Nós já comentamos este texto, grosso modo, na Quarta-Feira
de Cinzas. Naquela ocasião, afirmávamos que a consequência prática das
recomendações de Jesus era a rejeição a determinada hipocrisia, em que, por
contraste, Jesus apresenta a verdadeira e a falsa piedade. Isso, evidentemente,
vale para o texto de hoje do evangelho. Não é a oração que está em questão, mas
o modo de fazê-la. Deus conhece o coração de cada um, antes mesmo que as
palavras cheguem à boca (cf. Sl 138). Diante dele a multiplicação de palavras é
inútil. Ademais, essa multiplicação de palavras é expressão da pressão exercida
sobre Deus para conseguir algo dele. O que Deus concede ao seu povo é fruto de
seu amor e de sua bondade, e não de merecimento de quem quer que seja. A oração
do Senhor é, para o discípulo, referência no modo de relacionar-se com Deus.
Essa oração exprime, em primeiro lugar, a centralidade de Deus e o engajamento
filial do discípulo com relação ao Pai. Em seguida, o discípulo consciente de
sua condição suplica pelo que deve sustentá-lo na vida cotidiana: pão e perdão.
Por fim, como o mal está presente no coração do ser humano, o cristão pede
para, pela graça de Deus, ser liberto de todo mal.
Fonte Carlos Alberto Contieri,
sj – Paulinas
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