Trata-se de um discurso escatológico que, de certa forma,
resume todo o evangelho, de modo especial os textos do seu contexto literário
imediato, a saber, os capítulos 24 e 25. A manifestação definitiva do mistério
do Reino de Deus se dá em gestos pequenos, simbólicos e significativos. Alguns
desses gestos fazem parte de nossa vida cotidiana: dar de comer aos que têm
fome, de beber aos que têm sede, vestir os que estão nus etc. O que é dito no
texto vale não somente para os cristãos, mas para todo ser humano que vive
neste mundo. É bastante provável que Ez 34,17-22 tenha servido de inspiração
para esse discurso escatológico. A separação, ou juízo, é feita em razão da
vida vivida na caridade ou pela indiferença diante do sofrimento e necessidade
alheia. Somente o olhar penetrante do pastor, do Filho do Homem, que ultrapassa
as aparências, pode com verdade conhecer a situação de cada um e o que se é de
fato. Se o texto fala de condenação, é para apelar a se viver no amor que exige
o serviço ao semelhante. O critério último da salvação não é a fé, mas a
caridade.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj - Paulinas.
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