A atitude do anônimo que vai ao encontro de Jesus (cf. v.
17a) parece exprimir o seu desejo mais verdadeiro (v. 17b). De fato, Jesus é
bom e ele faz bem todas as coisas. No entanto, ele não aceita para si o título
de “Bom”, remetendo-o a Deus. Se a bondade pode ser experimentada no encontro
com Jesus, através de suas palavras e de tudo o que ele faz, é preciso ser
remetida, por meio dele, ao Pai que é a fonte de toda bondade. A absolutização
de uma pessoa é um passo da idolatria. A vida eterna que ele deseja é dom e
como tal deve ser recebida. Não é merecimento garantido pela prática da Lei nem
por qualquer boa obra. Para receber a vida eterna como dom é preciso desapego,
pois somente a prática da Lei não é suficiente (cf. vv. 20-21). Ademais, é no
seguimento de Jesus Cristo que se encontra o caminho para a vida eterna (v. 21;
cf. Jo 14,6). Diante da proposta de Jesus, o homem saiu pesaroso. De fato, a
riqueza pode se constituir num verdadeiro obstáculo para se entrar no Reino de
Deus. Por vezes a facilidade dos bens materiais pode se confundir com a vida
verdadeira.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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