A evocação dos episódios dos
profetas Elias e Eliseu permite estabelecer um paralelo entre Israel e Nazaré.
Nazaré passa a ser protótipo da rejeição de Jesus por parte de todo Israel. Uma
das temáticas dominantes de toda a primeira parte do evangelho de Lucas é a
identidade de Jesus. Jesus é verdadeiro profeta num duplo sentido: é homem de
Deus que recebe dele sua missão, e porque é rejeitado. A rejeição é um critério
que permite verificar a autenticidade de sua vocação profética. A perseguição,
a incompreensão, a vida ameaçada são alguns dos traços presentes na vida de
todo verdadeiro profeta. Para se manter fiel à missão recebida de Deus, é
preciso colocar-se inteiramente nas mãos do Senhor. Por isso, não há nada, nem
mesmo a ameaça de morte, nem ninguém que possa impedir Jesus de prosseguir o
seu caminho e realizar a vontade do Pai.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
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