Nosso texto é parte do que no evangelho segundo Lucas
denomina-se “sermão da planície” (6,17-49); é a sequência do chamado dos Doze
sobre a montanha, onde Jesus passou a noite inteira em oração (6,12-16). A
nossa perícope é parte do trecho tematicamente dominado pelo imperativo do amor
aos inimigos (vv. 27-35). A primeira parte do v. 36 equivale ao que no
evangelho segundo Mateus é o imperativo à perfeição (Mt 5,48). Em primeiro
lugar, é preciso compreender que o imperativo se baseia no que Deus é:
misericordioso. Sua misericórdia se manifesta na sua bondade para com todos,
ingratos e maus (cf. v. 35). A misericórdia de Deus se exprime na acolhida dada
por Jesus aos pecadores (cf. Lc 5,29-32; 7,36-50; 15,1ss; 19,1-10). Cada um,
independentemente de sua situação, pôde ou pode experimentar a misericórdia de Deus
em relação a si mesmo. É com essa mesma misericórdia que se exige tratar os
outros. O amor aos inimigos não é uma ideia; ele se concretiza na renúncia a
julgar, isto é, condenar alguém (v. 37a-37b), na disposição permanente e
renovada de perdoar (v. 37c) e de entregar-se a si mesmo (v. 38a), como o
Senhor se entregou para a salvação de toda a humanidade.
Fonte Carlos Alberto
Contieri,sj - Paulinas
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