Durante a sua vida terrestre, Jesus enfrentou a oposição de
adversários que pensavam que o modo como ele interpretava e punha em prática a
Lei e relia a Escritura era um sinal de que sua determinação era de abolir a
Palavra de Deus. No embate apologético com o judaísmo rabínico, essa
dificuldade se prolongou no cristianismo primitivo. O trecho do evangelho de
hoje visa dirimir o equívoco (cf. v. 17). Em Jesus, toda a Escritura encontra a
sua realização e no Ressuscitado, a sua luz e o seu sentido pleno. Para o
cristão que lê essas linhas do evangelho é dado um critério de interpretação do
Antigo Testamento: é a partir de Jesus Cristo que a lei e os profetas devem ser
lidos, pois apontam para Ele. Para o cristão, a Lei é pensada a partir da
cristologia. A centralidade de Jesus Cristo faz com que a exigência primordial
do amor e da misericórdia se imponham como condição de autenticidade ou não de
determinada prática da Lei. O que tem precedência sobre quaisquer outras prescrições
legais é o mandamento do amor (cf. Lc 10,25-37).
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
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