“Depois disso” refere-se ao episódio da cura do paralítico e
à discussão com os escribas e os fariseus sobre o perdão dos pecados (Lc
5,17-26). O banquete oferecido por Levi a Jesus pode ser considerado expressão
da alegria pelo encontro com o Senhor e a despedida do publicano de sua vida
passada. Os seus amigos estão presentes, entre eles um grande número de
publicanos, reconhecidos pelos judeus praticantes como impuros, pecadores
públicos, pessoas na casa de quem um justo não pode entrar nem assentar-se à
mesa com eles, sob pena de tornar-se impuro. A mesa, a refeição são símbolos de
comunhão, de acolhida e antecipação do banquete escatológico. Eis a razão da
murmuração dos escribas e fariseus. Mas não há quem Jesus não acolha e quem não
possa acolhê-lo. O amor de Deus, sua misericórdia, tem absoluta precedência em
referência a qualquer regra, inclusive em relação às regras de pureza que
excluem da comunhão com Deus e eximem do dever de socorrer o outro em suas
necessidades (ver: Lc 10,25-37). É a presença do Senhor, e não outro alguém ou
coisa, que purifica e santifica a todos, e integra-os na comunhão com Deus. O
nosso texto é ocasião para afirmar, com clareza, a missão de Jesus (vv. 31-32;
cf. Lc 19,10).
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas
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