O texto do evangelho é o relato do terceiro de uma série de
sete sinais realizados por Jesus, segundo o evangelho de João. Tudo está
centrado na iniciativa de Jesus. Se o relato localiza o episódio em Jerusalém
e, especificamente, junto à piscina de Bezata (= casa da misericórdia), em que
se depositava grande expectativa terapêutica, o autor não lhe confere nenhuma
importância, mas focaliza a pessoa de Jesus. O longo período de duração da
enfermidade contrasta com a cura mediante a palavra eficaz de Jesus. Para
aquele enfermo, cuja doença, fruto do pecado, o leitor não é informado, o tempo
da espera acabou, pois é por meio de Jesus e não das águas borbulhantes da
piscina que ele é liberto do pecado e da enfermidade. O relato tem um tom de
controvérsia, pois a cura é feita em dia de sábado. Interpelado pelos judeus, o
homem curado menciona a palavra eficaz do Senhor que não somente é superior ao
sábado, mas realiza plenamente o descanso sabático pela prática da misericórdia
que liberta. No entanto, o apego a um modo de pôr em prática a lei impedirá os
judeus de reconheceram naquela palavra de Jesus o sinal que conduz a Deus.
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj - Paulinas
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